É DIFÍCIL TORNAR-SE
UM NOME NACIONAL,
NÉ JUREMIR??!!
Era comum no século passado.
Um jornalista razoável – repórter esperto, com alguma cultura e metido -, vindo do Nordeste, chegava no Rio de Janeiro e conseguia convencer um editor de jornal. Com o emprego garantido, descobria quem era o desafeto dos donos e dava pau impiedosamente. Logo se tornava uma “figura respeitada”, o que lhe garantia voos melhores do que com um teco-teco.
O caso mais emblemático é o de um desses jornalistas, que depois virou um barão da imprensa, que gostava de atacar, simplesmente, Rui Barbosa.
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Sempre gostei do Juremir Machado da Silva, como jornalista. Depois da fria em que se meteu ao criticar e “tentar destruir” o maior escritor do RS, Erico Verissimo – que culminou com a sua demissão da Zero Hora, onde Luis Fernando Verissimo era e é o principal colunista – Juremir se acalmou. Em termos. Sempre deu um pau geral, mas não se meteu mais com ícones. Lembro que no início deste século fizemos uma maravilhosa entrevista com ele para a revista Press e desde então tornou-se colunista da publicação.
Gostava do Juremir. Grandes textos no Correio do Povo. Um jornalista que não tirava ninguém para compadre. Aí, começou a modificar seu comportamento quando tornou-se comentarista e apresentador na Rádio Guaíba.
Há pouco, fez uma viagem com o nosso governador Tarso Fernando ao exterior – Cuba, se não me engano – e, não sei se é impressão apenas minha, mudou completamente de comportamento. Sei que não tem nada a ver o patrocínio que o seu programa tem do Banrisul, mas são incontáveis os seus textos em defesa do Tarso Fernando, dos petistas, dos mensaleiros, dos blequi bloquis e até do chavismo. Agora, adora tentar desmoralizar seus antigos leitores, taxando-os de “coxinha”, de “lacerdinha da direita Miami”. Engraçado o Juremir!
Se ele lesse alguma coisinha do Carlos Lacerda constataria que são parecidíssimos. Peraí: será que ele não leu?
Não vem ao caso.
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Há alguns anos está com uma sólida carreira no Correio do Povo e Rádio Guaíba. E lança livros com o total apoio do Grupo Record. Não sei se o doutor Edir Macedo recebe e/ou lê os seus livros.
No final do ano passado deve ter pensado: vou lançar um livro sobre o 31 de março e ataco jornalistas de renome. Bingo!!
“A minha chance de ser finalmente um nome nacional!!”, deve ter pensado.
Aí diz que foi fazer pesquisas e tenta destruir personalidades da comunicação.
É, pode ser que dê certo e, de repente, algum jornalão ou uma revista tipo Veja faça uma resenha da sua mais nova obra.
Trata-se de “1964 golpe midiático-civil-militar”. Entenderam?
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Em seu blog, ele dá uma “palinha” da obra, um pau em Alberto Dines, além de Carlos Heitor Cony, Antonio Callado, Carlos Drummond de Andrade, Otto Lara Resend, Otto Maria Carpeaux, Rubem Braga.
Se quiserem ler, está aí. Depois a resposta do Alberto Dines, no Observatório da Imprensa.
Intelectuais e jornalistas golpistas
Juremir Machado da Silva
Blog no Correio do Povo (Porto Alegre, RS), 5/3/2014
Estou com livro novo. Escrevi “1964 golpe midiático-civil-militar” para me divertir. Trabalhei como um cão, mas senti prazer. De que trata realmente meu livro? De que como jornalistas e escritores hoje cantados em prosa e verso apoiaram escancaradamente o golpe: Alberto Dines, Carlos Heitor Cony, Antonio Callado, Carlos Drummond de Andrade, Otto Lara Resend, Otto Maria Carpeaux, Rubem Braga e outros. Alguns, como Cony, arrependeram-se ainda na primeira semana de abril. Outros só mudaram depois de 1968 e do AI-5. Alguns permaneceram fiéis ao regime. Os mais espertos, como Alberto Dines, reescreveram-se.
