O ASSASSINATO DO FABIANO CARDOSO.
Ontem participei do programa Pampa Debates, do Paulo Sérgio Pinto. Lá pelas tantas, ele me pergunta:
– Prévidi, o que tu achas da pena de morte para casos como esse, do menino Bernardo?
Bah, me pegou. Não sabia o que falar, mas saí pela tangente – afinal, essa Justiça, tão falha, poderia cometer muitas barbaridades com a pena de morte legalizada.
Hoje, escuto no rádio que o jornalista Fabiano Cardoso havia sido morto por dois assaltantes, que queriam o seu carro. Em Canoas. Na hora não caiu a ficha. O nome não era estranho, mas era “mais um” que tinha dançado para um “suspeito”, depois de um “suposto” assalto.
Entrei no Facebook e aí tinha um monte de mensagens me avisando da tragédia.
Vi a foto do rosto dele e me deu até uma dor no peito (já escrevi, quando da morte do amigo e jornalista Adão Oliveira, que não tenho mais saúde para estas notícias).
Não quis acreditar que era o Fabiano que imaginei na hora. Fui atrás de uma de nossas reuniões da Confraria do Cachorro Quente. A foto é horrível, desfocada, mas lá estava ele.
Ele aí, de camisa preta, do lado direito. Na sua frente o amigo e colega de Prefeitura Caco Belmonte.
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Puta merda. O Fabiano assassinado.
Fui pra sacada e me lembrei do que conversamos, do que rimos.
Mas fiquei mesmo matutando sobre o que me perguntou o Paulo Sérgio Pinto, sobre a pena de morte.
O que temos que fazer com os assassinos dos Fabianos?
Ressocializar? Conta outra.
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Fui ler o que estava postado no Facebook.
Registro estes dois.
Caco Belmonte
Difícil falar no calor do momento. Não quero prisões, não quero Justiça formal. Eu quero fígados! E cada vez mais dou razão aos Vingadores. “Atire antes, pergunte depois.” Querem saber como é? Não faço a menor ideia. Hoje, daqui a pouquíssimas horas, quando chegar no meu local de trabalho, vou encontrar a mesa do Fabiano Cardoso vazia. Em cima dela, verei a foto do filho caçula, órfão da violência. E o pior de tudo em minha lembrança: véspera do feriado, ouvi ele conversando com sua mãe ao telefone. Imagino que deve ter sido a última conversa entre mãe e filho. “Véia, tô com saudades de ti.” Vai em paz, meu irmão!
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Luciamem Winck
Quero ver se algum defensor dos direitos humanos vai amparar a família do Fabiano Cardoso… Ah, claro que não…. Ele não era marginal e não foi “vítima” de um PM louco por justiça… Ah, com certeza não irão sequer no velório amparar a viúva e os filhos…
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EU QUERO FÍGADOS!!, grita o Caco.
Vou além, Caco.
SÓ UMA ALTERNATIVA PARA ESSES ASSASSINOS:A MORTE. NÃO MERECEM VIVER!!
MAS NADA DE JUSTIÇA FORMAL, PORQUE QUALQUER ADVOGADO TIRA BANDIDO DA CADEIA EM POUCO TEMPO.
JUSTIÇA INFORMAL!!
ISTO, FORMIGAS NA BOCA!!
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Exagero? Pode ser, porque estou escrevendo isso agora, logo depois de saber da tragédia.
Mas, meu Deus, o Fabiano tinha 44 anos, casado e dois filhos. Trabalhava na Prefeitura de Porto Alegre.
Fazer o quê com as pessoas que o mataram?
Parece cruel quando falamos que não queremos mais a justiça formal, mas para que ela serve? Para prender e soltar.Então faz-se a injustiça.Nestes casos parecidos com o do jornalista Fabiano o que dá vontade de fazer, aliás como muitos já escreveram, é vingar pelas próprias mãos já que o Estado faliu. Se não se impor uma atitude drástica aos bandidos continuaremos reféns. Tem que se fazer algo. Temos que reagir.