É muito triste quando se vai numa cidade, por exemplo, procurar uma loja, bar, restaurante e não existe mais. Comigo já aconteceu várias vezes.
No início desse século fui a São Paulo com o jornalista Julio Ribeiro. Na Liberdade passamos rapidamente por uma loja: A GORDA ELEGANTE. Anos depois tentei encontrar para tirar uma foto. Tinha sumido do mapa.
Morei no Rio, até 1985, na esquina da avenida Copacabana com a rua Bolivar. Embaixo do edifício tinha um baita de um botecão, de uns portugueses, que tinha de tudo. E um chope da Brahma espetacular. Em 2010 fiquei num hotal na Bolivar mesmo, o Augustus. Deixei a mala e fui lépido tomar um chope com sanduíche de pernil de porco. Tava fechado!! Foi um baque!!
Esses são apenas dois casos frustrantes, mas foram inúmeros nesta longa vida.
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No sábado li na Folha de S. Paulo uma chamada na capa.
Quase caí da cadeira!!
“Prefeitura de São Paulo fecha boate Kilt; castelo será demolido”
Quando morei em São Paulo era ainda um adolescente, mas sempre quando passava na frente da boate ficava babando. “Um dia ainda entro aí”.
Passados uns anos fui passar umas férias em São Paulo. Consegui uma grana extra com a minha mã e numa noite encarei a Kilt. Me senti num bacanal romano!! Um negócio muito maluco. Fui outras vezes, mas jamais completei o serviço porque os preços eram impossível para um gurizão.
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Aí leio a notícia da FSP:
A Prefeitura de São Paulo lacrou o imóvel onde funcionava a boate Kilt, no entorno da praça Roosevelt (região central de São Paulo), nesta quinta-feira (23). O fechamento faz parte do processo de desapropriação da área que começou em 2010.
O pequeno castelo será demolido para ceder espaço a uma rotatória que dará acesso ao estacionamento do teatro Cultura Artística. A ação faz parte do projeto de revitalização da praça Roosevelt, que ocorre desde 2010.
A prefeitura não soube informar a data da demolição. O dono da boate alugava o imóvel. A reportagem não localizou o proprietário nem o dono da boate até as 18h40 desta sexta-feira.
A boate Kilt foi inaugurada em 1971 e é conhecida pelos seus shows eróticos. A decoração interna e o nome da casa foram inspirados na tradicional vestimenta escocesa, o kilt, uma espécie de saia xadrez utilizada pelos homens.
Os custos estimados de todas as intervenções da praça Roosevelt, incluindo as quatro desapropriações previstas na região, são de aproximadamente R$ 22 milhões, segundo a prefeitura.
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Para quem não conheceu o Kilt, é mais ou menos o que era o Gruta Azul da avenida Farrapos. Uma casa que na década de 70, 80 qualquer sujeito sabia, ao menos, da existência. Em todo o Brasil.
Hoje, comparável a Tia Carmen, de Porto Alegre.Ou ao Café Photo, no Itaim, em São Paulo.
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O pior dessa história que o Kilt vai dar lugar a uma rotatória!!
Pelo menos o prédio do Gruta Azul de Porto Alegre está fechado. Ainda não tenho notícia de que uma igreja evangélica alugou aquele antigo templo do prazer.
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Pena!!
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Boa semana!!
Espero que o Gruta Azul não feche antes que eu conheça o lugar…
Mas falando sério: estes bares, restaurantes e "cabarés" formam a identidade de uma cidade. Em Tramandaí tínhamos, até alguns anos atrás, uma quadra de bares/restaurantes tradicionais, onde se podia beber e comer na beira do calçadão da avenida Emancipação: Taiti, Bavária, Taberna do Willi, Palato, Casa Branca. Resta, decadentes, a Taberna e o Bavária. Agora fico sabendo que a Branquinha, na mesma avenida, vai fechar. Restam as feiras de fábricas…
Confessa logo que terminaste sim o serviço sÓ que no banheiro. hahahaha…
Não te zanga, pois eu não nasci velho, logo fui guri também.