Como sempre em meus livros, apresento as provas. O poeta Drummond, que deveria ser uma antena da aldeia, só captou o senso comum conservador do seu bairro: “No caso do Sr. Goulart a verdade é que ele pediu, reclamou, impôs sua própria deposição”. A lógica do poeta, bom de verso e péssimo de reflexão social, era a do machista que culpa a minissaia da mulher pelo estupro. Jango provocou os militares com sua obsessão por reformas, como a agrária, que só fariam bem para o Brasil. O caso mais impressionante de apoio ao golpismo foi o de Alberto Dines, diretor de redação, à época, do Jornal do Brasil. Dines, atualmente, dirige site Observatório de Imprensa, site de crítica de mídia. Jamais fez um bom mea-culpa.
O homem que agora posa de decano do jornalismo comprometido com a democracia era, em 1964, um golpista a serviço do pior do Brasil: “Só podíamos dedicar um único editorial contra cada ato ou falação de Goulart. No dia seguinte, já havia outros para atacar”. Dines não pôde se conter: “Jango permitira que na vida brasileira se insuflassem tais ingredientes que, para extirpá-los, seriam necessários não mais o ‘jeitinho’. Desta vez, teriam de ser empregadas a força e a violência”. Alberto Dines apoiava a queda de Jango, ansiava pelos militares, tentava ajudá-los assustando cada vez mais a população.
Antonio Callado, que se tornaria um ícone da resistência à ditadura, foi um medíocre preparador da atmosfera para o golpe. Escreveu: “O triste, no episódio tão pífio e latrino-americano da deposição de Jango, é que realmente não se pode desejar que as Forças Armadas não o traíssem”. Callado praticou o sensacionalismo mais barato. Tentou encontrar razões psicológicas para as atitudes de Jango em sua condição física: “Ao que se sabe, muitos cirurgiões lhe garantiram, através dos anos, que poderia corrigir o defeito que tem na perna esquerda. Mas o horror à ideia de dor física fez com que Jango jamais considerasse a sério o conselho. Talvez por isso tenha cometido o seu suicídio indolor na Páscoa”.
Já Carlos Heitor Cony ajudou a escrever os editorias “Basta!” e “Fora!”, publicados pelo Correio da Manhã, nos quais se clama pelo despeito à Constituição e pela deposição do presidente. Tudo porque Jango mexer nos muitos privilégios dos ricos.
Dou essa palhinha.
Deixo o essencial para quem ler o livro, que poderia se chamar também origens ou consolidação da imprensa golpista.
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Agora, o Alberto Dines:
As tentações da história simplificada
Alberto Dines
O doutor Juremir Machado honrou este observador com um livro ao seu respeito. O 28º da sua lavra. Impressionante o seu currículo acadêmico lustrado na Sorbonne, abençoado tanto pela Santa Sé como pela Igreja Universal do Reino de Deus. Mais impressionante o segmento que descobriu para vender livros – história simplificada.
Antes de tudo generoso, colocou um jornalista cujo mérito maior é a longevidade na melhor companhia – Antonio Callado, Carlos Drummond de Andrade, Carlos Heitor Cony, Otto Maria Carpeaux, Otto Lara Resende e Rubem Braga.
No release que produziu para promover a obra na própria coluna confessa que trabalhou “como um cão”. Prodígio de sinceridade: faltou explicitar a raça – pitbull ou pequinês atacado de raiva? Na realidade, o doutor Juremir leu apenas Os Idos de Março e a Queda em Abril (404 pp., José Álvaro Editor, Rio de Janeiro, 1964) – hoje esgotado, mas disponível nos sebos – organizado por este observador e cuja primeira edição saiu cerca de 30 dias depois da quartelada de 1964.
