Segunda, 24 de março de 2014 – parte 2

10 ANOS DO FURACÃO CATARINA
E NÃO ENTREVISTARAM O CLEO VENTINHO!!

Do http://www.etur.com.br/conteudocompleto.asp?idconteudo=2455:
Usando um computador ligado à Internet, dois termômetros e um hidrômetro, Ronaldo Coutinho previu com mais exatidão do que os institutos oficiais o fenômeno meteorológico que danificou 20 mil casas e causou a morte de três pessoas em Santa Catarina.

O principal meteorologista da RBS, desde então conhecido como Cleo Ventinho, debochou das previsões de um temível furacão.
Dizia que seria um “ventinho”.
Na mesma matéria:
No sábado, poucas horas antes do Catarina chegar à terra, bateu boca ao vivo na Rádio Gaúcha, de Porto Alegre, com o meteorologista Cléo Kuhn, que o chamou de “Orson Welles” catarinense por tentar despertar pânico na população. “O engraçado é que, até agora, o INPE ainda não assumiu o erro. Eles vieram com uma desculpa de que o fenômeno foi, na verdade, um ciclone com uma supercélula no meio e que, por isso, não dava para prever suas conseqüências. Então, como é que eu, a Climatologia Urbana (atual Metsul) e o Climerh, com muito menos estrutura que eles, conseguimos fazer isso com 48 horas de antecedência”, pergunta. E bota ironia na resposta: “Vai ver, temos uma bola de cristal.”

No final de semana, uma boa matéria na Zero Hora.
http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/geral/noticia/2014/03/dez-anos-depois-do-furacao-catarina-sc-ainda-pena-para-avancar-na-prevencao-4454190.html
Um trecho:
Além disso, até mesmo o tamanho do fenômeno ainda é questionado. Nos dias 27 e 28 de março de 2004, uma equipe de cinco cientistas esteve em locais atingidos pelo Catarina. Integrantes do Grupo de Estudos de Desastres Naturais (GEDN), do Departamento de Geociências da UFSC, formaram uma parceria com a Defesa Civil e fizeram estudos in loco para identificar a intensidade do fenômeno.
Dos estudos nasceu o artigo Impacto do furacão Catarina sobre a Região Sul Catarinense: monitoramento e avaliação pós-desastre. Os dados apontaram que o Catarina chegou perto de 180 km/h, alcançando o nível 2 (até 177 km/h) na escala Saffir-Simpson, que mede a velocidade do vento dos furacões. A conclusão, porém, não foi unanimidade no meio científico. Até hoje, boa parte dos meteorologistas considera que o nível foi 1, com velocidade máxima de 153 km/h. Há ainda quem não admita sequer a classificação de furacão, mantendo a concepção de ciclone.

Vale a leitura de toda a matéria.
Pena que não entrevistaram o Cleo Ventinho.
Pagaria para ver a sua história furada.

Leia esse relato, que está na matéria citada no início:
Para quatro pesquisadores integrantes do Grupo de Estudos de Desastres Naturais da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), não restam dúvidas de que se tratava de um furacão. Na madrugada de sábado, eles se posicionaram na beira da praia no município de Balneário Arroio do Silva, para esperar a passagem do furacão. “Não sabíamos exatamente o que nos esperava”, diz o geógrafo Emerson Marcelino.
Segundo ele, entre 22 horas de sábado e 1h15min da manhã de domingo, suportaram ventos de 100 quilômetros por hora – com algumas rajadas de até 150 quilômetros. “De repente, veio uma enorme calmaria. A temperatura subiu e tivemos de tirar as blusas. O céu ficou estrelado. Formou-se um centro de baixa pressão, o que nos causou uma sensação estranha, de relaxamento e até sonolência. Uns 40 minutos depois, numa fração de segundos, tudo se tornou um caos. O vento levou nossas blusas. Calculamos a velocidade em 180 quilômetros por hora, com rajadas de até 200 quilômetros.” Marcelino não tem dúvidas em afirmar que todas essas características são de um furacão, “de categoria 2 ou até 3”.

O que diria o Cleo Ventinho?

2 comentários em “Segunda, 24 de março de 2014 – parte 2”

  1. No mundo científico, existem certas áreas que por motivos óbvios, é impossível o profissional conferir in loco e, o 'máximo' que se faz é deixar as engenhocas registrarem o fenômeno em questão e depois ele, o humano, dá seu 'parecer' diante do registro feito pela máquina. É o caso do meteorologista, do astrônomo, do físico que mexe com a Física das Partículas, só pra citar alguns.
    E erros de interpretação neste contexto até são frequentes no mundo científico – assim como não ser novidade que o sujeito, por vaidade ou seja lá o que for, não admitir seu erro. Ainda mais na previsão meteorológica, em que já é de praxe, os erros de previsão serem mote pra críticas há muito tempo. Acho que a primeira vez que vi menção 'desairosa' a 'exatidão' das previsões meteorológicas foi ainda nos Flintstones que eu assistia lá nos anos 70…o Fred e o Barney já com seus tacos de golfe porque tinham visto na TV a previsão dizer que faria um dia ensolarado e mal punham os pés pra fora da casa, caia um aguaceiro…

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