Bom Dia! Sexta, 22 de julho de 2011

 Arroz de pêssego
Ou arroz com pêssego, como queiram.
Hoje de manhã, o jornalista e professor Juremir Machado da Silva, no programa Bom Dia, da Rádio Guaíba, perguntou se havia algum restaurante em Porto Alegre que oferecia a iguaria. Claro que não tem. Disse que era um prato típico da fronteira. Rogério Mendelski lembrou que comia a maravilha na casa do colega e amigo Danilo Ucha, em Santana do Livramentom a mesma cidade de Juremir.
Não sei quando foi a última vez que comi arroz de pêssego – assim a minha avó materna, Adylles, chamava a iguaria. Tudo feito pelas avós é – ou era – uma delícia. E ela fazia um maravilhoso. Em Porto Alegre ela pedia para a minha mãe comprar o pêssego seco ou a passa, sei lá. Vinha em pacotinhos que até hoje tem no supermercado. Passava uma manhã inteira na cozinha, em volta de uma panela de ferro.
Ah, sim, minha avó nasceu e se criou em Jaguarão, na frontreira do Uruguai. Morou muito tempo no país vizinho, inclusive miunha mãe nasceu em Melo, uma simpática cidade uruguaia. A maioria dos parentes da Adylles eram uruguaios.
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Passei muitas férias no Uruguai. Desde muito pequeno. Uns parentes que viviam em Montevidéu tinhas nas proximidades da cidade uma chácara, onde cultivavam pêssegos. Para mim, 5, 6 anos, era um negócio imenso, muitas árvores. Lembro que os empregados ensacavam cada fruta, com uns saquinhos parecidos com aqueles de pipoca. E meus primos e eu até ajudávamos no ensacamento. Era uma festa.
Depois tinha a função de descascar as frutas para fazer compotas. E passávamos os dias comendo a fruta, compota e arroz de pêssego.No final das férias não podia nem ver um pêssego.
Vocês não imaginam o que era a comilança de pêssego. O líquido das compotas virava uma espécie de geléia, que a gente comia de colher. Mas o top era mesmo o arroz com o pêssego.
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Bah, passei a manhã toda com o gosto da iguaria na boca. E me deu uma saudade danada daqueles tempos.
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Há uns anos, meus filhos pequenos, estivemos em Montevidéu visitando os tios Aquiles e Maria Antonia. E eles nos levaram à chácara, próxima a capital. Não plantam mais pêssegos, mas a casa e o grande galpão, onde armazenavam as frutas e era feito o trabalho de manuseio, estão lá. Pequeno, sempre achei a casa imensa, altíssima. Nada disso, uma casa normal, confortável – é, eu era pequeno mesmo.
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Para uma sexta, uma colher de chá. Uma receita de arroz de – ou com – pêssego:
Ingredientes:
100 g de pêssego
1 xícara e 2 colheres (sopa) de açúcar
1 xícara de arroz cru
1 colher (sopa) de manteiga
Modo de preparo:
Coloque os pêssegos secos em uma tigela com 1 xícara de água, deixando de molho por cerca de 1 hora. Ponha a mistura em uma panela e junte mais 3 xícaras de água e deixe ferver até que os pêssegos fiquem cozidos. Misture com 1 colher (sopa) de mateiga. Acrescente o arroz lavado, mais 3 xícaras de água fervente, cozinhando em fogo baixo, com a panela semitampada, até que o arroz fique cozido.
Junte 1 xícara de água, deixando a panela destampada até começar a secar. O arroz fica com a aparência de empapado. Caramelize 1 colher de sopa de açúcar em uma panela separada, depois derrame o arroz cozido dentro. Polvilhe com a outra colher de açúcar. Apague o fogo, tampe a panela e deixe descansar por 10 minutos.
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Para quem quiser fazer a receita com pêssegos frescos, uma dica:
Não o descasque com faca. Leve-o ao fogo em uma panela com água. Quando ferver, abaixe o fogo e coloque uma colher de sopa de sal de amoníaco sobre os pêssegos, deixe ferver rapidamente. Retire as frutas, passe em água fria e esfregue-as entre as mãos, até todas as cascas sairem. Simples.
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Quem sabe neste final de semana?

Um comentário em “Bom Dia! Sexta, 22 de julho de 2011”

  1. Pelotas, a minha terra e de tanta gente boa que passa por este blog, é a Capital do Pêssego. Lá é que se faz o verdadeiro arroz com pêssego, que é da culinária portuguesa.Dá de 10 a zero em arroz com leite, mas os restaurantes daqui desconhecem esta maravilha e só enfiam aqueles arroz com leite onde o que menos se encontra é leite.

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