Com o modesto investimento encontrou ração para morder três “golpistas” – Antonio Callado, este observador e o santo Otto Lara Resende, que prefaciou o livro.
Clima carregado
Este observador fica imaginando o que estará ministrando aos futuros doutores em comunicação um mestre que investe em acusações sem ouvir os acusados. E que tipo de historiografia o emérito simplificador deixará aos pósteros.
Na verdade, o doutor Juremir quer punir este observador pelo crime de opinião, como qualquer tiranete: como o livro foi publicado DEPOIS do golpe e já instalada a ditadura, não pode alegar que os oito autores e o prefaciador fizeram parte da conspiração. Por isso aferra-se às partes dos textos que abomina e esquece o resto.
Foi injusto com o esplêndido repórter Araújo Netto, cujo texto, passados 50 anos, até hoje não foi superado em matéria de precisão e concisão. Comentário de Miguel Arraes citado abreviadamente à página 33:
“Volto [ao Recife] certo de que um golpe virá. De lá ou de cá, ainda não sei. O que sei é que, venha de onde vier, serei a primeira vítima…”
O vaticínio sobre os “idos de março” é uma espécie de refrão na tragédia de William Shakespeare, Júlio Cesar. O clima carregado de presságios naquele março de 1964 levou este observador a usá-lo como título de um livro-reportagem. A ironia do célebre discurso de Marco Antonio sobre os “homens honrados” cabe perfeitamente nos simplistas incapazes de perceber que os homens não se reescrevem – os homens se fazem.
Certo ou errado, não vou julgar, mas a MAIORIA dos brasileiros queria a saída do Jango, esse é o fato. É fácil vir hoje, 50 anos depois, falar sobre o assunto,
demonizando que apoiou o que houve ( golpe, revolução, contra revolução, o quer que seja).
Isso é, pelo menos, desonesto, se é que não possa haver outros "interesses" envolvidos.
Amigo anônimo das 10:49, já ouviste falar em manipulação? É facílimo pra mídia tornar alguém amado ou odiado. É mais do que sabido que quem domina a grande imprensa no Brasil são sete famílias. Isso mesmo. Sete famílias. Jornalista que não segue a linha editorial da casa, no caso política e economia, está na rua. E a coisa funciona assim desde sempre. Por isso acho uma piada essa história de imprensa livre. A grande imprensa nunca foi e nunca será livre. Todos jornalões apoiaram a ditadura militar e cresceram seus impérios de forma exponencial durante o regime, Roberto Marinho é o exemplo clássico, virou dono do país assim. O engraçado é que depois da queda do Jango Lacerda ficou confuso.Não entendia porque Marinho retardava sua propaganda presidencial nos rádios e jornais para a Presidência da República. Afinal o combinado entre eles era que Lacerda seria o próximo presidente depois do golpe. Marinho, muito esperto, disse que não era o momento. Disse que o Brasil estava indo bem com os militares. Como haveria de estar mal com o império que ele estava construindo ? Lacerda enlouqueceu. Seu sonho de virar presidente estava acabado porque o verdadeiro dono do país não quis. Passam-se alguns anos e inicia-se a redemocratização do Brasil. Beleza, agora virou democracia? Negativo. Marinho segue mandando no país. Antes de Maílson da Nóbrega assumir como Ministro da Economia Marinho avisou Sarney que queria sabatiná-lo. É mole? Toda essa história é contatada pelo Mailson no seu livro Muito Além do Feijão com Arroz. Eleições diretas pra presidente no Brasil. O que fazer agora? Vamos criar um fato novo que não tenha nada de novo. Candidatura do Collor é criada nos escritórios da Globo. Dá pra acreditar? Tudo isso é contado no documentário Roberto Marinho – Um Homem Além de seu Tempo. Como Roberto Marinho morria de medo do Lula e do comunismo seu próximo fantoche foi FHC. Só que em 2002 não teve mais jeito, Lula venceu as eleições e finalmente chutava pra longe o homem que governou o país de 1964 até 2002. Pecado que jamais será perdoado pela Globo e pelos jornalões. O PT sofrerá consequências pelo ato até o resto dos seus dias.Agora só não sei quem acaba primeiro, o PT ou Globo.
