Bom Dia!! Terça, 16 de outubro de 2012

DONA COTA, A COTINHA, NÃO ERA NEGRA. MUITO MENOS MULATA!!!!

Dona Cota gostava muito dessa foto: “Sou branca!!”

Hoje de manhã, 7 e pouco, liguei o meu radinho na sacada, para não acordar ninguém, e já tinha começado o boletim de um dos meus ídolos, o Fábio Marçal, que fala de Brasília para a Rádio Guaíba. Estava indignado com as cotas de negros nas universidades: “Basta o cara dizer que é negro que a palavra dele vale para ter a sua cota. Um alemão pode dizer que é negro e basta!!”. Estava furioso o Marçal, e com razão.
Mas aí não ouvi mais do que eles conversavam. Viajei!
Lembrei da querida Dona Cota – as pessoas mais próximas a chamavam de Cotinha. Morava lá na Branquinha, distrito de Viamão. Moramos lá pouco mais de um ano, no que chamávamos de sítio, no final dos anos 80. Era muito legal. Na época área rural, mesmo.
Dona Cota morava há uns 100 metros da nossa casa. Tinha três filhos e todos tinham casa no entorno da dela. Alcebíades, Alcides e Adilson. Cada um deles tinha três filhos. Dona Cota implicava muito com a família do Alcides. Ele sofria muito com a perseguição da mãe.

Era inexplicável, mesmo. O bom Alcides era casado com uma loira. Loira de verdade. Daquelas de pele branquinha, “branca que nem uma porcelana”. A Joana era bonita. Pois bem, os três filhos do Alcides e da Joana eram negros. Sabe-se lá o motivo, porque Alcides, assim como Dona Cota e os irmãos, eram mulatos claros.
Dona Cota ficava indignada!!
– Esses filhos do Alcides puxaram o sangue ruim dessa desaguada da Joana!!
E sempre repetia:
– A nossa família é de cor branca!!

Hoje, os metidos a “politicamente corretos” não entendem a Dona Cota.
Ela nasceu na década de 20 do século passado e, neste tempo, os negros não eram “cidadãos de primeira linha”. Queiram ou não, a escravidão era ainda presente. Para terem uma ideia, Cotinha já acordava maquiada – quer dizer, caprichava no pó-de-arroz na face e inclusive nas mãos. No verão, passava até nos braços.
Dona Cota era branca!! E ponto!! Seus filhos foram criados como brancos!! Se comportavam assim!!

Tenho saudade de conversar com Dona Cota.

Voltei a ouvir o Fábio Marçal.
Ainda indignado com as cotas para negros nas universidades.
Com toda a razão.
Fico sempre preocupado com ele, porque nem é oito da manhã e o cara só trata de baixarias e mutretas de Brasília.Tem que cuidar do coração!!
Fiquei também pensando que, hoje, é muito fácil ser negro.
Já vi várias pessoas falando com um alto grau de orgulho coisas assim: “Nós, negros…”. E aí tu olhas bem pro sujeito e o malandro não tem nada de negro!!
Aí um malandro desses assina uma declaração, afirmando que é negro e, pronto!!, já tem uma molezinha pra entrar na faculdade. Não é fácil?

Li ontem um título que dizia mais ou menos isso: Dilma quer cotas para negros no serviço público”.
Já imaginou que molezinha, hein Paulo Ricardo Moraes?
Para quem não sabe, o Paulo – Baiano ou Negão – é jornalista e funcionário público de Porto Alegre. Ralou muito. O conheço há mais de 30 anos e sei que não foi mole a sua vida.
Hoje, o Paulo teria mole para entrar na faculdade e, de repente, uma cotinha para uma boca no serviço público.
Em tempo: O Baiano não foi criado como riquinho e muito menos como classe média. Seus pais também ralaram muito para o criar.

Olha estou pensando seriamente em me tornar negro – ou afrodescendente, como queiram.
Vai que sobra uma boquinha aí em um dos governos.
Aliás, posso tentar o golpe em março, quando volto da minha temporada em Oeisis International e estou com a pele bem escura.
Que tal?

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