Quarta, 12 de fevereiro de 2014

EXCLUSIVO!!
URGENTE!!

AO JORNALISTA FERNANDO ALBRECHT

Carta psicografada de um jornalista que ajudou a fundar a Rádio Guaíba. O Centro Espírita do Erado nos passou  uma cópia, para que seja encaminhada ao jornalista Fernando Albrecht.

“Daqui desse espaço de energia onde me encontro li o desabafo do senhor Fernando
Albrecht. Eu fui do grupo fundador da Rádio Guaíba e nela fixamos como linha
editorial e comercial uma decisão: uma rádio a serviço do Rio Grande, com
locução ao vivo, sem jingles ou spots. Foi com essa linha que nos tornamos uma
emissora respeitada e copiada em todo o Brasil.
“Não preciso escrever a
importância da RG para os gaúchos, mas necessito lamentar o estado em que se
encontra. Estão abastardando a RG como se ela fosse uma emissorazinha de quinta
categoria, administrada por gente que teria dificuldades em controlar a venda de
uma carrocinha de cachorro-quente ( não me acostumei com a expressão canalha
hot-dog).
“É de doer no coração o que estão fazendo com uma rádio que ainda tem o
respeito e a admiração do Rio Grande, especialmente nas madrugadas. Quando o
Grupo Record veio para o RS até a RBS tremeu. Hoje o poderoso grupo da Av.
Ipiranga ainda treme de tanto rir e debochar (na intimidade) dos gestores do GR.
A Guaíba era o único veículo adquirido em condições de enfrentar a concorrente
Rádio Gaúcha. Era, pois sua demolição foi lenta, gradual e definitiva ocorrendo
em sete anos de gestão.
“O golpe fatal talvez venha com a Copa do Mundo.
“A RG
está fora das transmissões e não se fala mais nisso! Será uma marca jamais
esquecida. Acabou o slogan “a rádio de todas as copas!” Quando muito ficaria
assim: “a rádio de quase todas as copas!” Os diretores que vão e vêm no Grupo
Record sequer conhecem a cidade, quanto mais agências de publicidade e clientes,
mas eles não perdem a pose, trazendo um discurso paulistano “de poder da Record
no Brasil”. “Piada pura.
“A Band, por exemplo, tem mais credibilidade que a Record
que se iguala com o hilário SBT e com a fútil Rede TV que tem um enigmático
ponto de exclamação na sua logomarca. Dói e dói muito ouvir ao longe como a
música da Guaíba  “Requiem”, de Mozart.”
—–

O MOTIVO DA CARTA PSICOGRAFADA

Uma rádio ao relento

Fernando Albrecht

O esfacelamento da outrora poderosa Rádio Guaíba parece ser planejado. Não é uma morte morrida, é morte matada. Porque a Record desdenha dela é assunto que desconheço, mas sabemos todos que o veículo rádio não atrai muito o grupo e seu controlador mor. Assim, ela vai perdendo mais e mais massa encefálica e não demora entrará em estado de choque. Como a vi nascer, lá nos meus 15 anos, me sinto pesaroso ao ver a aproximação do amargo fim.
Ouço falar que ela está a venda por dezenas de milhões. Mas me permitam dizer uma coisa. Meus cabelos hoje brancos já viram dezenas de vezes esse filme, já vi quase impérios de comunicação desmoronarem como castelinhos de cartas, às vezes com um simples sopro. Em comum todos eles tinham uma coisa: a soberba. Quando viram o retrato de Dorian Gray, era tarde. Meninos, eu vi, acreditem.

Vender um veículo cheio de vigor é uma coisa, vender um que se arrasta é quase missão impossível. E se surgir algum interessado, permitiam um conselho: vender rádio ou jornal em decadência é mais difícil que vender picolé no Polo Sul.
Dona Record, quem sou eu para dar conselhos. Vocês devem ter lá suas razões estratégicas, mas o caso da Guaíba é como vender um carro deixado ao relento, com ferrugem na lataria, pneus murchos, rodas sem calotas e sem alguns parafusos, estofamento rasgado, painel quebrado, vidros quebrados, antena quebrada e, pior, modelo fora de linha.
Mesmo que no passado ele fosse um reluzente Rolls Royce.

4 comentários em “Quarta, 12 de fevereiro de 2014”

  1. Quando a Guaiba deixou de lado o Comercial falado para colocar Jingles e outras baboseiras, começou o inicio do fim.
    Lamentavelmente.
    Eu que sou Guaibeiro desde sempre, senti e sinto muito o que estão com esta radio.

  2. "Os diretores que vão e vêm no Grupo Record sequer conhecem a cidade"
    eles conhecem só um caminho o de ida pra IURD e o de volta pra emissora ou morro santa teresa.

  3. Como Guaibeiro é de se lamentar a situação. Difícil é acreditar que pessoas que assumem uma instituição como a Rádio Guaíba a deixam nesta situação. Só se tudo for premeditado, querendo mesmo é acabar com ela.
    Triste, pois foi um marco na vida de milhares de pessoas que com ela cresceram, que nela acreditavam e a tinham como referencia.

  4. O desmantelamento da Rádio vem ocorrendo há muito e começou com a redução da programação noturna, enchendo de músicas. Mas o tiro de misericórdia foi quando ouvi, pela primeira vez, a vinheta de abertura do programa de pregações (a la martelos mesmo) da IURD. Levar uma Rádio como a Guaíba à falência é uma das maiores provas de incompetência gerencial e administrativa que podemos ter como registro logo logo.

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