Bá, Prévidi, noto muita má vontade tua com o Juremir, o cara não é diferente de qualquer outro jornalista. O governo anterior também financiou propaganda em vários outros blogues. Nenhum criticava a Yeda. Nossa imprensa livre sempre foi assim. Super isenta e louca por uma subvenção.
Carlos Steffens
Bá, Carlos Steffens, ofendes mortalmente uma categoria profissional ao dizer que o Juremir da Silva "não é diferente de qualquer outro jornalista". Juremir é, sim senhor, um jornalista que defende o escrutínio da história dos tempos do regime de exceção ao mesmo tempo em que defende as matanças de Nicolás Maduro na Venezuela, onde os piores crimes de lesa humanidade estão sendo cometidos à luz do dia e diante das redes sociais.
Juremir é diferente, pois é capaz de culpar a mídia – como tu o fazes – mesmo sabendo que as forças que se levantaram eram muito mais poderosas, a exemplo – novamente – do que promoveram seus queridos Castro, Maduro, Kirschners, Morales e Rafael Correa, chegando a tal ponto de impedir a aquisição de papel jornal por parte das empresas. Juremir é diferente ao atacar as empresas que lhe deram trabalho, sem piedade. Um jornalista comprometido com a ética de sua profissão não tem um perfil belicoso como o do Juremir. Lamento, mas erras profundamente em tua avaliação. Juremir disse que o único que prestava em ZH era o David Coimbra. Como é que se pode concordar com isso? Concordas? É esta uma atitude de um "profissional como qualquer outro"? Lamento (2).
Durante a greve dos rodoviários, ao invés de ofertar bom senso jornalístico, Juremir vociferava contra os empresários do setor de transportes, como se fossem chupins e ladrões. Juremir defendeu a invasão da Câmara de Porto Alegre por aquele grupo de pessoas que lá estavam apenas para se aproveitar da…exposição midiática! Juremir não é como os outros, não, Steffens. Até pode ser parecido contigo, mas ele é bem diferente da maioria dos jornalistas profissionais que conheço, até mesmo dos que discordo politicamente (Dines, por exemplo). Só concordo com ele no que se refere ao LFV. Só nisto e por que são farinha do mesmo saco.
Eu particularmente acho que não se pode cobrar parcialidade de alguém. Todos são livres. Juremir é livre e é parcial com o que ele quiser, não me interessa.
O que cobro de jornalistas é apenas bom senso e razoável caráter. Apenas moléculas de bom senso já bastam. Caráter, este sim, para ser jornalista, é preciso ter. Bom caráter. E aí, bastando apenas a leitura de um dia do que escreve o Juremir da Silva em sua coluna no combalido Correio do Povo, que se verifica que moléculas de um e toneladas de outro são tão escassos quanto papel higiênico em Caracas.
Por fim, ainda que não se cobre bom senso ou bom caráter, é necessário que haja uma pequena oferta de equilíbrio.
Não consigo admitir que alguém que alguém que defenda a ditadura venezuelana ou a ditadura cubana venha me falar em comissão da verdade, em enfiar o dedo na cara de personagens da história envolvidos com casos semelhantes durante o tempo de exceção (ou ditadura, como queiram). Se é um voraz detetive para encontrar munição contra seus próprios pares profissionais, como é que se abstêm de criticar as ditaduras de seus pares políticos?
Não me alongarei mais. Poderia, mas não o farei. Quem atira pedra pra trás tem que atirar pra frente. Juremir só joga pedra para trás. Tentou até mesmo ideologizar a defesa de Legalidade, quando aquilo foi apenas um ato sério, de bravura e coragem, de um líder honesto e que será lembrado eternamente. Isto não é escrever história, isto não é sequer jornalismo.
