BIÓLOGO CURA RATOS ATEUS
COM CÂNCER COM A IMPOSIÇÃO DAS MÃOS
Texto do Janer Cristaldo – cristaldo.blogspot.com.br
Genial!!
Como sabe quem me acompanha, tenho meus vícios noturnos. Na madrugada, para entender a humana indigência, dou uma zapeada pelas redes evangélicas. Um de meus diletos é o Edir Macedo. Outro o R. R. Soares. Nos últimos anos, tenho curtido o Apóstolo. Por Apóstolo, entenda-se o pastor evangélico Valdemiro Santiago, líder e fundador da Igreja Mundial do Poder de Deus. Em 1996, quando estava a desenvolver trabalho missionário em Moçambique, foi salvo por dois anjos de um mar cheio de tubarões brancos famintos, depois que ele, náufrago e obeso de 153 quilos, nadou oito horas sob a orientação do Espírito Santo.
Mas não era disto que pretendia falar. Em suas pregações às multidões, o Apóstolo costuma curar, desde Aids a câncer, com a técnica milenar da imposição de mãos. Leio na rede:
“Antes da imposição de mãos, fiéis louvam ao Senhor Jesus. O Apóstolo Valdemiro Santiago e a Bispa Franciléia, na Terça-feira do Milagre Urgente impuseram as mãos naquelas pessoas que vieram à espera de um milagre. Era visível a fila, e o milagre acontecia na hora. Dezenas de pessoas subiram ao altar da igreja mundial do poder de Deus e contaram o testemunho.
“O sorriso no rosto, onde havia lágrimas, a cura no lugar da dor, era fato, o milagre aconteceu na vida de muitas pessoas. O poder de Deus está aqui, ressalta o Apóstolo Valdemiro Santiago. Ele fala com alegria após horas impondo as mãos sobre os enfermos, não se cansa e realiza a segunda imposição do dia. A imposição de mãos é sinal visível de uma ação que tem lugar no mundo espiritual. Foi grandemente utilizada por Jesus Cristo em seu ministério e no ministério da Igreja em seu princípio”.
Vigarice para comprar fazendas no Mato Grosso, pensou o incréu que vos escreve. Ledo engano. A cura pela imposição de mãos é científica e foi comprovada, em 2003, pelo pesquisador Ricardo Monezi, da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo). Leio também na rede:
“Um estudo desenvolvido recentemente pela USP (Universidade de São Paulo), em conjunto com a Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), comprova que a energia liberada pelas mãos tem o poder de curar qualquer tipo de mal estar. O trabalho foi elaborado devido às técnicas manuais já conhecidas na sociedade, caso do Johrei, utilizada pela igreja Messiânica do Brasil e ao mesmo tempo semelhante à de religiões como o espiritismo, que pratica o chamado “passe”.
Segundo o cientista, durante seu mestrado foi investigado os efeitos da imposição em camundongos machos, nos quais foi possível observar um notável ganho de potencial das células de defesa contra células que ficam os tumores. “Agora, no meu doutorado que está sendo finalizado na Unifesp, estudamos não apenas os efeitos fisiológicos, mas também os psicológicos”, completou.
Sua tese de mestrado é dedicada ao Supremo Criador de todas as coisas: “À Deus, que durante todo esse trabalho e por toda a minha vida tem me acompanhado e iluminado, sendo o maior dos amigos e o melhor dos terapeutas… obrigado por ter me dado a chance de viver e aprender, obrigado pelo alívio nos momentos difíceis (que não foram poucos) e principalmente, e por diversas vezes, por ter me carregado em seus braços… eu sempre tive a certeza de que as pegadas que eu via na areia eram as suas!”
Para que não fiquem dúvidas a respeito de sua fé, antes do final das dedicatórias, dedica a tese “mais uma vez (e sempre !), a Deus, por ter me dado a possibilidade de encontrar pessoas tão especiais!!!”
