SONHO DE “JORNALISMO”
PARA OS DEFENSORES
DE SUPOSTOS CRIMINOSOS!!
Anjo plebeu é injustamente considerado
suspeito de um suposto crime. Sem provas!!!
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| O suspeito Deividisson Silva de Silva |
– Mais uma manipulação da mídia!! Sempre a malfadada mídia!! Acusam, mas eu indago, eticamente: Onde estão as provas?
A declaração categórica e definitiva é do doutor, professor e estudioso da Ciência do Direito Asdrúbal Athanásio Menezes de Cervantes, ao chegar ao local do suposto crime que seu cliente, o jovem trabalhador e estudante Deividisson Silva de Silva, é suspeito de praticar o bárbaro crime.
“Provas, eu quero provas”, indaga, solerte, o Doutor Menezes de Cervantes.
Os supostos fatos e as acusações ao suspeito Deividsson:
Na noite da última quarta-feira, a vizinhança da residência número 69, da Rua Doutor Epaminondas Epitáfio, bairro Paraíso Terrestre, foi despertada na madrugada por gritos lancinantes de uma mulher e crianças. Ato contínuo os pacíficos moradores escutaram tiros. Os que estavam nas soleiras afirmam que viram o ex-chefe da família, Deividisson, sair correndo, com uma arma na mão.
A Brigada Militar foi chamada e constatou o suposto óbito de Suelem Silva e dos filhos He-Man Silva e Shi-Ra Silva. “Foi um bárbaro crime, suponho”, explica o delegado Marco Aurélio Souza. E continua: “Já temos um suspeito, como toda a vizinhança viu, o ex-marido Deividisson Silva de Silva. Aliás, agentes da Delegacia de Capturas já está atrás do suposto meliante”.
INDIGNAÇÃO
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| A coletiva de Asdrúbal Athanásio |
Como podem notar no flagrante acima, o doutor Asdrúbal Athanásio Menezes de Cervantes, responsável pela defesa do jovem trabalhador e estudante Deividisson Silva de Silva, concedeu entrevista coletiva.
– Meu Mestre, o maior Magistrado do Brasil, o Doutor e Ministro Ricardo Lewandovski ensina que são necessárias provas claras para que a mídia possa fazer qualquer suposta acusação!! Mestre Lewandovski não ocupa esta posição por nada!! Provas!! Onde está a prova de que Deividisson esteve nesta casa para praticar este suposto crime? Onde estão os corpos das chamadas vítimas? Como o instituto especializado não deixou os supostos corpos assassinados no lugar?
E conclui:
– Não há provas!!
Um suposto jornalista se atreveu a fazer uma pergunta a sumidade chamada Menezes de Cervantes.
– Doutor, até os cães da rua sabem que foi o Deividisson que matou a mulher e as crianças!!
– Meu jovem, mais uma ilação da mídia irresponsável!! Onde fica o princípio da presunção da inocência?
Querem condenar um jovem trabalhador e estudante antes de ser julgado!!
Outro suposto jornalista se atreveu:
– Mas doutor Asdrúbel, o Deividisson já foi preso duas vezes, com base na Lei Maria da Penha, por dar surras na Suelem, outra vez foi em cana por atirar álcool e um fósforo na mulher!! Além disso, tem três acusações de estupro e quatro por tráfico de cocaína. E ainda tem um homicídio nas costas.
– Calúnias da imprensa marrom!! Deividisson é trabalhador e estudante!! Jamais bateria em uma mosca. Jamais foi condenado!!
– Mas ele já foi preso várias vezes!!
– Vocês, da imprensa comprometida com interesses espúrios, insistem nessa asneira!!
Mais um metido pergunta:
– Doutor Asdrúbal Athanásio, o senhor sempre disse que não sai de casa para defender alguém por menos de 100 mil reais. Como o suposto criminoso conseguiu esse dinheiro?
– Nessas horas, meu filho, os amigos são solidários.
– Mas ele é pobre, a família do Deividisson é pobre, os amigos dele são pobres, de onde podem conseguir 100 mil reais?
– Para encerrar: problema deles.
CONFESSOU
Duas horas depois de ser capturado, o jovem trabalhador e estudante Deividisson Silva de Silva foi capturado na casa de sua progenitora, Marilyn Terezinha Silva de Silva.
Ao conversar com repórteres comprometidos com o espetáculo midiático, o jovem trabalhador e estudante cedeu às pressões, na frente das câmeras de TV:
– Sim, fui em quem matou os três. A Suelem, o He-Man e Shi-Ra, meus queridos filhos. Me deu um branco na mente e eu nem me lembro mais do que aconteceu!! Fui eu que matei todos!!
Neste exato momento adentra ao local o doutor, professor e estudioso da Ciência do Direito Asdrúbal Athanásio Menezes de Cervantes:
– Deixem o meu cliente em paz, representantes da mídia comprometida com interesses espúrios!! Ele não confessou nada!! Está apenas repetindo o que vocês querem!!
Deividisson o interrompe:
– Doutor, eu matei mesmo. O sangue me subiu pra mente e eu mandei bala neles!!
– Não atirou e não matou, Deividisson!! Você é inocente!! Você tem problemas psíquicos!! Você é trabalhador e estudante. Inocente!!
Neste momento, o doutor Menezes de Cervantes pegou seu cliente pelo braço e o levou para o camburão.