Terça, 15 de abril de 2014

O ADÃO ERA UM QUERIDÃO

Já tinha editado algumas notas para hoje. Uma delas era essa:

NOTÍCIAS DO ADÃO
Arianne Sandri de Oliveira escreve:
Queridos amigos, escrevo desta vez para dar notícias de esperança. Nosso querido Adao Oliveira está começando a reagir, embora continue em estado grave. Agradecemos a todos amigos pelas orações, e pedimos que continuem orando e mandando energias positivas. Obrigada amigo!

Aí hoje de manhã, ao abrir o Facebook, o primeiro post que leio foi do Auber Lopes de Almeida, me perguntando:
– Tá sabendo, Prévidi?
Ele havia compartilhado uma notícia do Jornal do Comércio:
Jornalista Adão Oliveira morre aos 65 anos de idade

Não tenho mais saúde para levar esse tipo de porrada, ainda mais de manhã, quando estou a recém entrando na área de cobertura. Marcha lentíssima.
Fui pra sacada. E comecei a lembrar do Adão.
Só me lembrei dos encontros legais que tivemos e daqueles que demos muita risada.
Um deles foi na Churrascaria Na Brasa, na rua Ramiro Barcelos. Ele estava com a Arianne.
Lá pelas tantas, ele me disse, sério:
– Tu tens que fazer um livro, sobre a tua vivência com a política. 
A primeira coisa que pensei: Pô, o Adão falando isso de mim. Imagina o que esse cara não tem de história.
– Adão, quem deve um livro sobre histórias na política é tu.
– Nada disso! Tu vais contar as tuas histórias, algo assim, Reflexões na Minha Sacada.
– Tá certo, Adão, vou fazer.

Passados uns dias, ele envia um email:
O nome do teu livro vai ser “Do Alto da Minha Sacada”.
E foram vários emails depois.
Tenho uma pasta, nos “meus documentos”, com o nome “SACADA”, onde hoje reli dois e-mails dele:
Do alto da (tua) sacada será sucesso. Se contares tudo o que sabes de política, Do Alto da Minha Sacada
O outro é sensacional. Não sei o que escrevi pra ele, mas a resposta foi essa:
sacagem, não tenho dúvida do sucesso. Eu, que saí de Canguçu, índio velho tosco, grosso enfim cru, ganhei o Mundo. Viajei pelo mundo acompanhando presidentes da República, estou pensando em escrever algumas estórias que testemunhei. Mas, entre intenção e gesto, existe uma distância incrível. Pelo menos, o título eu tenho: ” Olho do crú”. Que achas? 

Dias depois ele me enviou um texto maravilhoso sobre a putaria de Brasília e hoje de manhã não encontrtei, mas tenho guardado.
De repente, a Arianne encontra na máquina dele.

É difícil, muito difícil escrever sobre um queridão, como o Adão, assim, depois de levar essa porrada.
Tô muito triste.
Não merecíamos perder o Adão tão cedo.
Que já esteja num bom lugar, meu amigo.

Um comentário em “Terça, 15 de abril de 2014”

  1. Era mesmo um queridão, o Adão. Apesar de tudo, não se queixava, sorria, nos animava, só passava coisa boa! Era generoso , terno. As pessoas não se vão, ficam encantadas. Só vão quando ninguem mais lembra delas.Então Adão vai ficar muito por aqui.E vamos aguardar o livro do Prévidi sobre políticos/política. Fica com Deus, Adão!

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