O TATATA MORREU TRISTE
TÂNIA CARVALHO:
Pessoas queridas, eu estou FURIOSA!!!!!
Agora o povo vai buscar as gravações do Tatata para homenageá-lo. Por favor!!!!! Não façam isso.
Que hiprocrisia!!! Lágrimas de crocodilo!!!!
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FERNANDO ALBRECHT:
O meu amigo Renato Rosa, que conheceu o comunicador Tatata Pimentel desde os anos 60, envia um e-mail sobre os áureos tempos da noite de Porto Alegre – os dois eram amigos desde aquela época. A última vez que o marchand – hoje radicado no Rio – Renato e Tatata conversaram foi na missa de sétimo dia de outro amigo comum daqueles tempos, Felipinho Oppenheimer. Os dois foram ao bar ao lado da Igreja
Santa Teresinha e botaram a conversa em dia.
Renato conta que o achou “muito abatido, magrinho, acabadinho mesmo, e sem humor. Imaginem o Tatata sem humor…o Tatata que me deu o Sketchs of Spain do Miles Davis!”. Um contraste violento com os tempos dele na TVCOM, da qual foi aposentado não faz muito.
“Na verdade ele estava deprimido, solitário, sem confessar, evidentemente, achava-se abandonado, sem valor”. “Foi-se um dos homens mais cultos do Rio Grande do Sul”, comove-se Renato.
Verdade!
Esse negócio de sermos descartados depois de certa idade como uma geladeira velha ou um móvel, é uma das faces mais cruéis dos tempos de hoje. Eu isso entendo por um lado, mas o caso não se resume nisso. O que piora tudo é a nossa cultura de considerar velhos-velharias, ao contrário dos países orientais, onde eles são respeitados e consultados.
Não vi, em nenhuma matéria da RBS, nenhuma entrevista com a Tania, sabidamente grande amiga do Tatata.
Pela manifestação dela sabe-se agora muito bem o motivo.