A Deus ou a ratos tão especiais? Por que ratos? Porque o animal não cria vínculos com o terapeuta imaginando que será curado nem tampouco alimenta qualquer tipo de fé.
A imposição de mãos, já utilizada no antigo Egito, está fartamente documentada na Bíblia. Segundo alguns, sua primeira manifestação está no Levítico, quando Arão, pondo as mãos sobre a cabeça do bode vivo, confessa sobre ele todas as iniqüidades dos filhos de Israel, todas as suas transgressões e todos os seus pecados. E manda o coitado do bode para o deserto. Jeová mudará mais tarde as regras do jogo. Em vez de um bode para o deserto, mandará o Filho para a cruz. Mas isto já é outro assunto.
Em Marcos, estando nos confins da Judéia, Cristo impõe as mãos sobre algumas crianças que foram trazidas a sua presença. Para quê, Marcos não explica. As crianças não estavam doentes. Mais adiante, na terra dos gerasenos, Jairo, um dos chefes da sinagoga, pede a Jesus que imponha as mãos sobre sua filha: “Minha filhinha está nas últimas; rogo-te que venhas e lhe imponhas as mãos para que sare e viva”.
Nem foi preciso. À mulher, que sofria de hemorragia, bastou tocar as vestes de Jesus e ficou curada. Isso que o Cristo nem viu quem o havia tocado. Mais adiante, ainda segundo Marcos, Jesus cura um cego impondo-lhe as divinas mãos:
“Jesus, pois, tomou o cego pela mão, e o levou para fora da aldeia; e cuspindo-lhe nos olhos, e impondo-lhe as mãos, perguntou-lhe: Vês alguma coisa? E, levantando ele os olhos, disse: Estou vendo os homens; porque como árvores os vejo andando. Então tornou a pôr-lhe as mãos sobre os olhos; e ele, olhando atentamente, ficou restabelecido, pois já via nitidamente todas as coisas”.
O dom da imposição das mãos não é exclusivo do homem-deus. Em Atos, quando Paulo está ainda cego após a visão do Cristo na estrada de Damasco, o Senhor ordena a Ananias: “Levanta-te, vai à rua chamada Direita e procura em casa de Judas um homem de Tarso chamado Saulo; pois eis que ele está orando; e viu um homem chamado Ananias entrar e impor-lhe as mãos, para que recuperasse a vista”.
Ananias entrou na casa e impôs suas mãos a Saulo. Logo lhe caíram dos olhos como que umas escamas, e recuperou a vista: então, levantando-se, foi batizado. Ainda em Atos, ao chegar a Éfeso, o evangelistao impõe as mãos a um grupo de discípulos. “Havendo-lhes Paulo imposto as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo, e falavam em línguas e profetizavam”. Ou seja, a imposição de mãos não apenas cura, mas também transmite sabedoria.
Para eliminar qualquer relação com religião, assim como escolheu ratos machos ateus para suas pesquisas, o professor da Unifesp elegeu a técnica reikiana de imposição de mãos, que dispensaria a fé em qualquer deus. Reiki, para quem não sabe, é uma prática espiritual esotérica desenvolvida em 1922 pelo japonês Mikao Usui, é baseada na canalização da energia universal (rei) através da imposição de mãos com o objetivo de restabelecer o equilíbrio energético vital de quem a recebe e, assim, restaurar o estado de equilíbrio natural, seja ele emocional, físico ou espiritual; podendo eliminar doenças e promover saúde.
Mas se o reiki dispensa fé, não dispensa o monopólio das curas. Sem monopólio da profissão, não há terapia que sobreviva. Terapeuta Reiki ou reikiano, é aquele que recebeu iniciação de um mestre habilitado para tal, apto e capaz de iniciar e ensinar uma pessoa a utilizar a energia vital como método de cura, para si e para os outros, através do sistema alternativo conhecido por reiki. Uma vez realizada a sintonização, esse canal de energia estará aberto para toda a vida. Com a sintonização, as mãos irradiam vibrações que fluem a partir da cabeça, quando estão em contato com áreas em desarmonia.
