Coluna do Marsiglia – 5 de agosto

INTER: FALTA DE PLANEJAMENTO
Escrevi que a euforia pelos resultados contra times mistos em pré-temporada de Barcelona e Milan era exagerada. Os resultados contra Atlético-GO e Fluminense, em jogo para valer, estão aí. A permanência de Osmar Loss como treinador passa pela absoluta falta de opção no mercado. Afinal, o Inter demitiu Falcão por politicagem interna e sem ter um treinador “engatilhado”, o que é de um amadorismo estarrecedor. Tentou Cuca e Dorival Júnior, mas terá que se contentar com um profissional das categorias de base. Nada que o impeça de fazer um bom trabalho, mas saber que está ali como quebra-galho, deve ser desagradável.

ANTONIO VICENTE X PAULO PELAIPE
Não há dúvida de que Vicente é um gremista dedicado e um homem honrado, assim como é indiscutível que sua passagem como vice-de-futebol (gestões Guerreiro e Odone) foi um fracasso. Motivo: ele não é do ramo, o que não é demérito nem defeito pessoal, visto que ninguém tem obrigação de conhecer os meandros e bastidores do futebol. Vicente teve a grandeza de sair e abrir espaço para as mudanças necessárias. Entra Paulo Pelaipe, homem da estrita confiança de Odone e “conhecedor do pedaço”. Todavia, se não enquadrar alguns acomodados, o torcedor gremista pode ir se preparando para dias terríveis.

JULIO CAMARGO X CELSO ROTH

Era óbvio que a mexida no departamento de futebol não ficaria na mudança de um diretor. Trocar o treinador era só uma questão de tempo e oportunidade, que acabou surgindo no empate com o Atlético-MG. Julinho Camargo, considerado um estrategista, não apresentava voz de comando. Celso Roth vem para tirar o time da situação de desespero, acompanhado de Paulo Paixão, outro que tem voz forte e se faz respeitar dentro do vestiário. A mudança de perfil é completa no futebol gremista.

OPOSIÇÃO GREMISTA GANHA FÔLEGO
Derrotado em duas eleições para presidente, Antonio Vicente tentava se cacifar para uma terceira tentativa, agora um objetivo distante. É bem provável que a facção política a que pertence passe para a oposição. Este grupo, que possui na excelente pessoa de Homero Bellini um de seus expoentes, sintomaticamente não possui mais nenhum integrante em cargos dentro do Olímpico. Certamente, a partir de agora, tentarão “fritar” Eduardo Antonini dentro do Conselho, visto ser ele o principal pretendente da situação a sentar na cadeira presidencial.

CLUBES REFÉNS DE JOGADORES

Jogador de futebol não é bobo. Eles já descobriram que conseguem fazer o que querem com a maioria dos dirigentes, pois sabem que os torcedores não vão perdoar os cartolas se o time não for bem numa competição. Assim, “emparedam” dirigentes inexperientes, fazem contratos longos e deixam o clube na obrigação de cumpri-los sob pena de pesadas multas. A partir daí, jogam quando querem e no final do mês buscam o cheque na tesouraria. Transformaram-se em “donos” dos clubes por absoluta incompetência diretiva.

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