JONATHAN DO PASSO CERTO.
E O TEMPORAL DO TELEDOMINGO
Essa é a versão do século 21 do Joãozinho do passo certo.
Jonathan do passo certo.
Ele, só pode ser ele, o sujeito que sempre é contra a maioria das pessoas. Só ele está certo. Ele é contra tudo o que a imensa maioria das pessoas pensa. Se isso, ao menos, valesse alguma coisa para a sua vida, tudo bem. Mas o cara não consegue mais nem se eleger síndico do prédio em que vive.
Isso, Marcos Rolinho!!
Ele é uma figura.
Na década de 80/90 começou com uma bobagem chamada “luta anti-manicomial”. Queria que os manicômios, com o São Pedro, em Porto Alegre, fossem fechados e os louquinhos fossem tratados em casa, pelas famílias. Encheu o saco com isso. Aí eu cheguei a sugerir que ele levasse para a sua casa um maluquete do São Pedro pra ver o que é bom pra tosse.
Ele é contra a prisão perpétua, ele é contra a redução da idade para os bandidos juvenis serem presos ( e não “apreendidos”), ele é contra a venda de armas e, o mais incrível, ele foi contra os seus próprios empregadores. Explico: quando abriu uma vaga de conselheiro do Tribunal de Contas do RS – ele ocupa um cargo de confiança como assessor de imprensa – se lançou ao cargo. E mandou uma carta a inúmeras pessoas, escrevendo que poderia fazer muito mais do que os seus chefes. Uma carinha!!
Agora, é contra o “Manifesto contra a descriminalização das drogas”, divulgado esta semana e assinado por políticos, entidades médicas e religiosas. Está na Zero Hora de domingo uma joia da sua lavra.
Leia o final de sua pérola:
O Manifesto afirma, também, que “boa parte” (sic) dos acidentes no trânsito é produzida por pessoas “sob o efeito de maconha, cocaína” etc. Novamente, não há referência e nem ficamos sabendo o quanto é uma “boa parte”. Uau! E eu que achava que a esmagadora maioria dos acidentes era causada por motoristas alcoolizados. Este deve ser o meu problema: por ingenuidade, sigo achando que o álcool é problema mais sério do que todas as drogas ilegais juntas e que deveríamos já, há muito, ter proibido a propaganda de bebidas alcoólicas no Brasil. Bem, mas para uma medida simples assim, talvez nos faltem senadores e deputados e sobrem financiadores de campanha.
Ah, sim, Rolinho se apresenta como “especialista em segurança”. Hahahahaha!!!!
Por estas e outras é que um cara que foi deputado estadual e federal não se elege nem síndico do prédio em que vive.
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Como quase sempre assisto, ontem fiquei ali firme esperando o Teledomingo, atração da RBS TV. Quando a apresentadora aparece toda de preto e com o cabelo preso, pensei: “Bah, hoje o obituário deve estar longo!”.
Mas, não. Me chamou a atenção a chamada sobre a tragédia de Santa Bárbara do Sul, que foi parcialmente destruída por ventos fortíssimos no sábado. A apresentadora falou em temporal.
Pô, temporal??!!
Começou a matéria e a repórter de lá só se referiu a um “temporal”. Entra a moça do tempo e disse que os meteorologistas falaram em forte temporal e que não há dados porque na cidade não há uma estação para monitorar o tempo.
Tudo bem. Pensei que o Cléo Ventinho ia dar pitacos e, certamente, iria dizer que “foi um temporal fortinho”. Lembram, né? O cara garantiu que o ciclone Catarina seria um ventinho e que se poderia até surfar porque as ondas seriam um pouco maiores.
Aí, no meio da matéria, não prestei mais a atenção, mas cheguei a ouvir uma delas falando de ventos de “45 quilômetros por hora”. Pô, aí as imagens eram terríveis, casas demolidas, postes e árvores caídas, carros amontoados, um horror!!
Hoje de manhã fui conferir o que meteorologistas sérios falavam. Claro, fui no www.metsul.com/blog2012.
