Ferro e Mais Ferro – 20/4/2012

PRESÍDIO CENTRAL DE PORTO ALEGRE:
VERGONHOSO PARA QUEM?

Percival Puggina, no FB

 Observando as imagens do Presídio Central de Porto Alegre, reiteradamente exibidas na tevê e em fotos de jornais, ocorre-me uma pergunta: quem demoliu aquela construção? Quem arrancou portas e arrombou paredes para que houvesse liberdade de movimentação interna dos presos? A maior parcela de responsabilidade pela situação física da construção é dos próprios presos sobre cuja dignidade humana tanto se fala, com justa razão.
Mas é bom lembrar que os presos destruíram quase tudo que ali se encontra em estado ruinoso. Ademais, em qualquer presídio responsavelmente administrado, quem cuida da limpeza são os próprios encarcerados. Então, também aquela sujeira expressa imenso desleixo dos usuários.
Por fim, outra grande parte da responsabilidade, a maior, sem dúvida, cabe ao Estado, que descumpre a primeira de suas funções essenciais (eu estou dizendo a primeira, aquela para a qual o Estado nasceu!) que é cuidar da segurança dos cidadãos.
Ante tal situação, os cidadãos comuns, ao contrário do que vem sendo dito, não têm de que se envergonhar. Têm que se aborrecer, entristecer, indignar. Mas não têm por que se envergonhar. Pagamos impostos suficientes para proporcionar presídios excelentes, mas quando o dinheiro chega na ponta do serviço público prestado não dá nem para manter uma pocilga.

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