Ferro e Mais Ferro – 11 de julho

CANINOFOBIA!!

Recebo do jornalista Clóvis Heberle:
Motivado pela polêmica criada no teu blog, semana passada quase fui a Gramado. Só que eu tenho um cachorrinho, e teria que levá-lo junto. Liguei para vários hotéis e pousadas, e o único que aceitou hospedá-lo queria cobrar R$ 50,00 a mais na já carésima diária.
 Na melhor hospedagem de bichos da cidade a dona disse que, apesar da temperatura de zero grau, desligava a estufa à noite.
Desisti. E hoje escrevi um “manifesto” contra o preconceito dos hoteleiros contra os totós. Tá no meu blog – http://clovisheberle.blogspot.com/. Gostaria que lesses, e se quiseres publica, para ver a repercussão.
Um abraço, boa semana

—–

Totó também é gente…
No excelente filme “Meia Noite em Paris” há uma cena de um cãozinho à mesa de um restaurante, participando do jantar. Na capital francesa não é incomum os mascotes acompanharem seus donos nas refeições, um hábito, no mínimo, anti-higiênico.
Exageros à parte, nos últimos anos o aumento vertiginoso da população de animais de estimação tem forçado uma mudança de hábitos, especialmente nas cidades grandes e médias. O mercado voltado para os bichinhos cresce cada vez mais, e não falta trabalho para veterinários e proprietários de pet shops.
Nas famílias, os cachorros adotados ou comprados se tornam membros da família – têm pais, irmãos, priminhos, tios e padrinhos. São vacinados, comem rações específicas para a raça, o peso e a idade, tomam banho pelo menos a cada dez dias. O telefone do veterinário está sempre à mão, colado na geladeira. Quando um deles adoece todos sofrem, e a morte do Snoopy ou da Laila é motivo de dor e choro, especialmente das crianças.
Mas há um problema de difícil – ou impossível – solução: o que fazer com o totó quando a família vai viajar, nem que seja por um fim de semana?
Os lugares de hospedagem para animais de estimação quase sempre são improvisados – jaulinhas em peças sem ventilação ou climatização. Levá-los junto é mais complicado ainda. São raros, raríssimos, os hotéis e pousadas que aceitam cães. Não adianta argumentar que são dóceis e de pequeno porte.
A explicação dos recepcionistas é sempre a mesma: eles podem perturbar o sossego dos demais hóspedes, principalmente pelos latidos. Bobagem, pois os seus responsáveis são os mais interessados em mantê-los tranquilos. E há florais e tranquilizantes específicos para animais.
Os gerentes de estabelecimentos receptivos aos pets só têm depoimentos positivos: raramente ocorre alguma queixa, e a política de boa vontade acaba atraindo novos clientes.
Proibir cachorrinhos em hotéis é apenas preconceito. Mais um que deve acabar, o quanto antes.

3 comentários em “Ferro e Mais Ferro – 11 de julho”

  1. Pior do que proibir cachorrinhos é proibir crianças…como alguns hotéis e pousadas "chiques" da serra gaúcha que dizem não aceitar os pequenos. Motivo: para não abalar o sossego dos casais.

  2. Certíssimo, Renato. Também acho um absurdo, um costume copiado da Europa, especialmente da Alemanha, que os gramadenses e canelenses tanto querem imitar. Mas pelo menos os hotéis que não aceitam crianças são exceção.

  3. O sempre atento Ministério Público não poderia agir contra os hoteleiros "pedofóbicos"? é engraçado este nosso País: não pode piada sobre gays(sim, tem muita bichinha engraçada e gosta de fazer piadas); não pode proibir dois bigodudos de beijarem-se em público, mas pode impedir que crianças se hospedem em hotel. Estão invertendo os valores que "é uma côsa de lôco", como dizem os gaudérios.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *