ALGUNS FATOS PITORESCOS
DESTA ELEIÇÃO EM PORTO ALEGRE
Quem me acompanha sabe que não me alinhei a nenhuma candidatura a prefeito de Porto Alegre. Também não fiquei paparicando os candidatos a vereador que torço pela eleição. Muito menos tratei daqueles que sou torcedor fanático para que não se eleja.
Light, mais do que light.
Analisei apenas, como telespectador, os programas de TV dos candidatos.
No FB, por exemplo, não entrei em debates sobre candidatos, porque muita gente se esquece que as nossas vidas voltam ao normal na próxima segunda-feira. Quer dizer, espero que as amizades voltem ao normal, sem ressentimentos.
Lembro muito bem da eleição de 1982 para o Governo do RS. A primeira permitida pelos milicos.
Claro que torcia por um dos que pudesse vencer o candidato do PDS, a ex-Arena. Pedro Simon e Alceu Collares tinham chances de derrotar Jair Soares. Aliás, Simon tinha a faca e o queijo na mão para governar o Estado.
No dia em que o TRE anunciou oficialmente a vitória do Jair Soares, saí de noite da Assembleia Legislativa, meio abobalhado, junto com o falecido professor Paulo Bráulio Saldanha.
No meio da praça da Matriz, “filosofei”:
– Que merda, o que vai ser desse Estado, o que vai ser da gente, professor?
O sábio Saldanha não pensou muito:
– Tudo vai continuar como está. Nossa vidas vão continuar, nada muda.
Aprendi que uma eleição é apenas um episódio em nossas vidas. Nada além disso.
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Independente de quem ganhar a eleição em Porto Alegre, nossas vidas vão continuar. Claro que vão existir debiloides que vão passar os próximos quatro anos contestando tudo que o prefeito faça, mas isso é normal. Imbecis vão continuar sendo contra tudo – não esqueça que tem gente que é contra a revitalização do Cais Mauá; outros são contra até mesmo a poda dos jacarandás e ipês; idiotas não querem que se toque na “vegetação nativa” naquela área que foi aterrada no Guaíba.
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Tá certo, muita conversa para tratar dos FATOS PITORESCOS DESTA CAMPANHA EM PORTO ALEGRE.
Vamos a eles – mas, por favor, são meras observações de um eleitor. Apenas isso.
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1 –
Moro na Cidade Baixa. SEMPRE foi o principal reduto dos petistas. As várias vitórias dos candidatos do PT sempre foram comemoradas no bairro. A avenida João Pessoa, as ruas Lima e Silva e República, então, ficavam intransitáveis. Durante a campanha, eram raríssimas as janelas de casas, apartamentos e os carros que não tinham propaganda petista.
Inúmeros passeavam com as bandeiras vermelhas apoiadas no ombro, cheios de orgulho. Virou moda andar com os mais variados tipos de camisetas. As mocinhas desfilavam com seus cachorrinhos vestidos com abrigos de propaganda petista. Famílias inteiras na Redenção de vermelho. Um negócio bonito.
Meus amigões que moram em outros Estados e não tiveram a oportunidade de vir a Porto Alegre nesta campanha não vão acreditar. Sei disso e podem até falar que estou brincando.
Acreditem: as bandeiras, camisetas, abrigos dos cães, tudo sumiu da Cidade Baixa e de toda a cidade. Não existem mais propagandas nas janelas e carros. Nada, absolutamente nada.
Não existem mais petistas – pelo menos aqui no bairro.
Tenho um amigo que diz que todos estão em Brasília, “desfrutando das boquinhas federais”.
Maldade.
É um fenômeno que os tais “cientistas” sociais e políticos deveriam analisar.
Tenho apenas uma convicção: É um fenômeno que não tem “culpados” locais, muito menos o Villaverde. Levo livre até a carranca do comandante Raul. Posso estar completamente enganado, mas há apenas um culpado, se é que se pode usar essa palavra: Lula e seus asseclas. Aquela foto do Lula com o Maluf é de matar!!
Por isso que não consigo entender a presença de Lula na campanha do Villa. Muito menos entendo a insistência com a Marina Silva.
Sei lá, mas os marqueteiros falharam. Ou foi o candidato?