Eu um dia terei a oportunidade de dizer ao Juremir que não gosto do trabalho dele pessoalmente. Eu o ouço, leio (mas não o vejo!), apenas para poder, todo santo dia, discordar dele e de alguém que acha que ele "não é diferente de qualquer outro jornalista".
Glauco, todo jornalista que expõe a sua opinião pagará seu preço por fazê-la. Mais cedo ou mais tarde a verdade ou a mentira aparecem. A história nunca deixa de cobrar a sua conta. Não vejo, portanto, muito problema com isso. Muito piores são aqueles que sonegam informações porque existem outros interesses envolvidos. Muito piores são aqueles que transformaram suas redações em pragas de jornalismo declaratório. Pra quem não sabe jornalismo declaratório significa tratar uma declaração (boato ou fofoca) como notícia sem investigá-la. Muito triste isso. Ninguém checa mais nada, consultar fontes e publicar material com provas virou coisa do passado. Jornalista virou ventríloquo. Quem não lembra da barrigada do David Coimbra no caso Ronaldinho, quem não lembra da contratação do jogador Cabrito dada com exclusividade pelo Paulo Brito no JA, quem não lembra dos repórteres da Gaúcha falando do interesse do Grêmio pelo jogador Bruno Camargo (jogador criado internet) do Chelsea B, quem não lembra da construção da Arena do Grêmio? Lembro que a Zero Hora em peso falou que tratava-se do negócio do século. Engraçado é que já existia um contrato informando as condições do negócio, mas ninguém leu. Mesmo assim não hesitaram em afirmar que o negócio era maravilhoso. Por quê? Interesse nas eleições? Agora a verdade apareceu, o Grêmio está quebrado, e quem confiou em palavra de dirigente ficou que nem guri cagado. Citei aqui alguns exemplos do esporte, mas a coisa funciona rigorosamente igual nas outras editorias. Política então nem se fala. Por isso cada vez aumenta mais o número de pessoas que não acredita na imprensa. Voltando ao Juremir, o caso LFV julgo ter sido o maio erro dele. Errou feio quando aceitou a reportagem encomenda do Augusto Nunes, desafeto declarado do Veríssimo.
Estranho que fiques impressionado com os mortos em Cuba e na Venezuela e aches natural as mortes por toda a América Latina na ditadura brasileira, argentina, chilena. Achei simplista demais a justificativa de que as forças que se levantaram eram muito poderosas e a partir daí está justificado tudo que foi feito. Não vou nem falar nas mortes no Iraque, Afeganistão, Líbia, Haiti, Arábia Saudita, Libéria, Somália, Paquistão, Irã, etc. Fazer o quê, né? Geralmente quem se importa demais com Cuba e Venezuela fica sem espaço no HD para o que acontece no resto do mundo.
Ah, antes que me esqueça, não sou igual ao Juremir, sou muito mais bonito que ele.
Carlos Steffens
Carlos, ah Carlos…Quantos mortos houve em Cuba? Na Venezuela, em apenas 30 dias, são 25, fora os 712 presos e os mais de 100 jornalistas presos. Quantas mortes houve na URSS. Quarenta milhões? E na Coréia do Norte? Citei aqui apenas os países socialistas mais decantados pela esquerda. Em nome de suas ideologias, os socialistas são comprovadamente os maiores genocidas da história. Não há o que discutir.
E até prefiro parar por aqui, pois não cabe somar cadáveres de lá e de cá. Isto é pauta de esquerda, conversa de boteco e não me presto a esta prática. Quem fica em cima de cadáver – coitado do Jango – é jornalista sem causa. Falando em Jango, quando é mesmo que vão devolver os restos ao seu túmulo? Com a palavra, a família Goulart (tá demorando, não é??).
