Para sempre
O espaço hoje é do Claudio Thomas, ex-editor-chefe do Pioneiro de maio de 1993 a janeiro de 1998. Thomas trabalha no Governo de Santa Catarina.
Conheci o então gerente-geral do Pioneiro Luís Fernando Zanini em uma noite de abril de 1993, às vésperas da Semana Santa.
Foi em um jantar, organizado pelo jornalista José Barrionuevo, na época colunista de Zero Hora e um dos coordenadores do projeto de renovação do Diário de Integração da Serra. O motivo era especial. Eu havia recebido o convite para assumir como editor-chefe do Pioneiro, depois de seis anos como chefe de reportagem do Correio do Povo. Tivemos uma afinidade imediata. Até parecia que já havíamos trabalhado juntos.
Posso dizer, com certeza, que o Zanini foi um dos profissionais que mais contribuiu para a minha carreira como editor-chefe do Pioneiro e, depois, na transferência para o mesmo cargo no Diário Catarinense, em Florianópolis. E, em 2009, na mudança para o Diário Gaúcho, em Porto Alegre.
Uma das primeiras frases que ouvi do amigo, em Caxias do Sul, foi uma lição para mim: “Thomas, você já é um jornalista de sucesso, agora precisa ser um gerente”, ensinou Zanini, com convicção. Segui a recomendação ao pé da letra.
Meus quatro anos e meio no Pioneiro foram repletos de realizações e projetos exitosos. Zanini gostava de desafios e de colocar em práticas novas ideias. Lembro da primeira edição do caderno especial Nordeste Gaúcho, em 1994, um dos sucessos editoriais do jornal.
A grande cobertura editorial da primeira Festa da Uva, em 1994, um ano após o jornal ser incorporado pelo Grupo RBS e passar a ser impresso no parque gráfico de Caxias. Foi um sucesso entre os leitores e consolidou a relação do Pioneiro com os caxienses.
Em janeiro de 1998, deixei Caxias do Sul para assumir o DC, em Florianópolis, mas nunca perdi o contato com o ex-chefe. Falávamos com frequência sobre o dia a dia do trabalho e, principalmente, sobre sonhos e família.
Nunca esquecerei das nossas longas conversas à noite, logo após o fechamento das edições do Pioneiro, das centenas de eventos que participamos e das boas histórias de vida.
Amigo Luís Fernando Zanini, descanse em paz!
Você construiu uma história de ética e dedicação que ficará marcada para sempre.
O Cláudio Thomás é um competente jornalista e,sobretudo, um gentleman. Zanini que eu conheci quando estive na RBS era um apaixonado pelo que fazia. O sucesso do jornal Pioneiro tem suas bases no trabalho do Zanini. Zanini foi demitido e, lamentavelmente, suicidou-se pela perda sofrida em seus ideais profissionaIS. Zanini andava em profunda depressão desde sua demissão em janeiro deste ano. Não sei por que, mas a partida de Zanini me fez lembrar da morte de Fernando Miranda, um dos maiores diretores de tevê com quem tive a honra de trabalhar. Rogério Mendelski
Não sabia da morte do Zanini, e de forma tão trágica. Estou profundamente triste. Assino embaixo dos comentários dos comentários do Thomas e do Rogério. Fico pensando em tantos e tantos excelentes profissionais jogados fora pela empresa, às vezes por interesses mesquinhos de executivos psicopatas.