ESPECIAL – 3 de dezembro de 2013

PORTO ALEGRE É ASSIM!

QUE CHEGUE LOGO MARÇO.
OU NÃO?

Texto de 5 de março de 2009:

Graças ao bom Deus
jamais fui a um desses “Natal em Gramado”

Tenho uma foto, com menos de
dois anos, com cara de poucos amigos e agarrado na barba de um Papai Noel. Foi
tirada na finada Loja Sears, em Botafogo. É estranho, mas jamais gostei dessas
grandes festas. Para que tenham uma idéia, não fui nem na minha formatura no
Jornalismo.
Pavor mesmo tenho dessas
chamadas festas de final de ano. O 31 de dezembro chega a me dar arrepios só de
pensar. Sempre gostei – e vale até para os dias de hoje – do dia 24, quando os
presentes são distribuídos. Sempre foi uma festa nas minhas casas. Graças ao
bom Deus jamais fui a um desses “Natal em Gramado” – deve ser de vomitar, vendo
o bom velhinho chegando de trenós com isopor imitando neve. E aquelas caras
exclamando o “ohhh!!!, que lindo”!!!
Fora isso, também são datas
depressivas – ou tem outro adjetivo? Não sei o por quê. Mesmo não gostando fico
assim, macambúzio Sei que vão dizer que é coisa de viado, mas não, talvez
porque saiba que milhares e milhares de crianças não ganham xongas. 
Um parênteses: há uns anos,
os meus dois filhos já crescidos, o Natal chegando e eu duro. Nada que o Corel
não resolvesse. Fiz, durante vários dias, vales-compra para serem resgatados em
janeiro, quiçá fevereiro. Não colou, mas eles deram risada da minha
“criatividade”. Fecha o parênteses.
Por causa das crianças sempre
tivemos o presépio, a árvore e as luzinhas na sacada. Criança gosta, não
adianta. E os presentes ficavam numa bota gigante, vermelha. Um jantar legal,
rabanada, aquelas nozes e castanhas da vida. E o Roberto Carlos deitando
cantoria.
Aí passa o tormento das
“festas” e Porto Alegre se muda para o litoral. As vezes não gosto de acordar e
ver a cidade vazia. Ir ao centro da cidade e não ver aquele enxame de pivetes.
Ou não ter um guardador de carros para brigar. Restaurante e bares vazios, com
os garçons com cara de tédio. Me sinto morando no interior – bah!, aí já seria
praga de ex-namorada.
Lá pelos primeiros dias de
janeiro fico uns 15 dias na praia, onde tenho uma casa confortável, mas que os
ladrões insistem em levar até os quadrinhos da parede.
É um inferno real.
No início desse ano, um
domingo, fui comprar gelo porque chegariam umas visitas. Não existia gelo na
minha praia e nem nas vizinhanças. Gelo!! Um prosaico saco de gelo! Aí fui a cata
de pão. Nem de forma!
Tive muita saudade de Porto
Alegre.
É, Porto Alegre é ótima no
verão.
Para se ter uma ideia, nada
como ler um Mestre, Luis Fernando Verissimo. O texto faz parte de um projeto que ainda não desisti.
Claro, sobre Porto Alegre.
A SAPA – Sociedade Amigos de
Porto Alegre – foi criada pelo publicitário Jesus Iglesias.
Para ser membro bastava
acreditar, como o Jesus, que não havia melhor lugar no estado para se veranear
do que Porto Alegre. Sua vantagem sobre os outros balneários era enorme: tinha
uma infra-estrutura que nenhum outro tinha, mais cinemas, mais
restaurantes – e esvaziava no verão, ao contrário dos outros, que enchiam.
Ficava perto do mar (está bem, não tão perto, não se podia ter tudo), mas
ventava menos e o risco de queimaduras ou bicho do pé era menor…
 A SAPA não tinha sede e, que eu saiba,
nunca se reuniu formalmente. Quer dizer, seus  membros  também não
precisavam se incomodar com estatutos, atas, eleições de diretoria, etc.
além de só conhecerem engarrafamentos na freeway de ouvir falar, e dar
risada. 
O Jesus, infelizmente, já
morreu. A única desvantagem da SAPA não existir formalmente é que não há um
lugar onde colocar a placa que o seu fundador merece.
E encerro com um pedacinho de
uma música do Lupiscínio Rodrigues, Bom Conselho. Não sei ao certo, mas deve
tratar-se das chuvas de verão:
“Eu semeio vento na minha cidade/
Vou pra rua e bebo a
tempestade”.
Ah, Porto Alegre!
Natal inesquecível
·       
Não faz muito
tempo, passamos o Natal em
Gravataí. Isso mesmo, nesta progressista cidade da Grande
Porto Alegre, a cidade da GM. Para amenizar a fiasqueira de sair com as três
cadelas de casa durante o dia, resolvemos ir para a praia lá pelas 11 e meia da
noite do dia 24 de dezembro. Rádio ligado, o locutor faz uma auê danado a
meia-noite. E nós ali, dando risada, “o Natal em Gravataí”, pela primeira vez
em nossas vidas.
·       
Há muitos anos,
passei um Natal na casa de uns amigos da minha mãe. Eram todos espíritas e
cheios de mandingas. Incluía caroços de uvas dentro da carteira, saltar não sei
quantas vezes com o pé direito, um monte de coisas. Não deu certo, foi um ano
horroroso pra mim.
·       
Ainda não passei
um Natal sozinho, mesmo com esta minha idade avançada. Acredito que um dia
ainda vou conseguir. E sem ver TV. Apenas curtir as minhas recordações. De
todas as bobagens dos Natais passados. Vai ser legal.
·       
É curioso, mas o
cinismo predomina nas festas de final de ano. No Natal então, é de lascar.
Todos perdoam as falcatruas dos parentes, até os escroques são esquecidos. O
“espírito natalino” libera geral. Mas só no Natal. Depois, tudo volta ao
normal.

·       
Natal é Natal
assim como Prévidi é Prévidi.

2 comentários em “ESPECIAL – 3 de dezembro de 2013”

  1. É pena que voce não goste do natal de Gramado, pois lá tem coisas muto boas.
    Frequento Gramado ha muito tempo e tenho ido aos 15 ultimos Natais.Claro que não vou nos dias que antecedem o Natal , mas sim perto do dia 5 de dezembro que é perto do aniversário de minha esposa e nem nos fins de semana pois nestes dias tem muita gente na cidade. Ficamos lá por uns 3 ou 4 dias e procuramos as melhores atrações . O Nativitatem é quase como uma òpera á ceu aberto. Atrações e cantores impecáveis , deixando as pessoas que lá estão, muito agradecidas pelo espetaculo. A Fantastica Fabrica de Natal tambem é de encher os ohos , agradando principalmente as crianças.
    O grande Desfile, até o ano passado era Excelente, com musicas adequadas e quase uma hora de programação deixando todos, encantados e maravilhados. Este ano , realmente. deixou a desejar . Mudaram as musicas originais que eram excelentes e colocaram outras sem nenhum atrativo. E o tempo caiu para 30 minutos. Muito mal organizada a entrada das pessoas e um total despreparo dos organizadores. Parece que os problemas que aconteceram nos ultimos anos, escandalos com a Secretaria de Turismo e os responsáveis pelos Natal de Gramado, se fizeram sentir principalmente no Desfile e na decoração da cidade. E, pelo amor de Deus : -Tá hora de pararem com aquela neve de espuma de sabão. Molha as pessoas e se torna muito desagradavel . Um poco só estaria bem melhor, mas parece que querem esconder o mau desfile, com espuma .

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