Ficou claro no teu texto que tens várias desavenças com (colegas?) jornalistas. Citas barrigadas com sem fossem crimes de opinião, exageros como se fossem delitos capitais e tentas demonstrar que a prática empresarial da imprensa possui embutida nela um pacto com o demônio capitalista. Fica difícil assim e peço vênia para, rapidamente, corrigir o rumo de nossa prosa.
Juremir é um jornalista que não lida com fatos e sim com versões. As opiniões dele quanto ao desdobramento da Ação Penal 470 foram vergonhosas. Os ataques dele ao Ministro Barbosa foram violentos (engraçado que ataques a juiz negro, no RS, só será vindicado quando for em estádio de futebol) e as defesas repugnantes aos réus generosas. Juremir acha que o culpado é o Juiz Negro e não os ladrões do PT. Isto é nojento. Chegou a culpar Barbosa excluindo os demais juízes que lhe deram sustentação, apenas para engrossar o discurso petista dos peculadores e corruptos. Isto é "disgusting".
É claro que a nossa imprensa em geral é muito, muito fraquinha. A política, então, é de dar vergonha. Rosane Oliveira é um capítulo à parte. Um capítulo longo, ruim e vergonhoso capítulo à parte. Fica para outra.
Para que avancemos (estou sempre apto, mesmo quando não tenho tempo), peço-te que visite os sites NTN24 (canal Colombiano de TV online tirado do ar por Maduro) e o site DolarToday. Lá conhecerás o que poucos conhecem sobre a Venezuela hoje. Verás que a principal ira do povo é com…Cuba! Em breve, chavistas, bolivarianos (nem sei o que isto significa, mas logo será considerado algo próximo a genocídio ou nazismo) e cubanos serão chamados à responsabilidade. Com eles, irá por terra um projeto de poder apodrecido, perdulário e safado que é muito semelhante ao do Brasil, da Argentina e da Bolívia. Um simples exercício de visualização de futuro, a partir do que verás nos sites que te indiquei, te mostrará o que está para acontecer no nosso país, se não fizermos a opção pela verdade, pela honestidade, pela república democrática, pelo império das leis e pelo respeito – de verdade – aos direitos humanos.
Quanto a ser mais bonito do que o Da Silva, bilhões e bilhões o são.
A beleza dele por dentro é que me entristece.
É impressão minha ou esse tal de Alberto Dines acusou o golpe? A máscara dele está caindo?
Já que estamos todos muito anônimos aqui, vamos lá: o primeiro anônimo da série acima está completamente errado quando diz que a "MAIORIA dos brasileiros queria a saída do Jango, esse é o fato": essa é apenas a VERSÃO fabricada pela mídia de então, que estimulou, articulou e participou alegremente do golpe, pelo menos os chefões dos grandes órgãos. Pesquisas de opinião pública da época foram até "exumadas" recentemente mostrando isso – vejam aqui e aqui. Podem tentar ocultar fatos com fabricações, mas os fatos continuarão lá para assombrá-los, caros anônimos defensores do golpe de 64.
Caro JLP, teu comentário sobre o Juremir não foi lá muito bem humorado, não achaste? O que está te incomodando? Alguns reis da crítica periodistica tupiniquim terem ficado nús em público? Pois não era desconhecido que eles foram anti-quaisquer-reformas à época, daí para anti-Jangos e o arroubo ocasional – do qual certamente se arrependem – de terem celebrado a *r*evoluçãozinha cívico-militar, mesmo que por algumas horas, até cair-lhes a ficha… Falando em arroubos de outros anônimos preocupadíssimos aí em cima com a sangrenta ditadura venezuelana, só digo que se o cabra foi eleito e está agindo como prometeu, mesmo que pisando nos calos "que todos sabemos", bem, golpe é golpe. Seja aqui, seja na Venezuela, seja aonde for. Sim, é difícil ser realmente democrático.