Não dei um “Bom Dia”” hoje porque estou na praia, em Oeisis International, e o dia está maravilhoso.
Fui caminhar, sol, muito legal. Pensar um pouco.
CONTINUO AFIRMANDO:
O SUS É UMA MERDA!!
No início da década de 90 compramos um terreno em Oeisis.
Já tínhamos passado uns veraneiros aqui e era ideal para as crianças.
Passados uns meses, começamos a construir. No lado do nosso terreno tinha uma casa. O casal morava lá.
O Valmor e a Terezinha.
No início não nos demos muito bem, mas logo começamos a conversar.
O Valmor era aposentado, ganhava uma mixaria, e tinha um Corcel, daqueles da década de 60/70.
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Ele acompanhou a construção da casa e quando ficou pronta ficou exultante.
Adorava uma caipirinha de vodka e eu estava sempre abastecendo ele. O casal não ia na beira da praia, mas o Valmor sempre ia conosco para jogar uma pelada com os meus guris. De tarde.
Entre as nossas casas não tinha muro, como eram as casas nesta época.
E o Valmor e a Terezinha sempre estavam lá em casa.
Eu fazia uma “massa de castelhano” – grano duro cozida no próprio molho de filé – e eles adoravam.
Foram verões maravilhosos, indescritíveis.
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Em uma ou duas temporadas, eles alugaram a casa e ficaram conosco, no quatro dos guris. Uma convivência muito legal. As mulheres reclamando das caipirinhas e nós dando risada de tudo.
Outras vezes, fora da temporada, o Valmor tinha vendido o Corcel, nós íamos buscá-los lá na avenida Assis Brasil.
Ele sempre me chamava de Mala; e eu o chamava de Velho.
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Bem, aí eles venderam a casa do lado da nossa e foram morar com a mãe da Terezinha, em Nova Tramandaí.
A velhinha morreu, venderam o apartamento da zona norte de Porto Alegre, e estavam legal, uma casa boa, um carro legal, até que o Valmor teve um treco.
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Velho ordinário – já o conheci de cabelos escassos brancos e uns olhos enormes azuis – fumou e bebeu a vida toda. O coração precisava de uma cirurgia.
E foram a luta.
Nós acompanhamos a luta deles, de longe.
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Numa das últimas vezes que visitei eles, levei um vinho dos bons. E ele olhou, com cara de triste, e me disse:
– Mala, não posso beber mais. O pateco não deixa!!
Esperava a cirurgia do SUS.
Foram meses e mais meses, anos, esperando a cirurgia pelo SUS.
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Agora, no final de julho, o Valmor estava no hospital para a cirurgia.
Num dia, olhou para a querida esposa, a Terezinha, e disse:
– Nega, acho que tô indo.
Deu aquele ronco e parou de respirar.
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Ontem a noite, durante o jogo do Inter com o Náutico, tive a notícia.
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Hoje, escrevo estas linhas banhando o teclado com lágrimas.
Previdi, Tu mostras neste relato todo o caráter e o coração que tu tens.O SUS é uma merda.Pacientes como o saudoso Valmor morrem nas filas de espera dos hospitais públicos.Fico triste de ver em Brasília um monte de canalhas que só pensam enriquecer roubando na merenda escolar,superfaturando remédios,roubando do povo.Os hospitais públicos estão cheios de cargos de confiança para abrigar seus cupinchas.Não conheço o seu Valmor.Mas pelo teu relato ele é mais uma vítima da merda deste sistema de saúde.Desculpe Valmor. Desculpe por estar há 20 anos em Brasília e nunca ter conseguido ajudar estes milhões de Valmores que morrem nas filas do SUS.Desculpe Valmor!Fábio Marçal
Meu caro não e só em Brasília. Observando melhor você irá perceber que isto ocorre e não é de hoje em todo o país, especialmente as Prefeituras médias e pequenas. Todos se servem e da forma mais vergonhosa possível e imaginável.
