Bom Dia! Terça, 22 novembro 2011

UM MISTÉRIO CHAMADO EVA SOPHER – 2 

O artista tem que ser gênio para alguns e imbecil para outros.
Se puder ser imbecil para todos, melhor ainda.
(Nelson Rodrigues)

Dona
Eva, a chefe do Complexo Theatro São Pedro, não é uma artista. Sei que
ela morou em São Paulo, onde estudou arte, desenho e escultura no
Instituto Mackenzie. Mas, pelo que ensina Nelson Rodrigues, ela não é
uma artista.
Tenho lido bastante sobre dona Eva.
Como escrevi ontem, ela é mais do que uma unanimidade. Extrapolou!!
É
uma beata da cultura. Uma santa empreendedora cultural. A protetora das
artes e da cultura. Sei que estas definições não refletem exatamente o
incansável trabalho de dona Eva. A  importância desses 36 anos de função
pública para, primeiro, reerguer o seu Theatro São Pedro e, agora, nos
últimos 8 anos, para construir o estacionamento do Multipalco.
Bah!
—–
Li com muita atenção, no excelente Sul21, uma ode à dona Eva. Impressionante!!
Pesquei alguns trechos e os grifos são meus:
Onde quer que vá, a diretora da FTSP jamais se apresenta como servidora pública. Apresenta-se sempre como empresária cultural.
E dá a lição para vencer os problemas que se apresentam: brigar sempre,
sem esmorecer. Esta foi a estratégia que usou para terminar a
“reconstrução do São Pedro” e esta é a que usa para concluir o
Multipalco, um prédio de oito andares, com mais de 18 mil metros
quadrados.


O engenheiro responsável pela
construção do Opera House, em Sidney, foi mandando para casa quando
mostrou o orçamento, que parecia inadmissível. Hoje, Sidney é o Opera
House. Então, o que interessa o quanto é gasto no Multipalco?”, insiste
no seu ponto de vista, agora falando do projeto orçado, inicialmente, em
2001, em R$ 24 milhões. “Futuramente, a única coisa que interessará ao
mundo é que ao lado da centenária casa, no centro da capital, tem o
maior centro cultural da América Latina”, prevê. “Não. O nosso Multipalco é maior do que o Lincoln Center em Nova York”, orgulha-se. “Não há outro igual no mundo”.
Se
conseguir logo os R$ 18 milhões que faltam, dona Eva calcula que o
teatro do Multipalco estará concluído dentro de dois anos. A preocupação
maior é não parar a obra, o que só não aconteceu este mês, porque
receberam verbas da Refap. Seu fiel assessor jurídico José Roberto Diniz
de Moraes informa que “do ponto de vista construtivo” já estão
concluídos 97% das obras. Faltam os acabamentos, que “são caros”. E uma
subestação de energia elétrica, avaliada em R$ 2 milhões. “Sem ela –
afirma José Roberto – não é possível tocar a obra adiante”. A medida
adotada é a de entregar ao público o que já está pronto e pode entrar em
operação. Foi o que aconteceu com o estacionamento e a área
administrativa. A esperança de José Roberto é abrir, em março de 2012, quatro salas múltiplas e a da Orquestra de Câmara.


No
total, a obra está orçada em R$ 50 milhões, segundo dona Eva. Uma
quantia que não lha parece muito. “O Bradesco, para colocar o nome no
teatro em São Paulo, puxou do bolso R$ 40 milhões. Não para fazer o
teatro, mas para botar o nome. Em Natal, as Lojas Riachuelo puxaram mais
de R$ 50 milhões para dar o nome ao teatro, dentro de um shopping”,
justifica. E ressalta: o São Pedro e o Multipalco são espaços não para
uma, mas para todas as artes, desde as cênicas até as plásticas.
– Para tocar obras como esta, além de ter paciência, é preciso ter fé. A senhora tem fé?
– Eu acredito na educação, responde. E a educação vem junto com a cultura. Uma coisa não vive sem a outra.
Borderô vai para o Caixa Único do Estado
A manutenção do São Pedro tem sido feita com a renda do estacionamento,
administrado pela Associação dos Amigos do TSP, que chega, mensalmente,
em média, a R$ 40 mil. Este dinheiro paga o pessoal dos serviços
gerais, limpeza, conservação, bilheteria, chapelaria, portaria e equipe
técnica de palco. Do Estado, são recebidos mensalmente R$ 10 mil,
insuficientes para cobrir o custo da energia elétrica. A conta entregue
pela CEEE – sem nenhum desconto, nem mesmo do ICMS cobrado pelo governo –
é de R$ 18 mil/mês.


José Roberto ressalta que
este é o resultado do trabalho de uma boa equipe. Na liderança, Eva
Sohper, por quem se diz apaixonado e chama de monstro sagrado.

– Por que ninguém diz nada contra a dona Eva?

Impossível falar mal dela, afirma José Roberto. Muita gente gostaria de
dar uma espinafrada nela, porque ela incomoda. Mas não tem como. Não há
o que dizer. Ela é uma mulher livre, com a vida resolvida. É uma pessoa
com objetivos e metas claras. O Theatro São Pedro e o Multiplaco são o
que ela quer deixar para o futuro.

—–
Monstro sagrado: tinha me esquecido disso!!
—–
Amanhã, a terceira parte.

Um comentário em “Bom Dia! Terça, 22 novembro 2011”

  1. Previdi, não sei se você lembra que em 1995 o diretor de patrimônio da Sec de ADM do RS foi demitido na tvcom pelo Otomar Vivian? Era pq ele ficava com o dinheiro arrecadado com o estacionamento.Foi antes da construção desse prédio.Onde estava a dona eva nessa epóca?Não lembro se foi ela que denunciou ou se ela se omitiu.

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