CANDIDATOS, SABIÁS E O GALO
Acompanhei alguns programas eleitorais no Rio. Para prefeito não teria a menor dúvida em votar no Eduardo Paes. Não existem outros candidatos, por isso vai vencer no primeiro turno. O filho do César Maia, Rodrigo, é um zero a esquerda – é apoiado pelo Garotinho, que aparece na TV com batom vermelho e ruge nas bochechas. É incompreensível a paixão da “intelectualidade” carioca com o Marcelo Freixo, do Psol.
Como “turista” apaixonado por Copacabana gostei do que vi – guardas municipais e mais guardas municipais, PM e mais PM. Claro que não é nenhuma brastemp, mas a gente pode andar nas ruas sem um moleque tentar te roubar. Se pode tomar chope nos quiosques na avenida Atlântica sem estar se cuidando.
Na TV é aquele caos de sempre, especialmente na zona norte. Morre gente por segundo. Chacinas, o escambau. Mas, olha, isso não tem solução. Tende a aumentar. Saúde? O SUS é uma merda em todo o Brasil. Já me convenci de que os administradores brasileiros adoram fazer estradas; detestam construir hospitais. Todo dia vejo vans passando na avenida João Pessoa, em Porto Alegre, como frases tipo “A Saúde em Primeiro Lugar” – para quem não sabe são as vans das prefeituras que despejam doentes todo santo dia nos hospitais da cidade.
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A imensa maioria dos candidatos a vereador do RJ é uma piada. Como aqui. E certamente como em todo o país. Para terem uma ideia: no Pânico tinha ou tem um gordo, negro, que eu sempre pensei que fosse dodói da cabeça. O sujeito sabe tudo de novela da Globo. Pois bem, esse infeliz é candidato.
Em Porto Alegre posso, ao menos, citar uns 10, 20 candidatos que gostaria de ver na Câmara. Lá, não sei se tem algum.
Ainda bem que não passei por São Paulo, porque o paulistano tem uma capacidade de eleger porcarias. Mas como a cidade cresce sozinha, prefeito e vereadores são mais do que secundários.
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Gosto muito do Rio.
Saibam que lá não existe sabiá. Uma beleza!! Pelo menos em Copacabana.
A gente deita, acorda na madrugada e não tem um raio de sabiá cantando.
Mas, acreditem: fiquei no Posto 5. Num edifício de frente para a avenida Copacabana. Barulho de carros e ônibus não me incomoda. Nem gritaria dos bêbados. Tudo bem. No segundo dia acordei na madrugada. Achei que tinha sonhado. Fechei os olhos. Não demorou 30 segundos: cocoricóóóóó!!! Um demolidor galo sem sono!! O infeliz cantava as madrugadas inteiras!!! Na segunda ou terceira vez que acordava ele já estava meio rouco e aí parava. Legal, estava no Rio!!
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Na madrugada de quarta para quinta passada os sabiás da Cidade Baixa estavam enlouquecidos. Uma, bem na frente da minha janela, caprichava no desafino. Aí fiquei prestando atenção: depois dos tradicionais piriri, poróró, ela gritava “denorex”. Sério!! Levantei pra ouvir. Era “blenorex”.
Será que sonhei??