Bom Dia!! Segunda, 16 de abril de 2012

“QUALQUER BOSTA QUE VEM DO RIO
OU DE SÃO PAULO TEM LARGOS ESPAÇOS!!”

A frase é de um amigo, daqueles que é excelente repórter. Conversamos no final de semana, por algumas horas. Ele está cada vez mais indignado com isso, com o “provincianismo dos ‘responsáveis pela cultura no nosso Estado'”.
Não tinha pensado nisso – até porque não dou bola para estas “atrações culturais”.
Enquanto ele falava me lembrei desssas estrelinhas da Globo que se apresentam no Theatro São Pedro e a dona do teatro, a dona Eva, adora tirar fotos ao lado. Dei uma rápida olhada no google e vi várias fotos da dona, com as canjicas de fora, ao lado das “estrelas”.

Na verdade, esses caras que lidam com a “cultura” no RS adoram tudo o que vem lá de cima.
Impressionante!!

Não os conheço, mas esses caras que escrevem ou falam sobre cultura não devem ser como o gordinho aí de cima?

Bando de bundões, não?

, continua o meu amigo, tem gente que diz assim: Bah, nada disso, tem várias bandas que tem espaços nas mídias gaúchas!! Claro que tem, sim. Sabe por quê? Porque essas bandas têm boas assessorias de imprensa, amiguinhos desses entendidos em “cultura”. Entrada para os shows, bocas livres, presentinhos, sabe como é, né?
Continua furioso:
– Não sei como funciona, mas a RBS, por exemplo, não oferece anúncios, assim no mole, para essas peças de teatro produzidas por aqui.
Tentei interrompê-lo várias vezes para falar que gosto muito do Núcleo de Especiais da RBS, mas ele não deixou.

O meu amigo já estava a uns 10 passos de mim, quando gritou:
– Há quanto tempo tu não ouves em novelas um músico daqui?
E ele mesmo responde:
– Hermes Aquino e Kleiton e Kledir foram os últimos!! Século 20!!!

Fui dar uma olhada nas trilhas das novelas que etsão no ar. As da Globo.
Na primeira que conferi, a Avenida Brasil, está lá:

Tchê Garotos – Cachorro Perigoso

Bah, isso só pode ser gente daqui.
Continuei para ver quem são.
Olha:
Na cidade de Porto Alegre (RS), em 1995, nasceu o Tchê Garotos. Antes, considerado um grupo tradicionalista, seus integrantes tinham uma proposta diferente: juntar as batidas das músicas gaúchas com compassos dançantes e alegres e mostrar aos brasileiros um novo ritmo. Para isso, precisariam criar o que, ainda, não existia no estado. Mas como mudar, um estilo tão conservador? Entraram em conflito de idéias até que, nesta transição, lançaram em 2000 um trabalho no segmento de tchê music, um estilo de vanerão com muita percussão e swing.
A mudança foi um choque para a sociedade e para o grupo, que foi censurado e proibido de tocar no CTGs (Centro de Tradição Gaúcha) e de usar a Pilcha (bota, bombacha e guaiaca). 


Hahahaha!!!
Gostei muito do Tchê Garotos, principalmente porque foram proibidos de tocar e CTGs e de usar fantasia de gaúcho.
Muito legal!!!

É aquele negócio: enquanto os gauchinhos ficam cantando “pingo e chinoca”, em banquinho de madeira no chão batido dos CTGs, o Tchê Garotos vai faturando em todo o Brasil!!

Garanto que o meu amigo não sabe dessa baita novidade do Tchê Garotos – e isso que ele acompanha todo o “noticiário cultural” para criticar essa gente.
Mas, também os “agitadores culturais” da mídia gaudéria devem desprezar essas bandas nativas.
Outro dia assisti ao filho do Taiguara, vindo direto do Rio. Acha que é cantor e pensa que sabe tudo de violão. Um horror!! Desafinado!! Nem o apresentador do programa aguentou.

Se quiserem escrever sobre o tema, é só mandar para o previdi@previdi.com.br.
Ou postar um comentário aí embaixo.

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