ESTÃO MAIS PERDIDOS
DO QUE PINTO NO LIXO!
(Sei que o ditado não é assim, mas gostei dessa adaptação. Acredito que antes de faceiro, o pinto deve ficar perdido, longe da mãe. Hahahaha!!!)
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Quando assisto alguém do DMLU – Departamento Municipal de Limpeza Urbana – deitando falação no rádio e TV sobre o (des)serviço que prestam a Porto Alegre me dá enjoo. Antes até ria, mas agora, com estas ameaças de multas, me dá até ânsia de vômito. Porque querem, com a maior cara de pau, passar a impressão de que tudo é perfeito na cidade.
Se tivessem um mínimo de bom senso, deveriam ter licitado a instalação de dois contêineres, juntos, um para lixo seco e outro para orgânico. É assim em qualquer cidade decente. Em Montevidéu há décadas existem os dois contêineres.
Para multar, com razão, a cidade deveria estar tapada de cestas de lixo. Em cada esquina deveria ter uma. Mas, não. Eles sempre vem com aquela cascata de que “estamos providenciando a licitação”. Aliás, a licitação é desculpa para tudo.
Por que não compraram coletores de baganas, junto às cestas de lixo?
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A conversa fiada do lixo seco é a mais impressionante.
Para esses “executivos” do Departamento de Limpeza não existem catadores de lixo. Eles não consideram isso. Como escrevi, eles moram numa cidade ideal.
Já fiz uma experiência.
Coloquei na calçada, junto ao contêiner, duas garrafas de dois litros numa sacola de supermercado. Num dia de coleta. Sabe quanto tempo durou na calçada? Quem mora, mesmo, em Porto Alegre, sabe: 30 segundos. Num dia de coleta, os catadores fazem fila nas calçadas, se antecipando ao caminhão.
Aí esses “executivos” incorporam o Cantinflas e dizem que as pessoas têm que ter “a cultura do lixo seco”.
Agora, que existe a “cultura da multa”, a fiscalização se antecipa ao caminhão que faz a coleta do lixo orgânica e “investiga” o que vai ser recolhido.
Acreditem, eles literalmente entram dentro do contêiner para ver se existe lixo seco e se existe “algum elemento” para multar o criminoso – como um nome, endereço, etc.
Pode ser mais ridículo?
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Muito imbecil também é o critério para a coleta do lixo seco.
Na minha rua, por exemplo, o caminhão passa na sexta e na segunda. Quer dizer, as pessoas tem que acumular EM CASA o lixo seco de segunda, de tarde, até a manhã de sexta. Já imaginou o espaço que tem que ter para guardar tudo isso?
É simplesmente impossível!
Já conversei com donos de restaurantes, bares e padarias, Eles simplesmente não conseguem guardar o lixo seco. É óbvio. Um cara que tem uma padaria está desesperado, porque não tem nenhum espaço para guardar o lixo, de segunda à tarde até sexta.
Um outro amigo mora na rua Lucas de Oliveira. E lá o caminhão passa apenas na quarta. E ele me pergunta: Vou guardar o lixo seco em que lugar? Claro que ele mesmo responde: No c* dessa gente do DMLU.
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Tenho a convicção de que o prefeito José Fortunati terá que interferir no DMLU.
Acredito que os atuais “executivos” do Departamento deveriam se aconselhar com quem entende do riscado (dica: o deputado federal Vieira da Cunha foi, por muitos anos, diretor do DMLU). Buscar experiências de outras cidades. Mas não precisam fazer “viagens de estudos”, porque o tio google resolve legal. Ou por telefone, mesmo.
Poderiam até interromper esta loucura em multar e arrumar a cidade, prepará-la para esta nova cultura. Inclusive com uma dinâmica campanha publicitária.
Ah, sim: tinham que dar um jeito e monitorar os locais onde historicamente bandidos colocam caliça. Aí sim deveriam ter câmeras para flagrar essa gente.
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Mas eles estão perdidos como pinto no lixo.
(Sei que o ditado não é esse, mas valeu a adaptação!!)