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2 –
Sempre brinquei muito com a deputada federal Manuela D’Ávila. Sempre a tratei como Musa Comunista. Já escrevi que ela deveria ser nomeada embaixadora na Albânia, que poderia ser eleita prefeita em Porto Alegre em 2036, e por aí vai. Há pouco tempo falei com ela, ao final do programa do Bibo Nunes. Me disse que ficava furiosa com as minhas “brincadeiras”. Conversamos mais de uma hora.
Mudei de opinião sobre a MC. É simpática e, fundamentalmente, uma figura envolvente. Um sorriso maravilhoso. Acreditem, justificável os apoios que conquistou para esta eleição.
Interessante é que a Manuela que se viu neste período de campanha não é a Manuela que me tornei fã.
Na TV mostrou-se uma pessoa amarga, séria, uma velhinha bonitinha ranzinza. A cara de seus correligionários do PCdoB – mesmo que a sigla tenha sumido das propagandas. Ao final de cada fala, azeda, dava um sorrisinho, tão verdadeiro quanto ao de Simplesmente Maria do Rosário na campanha passada. Um horror!!
O maior trunfo de Manuela, que não foi destacado?
A alegria de sua juventude, o seu sorriso e, claro, o extraordinário apoio que teve nas eleições em que participou. Mas ela desprezou isso.
E o porto-alegrense não engoliu essa “nova Manuela”.
Sei lá, mas os marqueteiros falharam. Ou foi a candidata?
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3 –
Vamos combinar: o PDT não é um grande partido há muito tempo. Nem médio. É um partido de segunda linha. Antes mesmo da morte de Leonel Brizola já estava neste patamar. Sobrevive em função de algumas lideranças, em que pese aquela figura lamentável – Lupi, o falso.
José Alberto Fortunati é uma dessas lideranças. Tem uma sólida formação – começou no Sindicato dos Bancários, passou pelo PT, onde foi eleito deputado estadual, federa e vice-prefeito, e no PDT só teve um fracasso – não se elegeu deputado federal em 2006. Mas, afinal, todos os grandes nomes da política brasileira também tiveram algum tipo de fracasso.
Prefeito, com a renúncia de José Alberto Fogaça, fez tudo certo.
Só não conseguiu fazer ainda mais porque herdou alguns secretários pra lá de lamentáveis – medíocres, na verdade. Sei várias histórias, que jamais contarei. De dar até pena do prefeito.
Agora, tudo indica que será reeleito. As pesquisas indicam que poderá vencer no primeiro turno. Trabalha para isso.
Por duas oportunidades gostei muito do que falou.
Disse, por exemplo, que vai mexer profundamente na estrutura administrativa. Olhem, isso vai ser excelente para a cidade, porque poucas pessoas sabem a esculhambação que é a máquina da cidade. Um negócio completamente maluco. Nada funciona como deveria.
Comentou também que os seus secretários, o primeiro escalão, será da sua estrita escolha. nada de “dirigentes partidários” imporem nomes.
Bah, se conseguir isso, Porto Alegre vai agradecer a ele eternamente.
Já escrevi que os seus programas de TV foram irrepreensíveis. Não lembro de ter visto propagandas tão boas. Perfeitas. Certamente, ganhou votos.
Sei lá, mas os marqueteiros acertara. Ou foi o candidato?
Você José Luiz, não se alinhou a nenhuma candidatura???Fala sério!!!Só ,quem não sabe ler!! Fortunati,teu escolhido pelo que li, não passou pelo PT.Dizer passou, é desconsiderar jornalisticamente sua trajetória.Aliás,isso hoje é o mais comum na comunicação.Ele viveu 22 anos de sua vida no Partido Trabalhista 1980-2002.Não são poucas pessoas que sabem da esculhambação da máq. da cidade,como você cita.Eu também sei!hoje essa "esculhambação" é dele!Ele que é o prefeito!Ou não?É muito constrangedor começar a ler teu blog…"Quem me acompanha sabe que não me alinhei a nenhuma candidatura a prefeito de Porto Alegre" e terminar com voto aberto.Putz!!!
Voto aberto?
Me poupa, por favor.
Repito: NÃO ME ALINHEI A NENHUMA CANDIDATURA.
Ou será que a propaganda do Fortunati não foi a melhor?
Foi isso que escrevi.