O estudo de Ricardo Monezi está sendo desenvolvido agora com gente. Se dá certo com ratos, por que não daria certo com homens? Para a atual pesquisa, Monezi selecionou idosos de ambos os sexos, com idades entre 70 e 80 anos. A avaliação envolve aspectos físicos, espirituais, psicológicos, como ansiedade, depressão, e qualidade de vida.
Durante oito semanas, os pacientes passam por controle de pressão arterial, nível de tensão muscular, temperatura e eletricidade conduzida pelo corpo pois, quanto mais tensa, mais eletricidade a pessoa tem no corpo. A técnica de imposição das mãos é testada na primeira, na quarta e na oitava semanas.
Porém, desta vez, as mãos chegam a encostar levemente nos pacientes. ”É um toque sutil”, explica o pesquisador, acrescentando que o toque produz sensação de bem-estar e o idoso gosta.
Longe de mim querer contestar a douta pesquisa do professor. Mas vejo que, tendo optado pela técnica reiki de imposição de mãos, não utilizou nenhum terapeuta reiki em suas pesquisas. De onde concluímos que basta impor as mãos, seja de quem forem.
Para os espíritas, não existindo pessoa especializada para esta terapia, a imposição de mãos poderá ser feita por pessoa muito próxima, com a qual tenha vínculo afetivo (pai, mãe, marido, esposa, filho, filha). Desde que a pessoa não tenha ingerido carne vermelha no dia da imposição.
É neste momento que se revela a profunda ignorância deste ateu empedernido. Gastei uma fortuna em radioterapia e braquiterapia para curar meus cânceres. Quando bastariam duas mãos para curar-me, como prova a ciência patrocinada pela USP e Unifesp. E mãos amigas é o que não me falta. Quem sabe as minhas, por que não?
Bestas, mil vezes bestas, somos nós, os ateus. Como nós, esses milhares, senão milhões, de cancerosos incrédulos, que apelam a uma ciência cara e obsoleta para a cura de seus males.
Louvado seja o apóstolo Valdemiro Santiago!
Certa vez escrevi que o nosso remoto ancestral pouco tempo depois deambular criou a moeda como instrumento de troca e simultaneamente criou a religião para explicar a si não só sua origem como especialmente o seu destino quando da partida, do que embora alguns não neguem, todos se cagam de medo.
As religiões, todas elas sem exceção, usam o nome co Criador como se fosse propriedade delas e o fazem para acumular dinheiro. Essa é a verdade, pois ninguém até hoje me provou o contrário. Na Palestina, de um lado judeus e de outro palestinos, ao que sei povos oriundos de uma mesma vertente, brigam tal qual cães e gatos. O pretexto é o solo que dizem ser a “terra santa”. No Reino Unido lá pelos anos oitenta, na Irlanda, de um lado seguidores da igreja da rainha e do outro lado seguidores do império do vaticano todos eles professando o cristianismo e de ambos os lados membros de mesmas famílias trocavam tiros e se obsequiavam com bombas todos os dias.
Religiões foram, são e vão continuar sendo um ótimo negócio enquanto a humanidade não perceber que necessário usar o cérebro não somente para curtir abobrinhas na TV e outras coisas do gênero. A “inguinorância”, como diz o doutor prefeito aqui de Xangri-Lá, pois é voz corrente que diplomado por alguma universidade da vida embora alguns digam ser papo furado e outros que teria alcançado tal através de uma fraude, grassa em meio a todos nós. Hoje pensar e em consequência contestar é visto como algo feio, desagradável. Por favor, vão ao raio que os parta, pois eu dentro de minhas reconhecidas limitações penso e contesto sim, pois pago o meu aluguel ao final do mês e não tiro nada de ninguém e assim sendo sou reto.