ÍDOLOS
A garrafinha, que ele deve ter muita saudade!! E a pasta com a camisa e a cueca |
Nesta semana, segunda, dia 24, publiquei uma babação ao meu maior ídolo:
Ontem, umas chuva chata, fui tentar ler alguma coisa no Facebook. Até que o 3G não me decepcionou.
Li umas linhas do jornalista Márcio Pinheiro, que me fez viajar.
Confira:
Jaguar e o jornalismo:
No meu tempo de redação, de “A Notícia”, eu trabalhava com a garrafa de uísque do meu lado, passava a mão na bunda das moças e dormia em cima da mesa. Hoje é cada um fechado na sua mesa, aquele silêncio total, todo mundo olhando para as telinhas… Fico meio pasmo. Agora, o jornalismo? Sou muito velho. Sou viciado em jornal de papel. Leio três por dia. Gosto de tudo. Dizem que vai acabar, mas não enquanto eu viver.
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Jaguar, Ivan Lessa e Henfil sempre foram os meus ídolos em O Pasquim. Sempre. Ia toda semana na Praça da Alfândega para comprar o hebdomadário. Lia e relia. A página 2 do Ivan Lessa era de colecionar. O Henfil com os Fradim. E o Jaguar tinha a Anta de Tênis, Bóris, o Homem Tronco, o Gastão, o Vomitador. O Sig. Fora os relatos de quando viajava. Escreveu um texto antológico sobre uma visita a destilarias na Escócia. Li e reli umas dez vezes.Muitos anos depois ele me contou que foi com a passagem e o crachá de um amigo (Ruy Castro).
Em 1978, 79, ele e o Fausto Wolf vieram a Porto Alegre para relançar O Pasquim, que seria impresso por aqui. “Até agora, O Pasquim era um misto quente frio. Agora, não!! – repetia sem parar. E O Glênio Peres ia ter espaços fixos, não só nas dicas. Eu trabalhava no Diário de Notícias e me escalei para ir na coletiva, no Clube de Cultura, na rua Ramiro Barcelos.
O Fausto já estava completamente bêbado e tomando vodka. O Jaguar, mesmo tomando uísque, era o RP. E o Glênio ao lado. Um negócio completamente surrealista.
Voltei para o jornal, na avenida São Pedro, fiz a matéria e fui para a noite. Se não estou enganado, fui para o Pedrini, na avenida Venâncio Aires. Estavam lá o Glênio e o Jaguar. Me chamaram para a mesa.
Meu Deus, fiquei com a dupla até de manhã. E em todos os lugares em que chegávamos – eu tinha um flamante Opala amarelo 1974 – eram homenagens e mais homenagens e muito uísque.
Depois de uma determinada hora não consigo lembrar de mais nada. Nem sei como larguei o Glênio em casa e o Jaguar no hotel. Não sei, não consigo. Estava muito faceiro – imagina, com o meu ídolo!!! Claro, sempre gostei do Glênio, mas ele estava sempre mais próximo – o via sempre na rua Luiz Afonso, onde morava o seu pai.
Só digo uma coisinha: meus amigos morreram de inveja boa!!!!
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Em 2.000, o primeiro ano da revista Press. Eu era o editor. E o Julio Ribeiro inventou de fazer, de tarde, no dia da primeiro edição do Prêmio Press, um meeting. Um dos convidados era o Jaguar. Claro que me escalei para recepcioná-lo no aeroporto. Nada de táxi, fui de Vectra com motorista. E ele, sentado no banco da frente, logo que o carro se movimentou, tirou de sua pasta uma garrafinha de uísque e me ofereceu. Nem eram 9 horas. E ele matou a garrafinha antes de chegarmos ao Hotel Everest.
E falou o tempo todo, contando histórias e mais histórias.
E eu, babaca, nem tinha um gravador.
Detalhe: lá pelas tantas perguntei se não tinha esquecido a mala.
– Que mala?!! Aqui na minha pasta tenho uma camisa e uma cueca.
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Passei o dia rindo, pra variar. Ele queria ficar em Porto Alegre para festa, mas o voo dele era de “madrugada”. Levei o cara da Assembleia, onde foi o evento, para o Everest. Fomos de braço. E ele me revelou:
– Não consigo beber mais nada!!
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No ano passado ele passou por uma cirurgia seriíssima. Aquela doença que não escrevo o nome, no fígado.
Li uma entrevista dele que resumiu tudo:
– Também, tomei uma piscina olímpica de uísque na minha vida…
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Meu ídolo!!!
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Aí o Julio Ribeiro me brinda com essa foto, ontem..
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Alguém imagina conviver, ao menos um dia, com um ídolo?
Na foto, o cidadão à esquerda é a cara do Jérôme Valcke! Se souber falar duas ou três palavras em francês (fazendo biquinho), pode ser contratado pela FIFA pra se passar por sósia do hômi pra falar na cara do pessoal do black block que vai ter Copa no Brasil, sim!, e aqueles mascarados todos tão todos convidados pra fazer farra nas Fan Fests de 20 milhões de dólares…