Antes da Estael Sias, o Alexandre Aguiar escreveu:
Técnicos da Defesa Civil descreveram faixa com aproximadamente um quilômetros de extensão e trezentos metros de largura em que houve destruição, reforçando a tese de que o município foi atingido por um tornado. O produtor rural e parceiro da MetSul em consultoria de tendências climáticas Gelson Pezzini, morador de Santa Bárbara, relatou à MetSul que ouviu depoimentos de residentes das áreas mais atingidas de objetos sendo “sugados em direção ao ar”. Segundo ele, telhas e outros objetos caíram em outras partes da cidade em que o vento não foi tão forte. Pezzini percorreu Santa Bárbara do Sul durante a manhã e registrou em fotos os danos espalhados pela cidade.
Olha só algumas fotos:
Aí leio a meteorologista Estael Sias, da MetSul:
Um violento temporal atingiu por volta das 21h30m do sábado (28) o município de Santa Bárbara do Sul, no Alto Jacuí. Dez residências foram destruídas e outras mais sofreram danos. Os danos estruturais foram severos em alguns pontos. Postes e árvores tombaram com a força do vento. Janelas de casas e prédios foram destroçadas. Vitrines acabaram estilhaçadas. Algumas árvores foram decepadas e outras perderam todas suas folhas. Dez pessoas ficaram feridas. A cidade ficou sem energia elétrica e equipes de emergência da região foram acionadas ante a incapacidade do contigente local atender as ocorrências.
Análise preliminar da MetSul Meteorologia sugere ser muito alta a probabilidade de que um tornado tenha se formado e atravessado parte da área urbana de Santa Bárbara do Sul. Os danos foram severos e os estragos mais importantes se concentraram numa faixa do terreno no sentido Palmeira das Missões-Saldanha Marinho dentro de Santa Bárbara. Tal como em São Francisco de Paula, em julho de 2003, houve casos de casas de construção sólidas destruídas totalmente com moradias vizinhas que nada sofreram. Em caso de microexplosão ou downburst ( há expansão radial do vento) ou frente de rajada (straight line winds) os danos severos teriam atingido área maior e não delimitada, como é o caso de Santa Bárbara do Sul. A estimativa da MetSul é que as rajadas mais fortes de vento tenham ficado no intervalo de 150 a 200 km/h, no limite entre um F1 e F2 na escala Fujita dos tornados. Não há estação meteorológica em Santa Bárbara do Sul. As mais próximas na região não indicaram vento intenso.
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| O “temporal” do Teledomingo |
Outro trecho da Estael Sias:
Tornados costumam ser mais frequentes em períodos de calor e umidade alta, entretanto ocorrem também no inverno. A história climática gaúcha revela alguns episódios graves de tornados na estação fria do ano. Os eventos mais traumáticos foram os registrados em São Francisco de Paula e Muitos Capões pela devastação e o registro de vítimas. O mais recente tornado importante e com danos relevantes no Estado no inverno se deu em julho de 2010 entre Gramado e Canela.
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Como o pessoal da RBS adora falar e escrever “suspeito”, poderiam ter lascado:
“A SUSPEITA É QUE TENHA OCORRIDO UM TORNADO EM SANTA BÁRBARA DO SUL”.
Prévidi: nós, que por anoseanoseanos trabalhamos aos domingos e feriados, conhecemos bem este fenômeno: é o efeito feijoada – ou churrascada, ou galinhada – que acomete os jornalistas nestes dias. Redações com pouca gente, e menos ainda vontade de trabalhar. Pô, o "ventinho" tinha que soprar sobre Santa Bárbara justo num domingo… Aí é brabo… Hahahaha
Caro Prévidi!
Vou fazer a defesa de quem não pediu e nem conheço. Ela falou que em Santa Bárbara do Sul não tem estação meteorológica, mas onde ela existe (citou Cruz Alta, parece-me), há o registro de velocidade do vento de 45 km/h, sendo este um vento normal(?)que não causaria tamanha tragédia. Um local tão próximo e com diferenças atmosféricas tão diferentes.
Não podemos esquecer que esse fenômeno deixa uma clareira do tamanho de uma pista de pouso de aeronaves, enquanto na vizinhança nada de mais grave acontece.
Um abraço e obrigado pelo Blog.