O que somos nós?
Carlos Reinaldo Mendes Ribeiro*
Vamos imaginar que o corpo humano seja um instrumento através do qual entramos em contato com a realidade. Mas que tipo de instrumento seria esse? Digamos que, por exemplo, seja algo parecido com um violino. Um violino que o músico utiliza para emitir vibrações sonoras que impressionam os nossos sentidos. Claro que o violinista é muito mais do que o violino, ainda que seja este que emita a música que escutamos. Pode-se confundir o violinista com o violino? Certamente que não. Ainda que quanto maior for a integração entre os dois, mais qualidade terá a música. Mas o violinista é uma pessoa e o violino um instrumento utilizado por ele. É certo, também, que o violinista utiliza transitoriamente o instrumento.
Pensar que nós somos o corpo é o mesmo que imaginar que o som que sai do instrumento é o próprio instrumento, ou que este possa gerar o som sem que haja algo mais do que ele próprio. Na verdade, o instrumento poderá desaparecer, mas o som pode ser reproduzido por instrumentos similares. Nós somos o som e não o instrumento. Nós equivalemos à música, que é individualizada e não um simples recurso para gerar vibrações. Assim como a música é eterna, bastando que se produzam as vibrações que a geram, também nós somos eternos e personalizados.
Um recurso didático interessante é comparar nosso corpo como sendo um computador e a alma, espírito, ou consciência, como um programa implantado nele. Antigamente o programa, ou arquivo, se perdia quando estragava o computador, depois se passou a ter registros externos e atualmente há registros em satélites. Provavelmente a concepção espiritualista seguirá o mesmo caminho, até chegar a Deus.
O materialista mais assumido não irá negar que sejamos individualizados, mesmo porque a certeza dele sobre algo é uma coisa particular dele; logo, individualizada. Pois bem, se somos individualizados, isso significa que somos uma parte de um todo, pois se assim não fosse, não seríamos individualizados, mas sim o próprio todo. Já que existe o todo e somos parte dele, está hoje sobejamente provado pela ciência que "o todo contém a parte, assim como ela contém o todo". Como por definição o todo não pode desaparecer, pois não seria mais o todo, e como ele está dentro da parte, esta também não pode deixar de existir. Quem é esse todo que temos dentro de nós? Sim, o todo é Deus, logo, Deus está em todos nós, e nós somos uma parte de Deus, como afirma a maioria das religiões.
A matéria, ou seja, o corpo ao qual damos um valor absoluto ao ponto de para alguns, ser o todo, na realidade só existe porque temos sentidos que detectam sua existência. Caso não tivéssemos os sentidos, a matéria não existiria para nós. Certamente o corpo humano é importante e assegura nossa individualidade terrena, mas é matéria que se degrada e se transforma em energia. O que é permanente é nossa consciência, alma ou espírito. Certamente nossa vida na Terra seria muito mais agradável, como é realmente para as pessoas espiritualizadas, caso pudéssemos nos libertar do temor à morte, do fatalismo do desaparecimento com ela e do temor de perder nossa individualidade. Nosso problema com relação à morte é que não conseguimos nos imaginar como algo destituído de matéria. A matéria efetivamente se degrada e transforma. Nós, enquanto energia, e vibração, somos tão eternos quanto a música ou um programa de computador. Seria um absurdo se todos os nossos registros estivessem "perdidos" pelo fato de ter estragado o computador, como antigamente acreditávamos ser inevitável. É muito mais lógico imaginar que sejamos um terminal ligado a Deus. A organização da nossa sociedade poderia ser beneficiada com esta percepção mais espiritualizada.
E teve um ex-presidente que falou que o SUS era quase perfeito e um bando de babacas acham ele o máximo, ficam babando sempre que ele fala.
Infelizmente o Sr. Valmor foi mais uma vítima dessa situação, em que poucos privilegiados tem toda assistência e os demais ficam nas filas.
Murilo – POA