Sexta, 2 de maio de 2014

O ASSASSINATO DO FABIANO CARDOSO.

(O SUSPEITO NÃO MERECE
A PENA DE MORTE INFORMAL?)

Ontem participei do programa Pampa Debates, do Paulo Sérgio Pinto. Lá pelas tantas, ele me pergunta:
– Prévidi, o que tu achas da pena de morte para casos como esse, do menino Bernardo?
Bah, me pegou. Não sabia o que falar, mas saí pela tangente – afinal, essa Justiça, tão falha, poderia cometer muitas barbaridades com a pena de morte legalizada.
Hoje, escuto no rádio que o jornalista Fabiano Cardoso havia sido morto por dois assaltantes, que queriam o seu carro. Em Canoas. Na hora não caiu a ficha. O nome não era estranho, mas era “mais um” que tinha dançado para um “suspeito”, depois de um “suposto” assalto.
Entrei no Facebook e aí tinha um monte de mensagens me avisando da tragédia.
Vi a foto do rosto dele e me deu até uma dor no peito (já escrevi, quando da morte do amigo e jornalista Adão Oliveira, que não tenho mais saúde para estas notícias).
Não quis acreditar que era o Fabiano que imaginei na hora. Fui atrás de uma de nossas reuniões da Confraria do Cachorro Quente. A foto é horrível, desfocada, mas lá estava ele.

Ele aí, de camisa preta, do lado direito. Na sua frente o amigo e colega de Prefeitura Caco Belmonte.

Puta merda. O Fabiano assassinado.
Fui pra sacada e me lembrei do que conversamos, do que rimos.
Mas fiquei mesmo matutando sobre o que me perguntou o Paulo Sérgio Pinto, sobre a pena de morte.
O que temos que fazer com os assassinos dos Fabianos?
Ressocializar? Conta outra.

Fui ler o que estava postado no Facebook.
Registro estes dois.

Caco Belmonte
Difícil falar no calor do momento. Não quero prisões, não quero Justiça formal. Eu quero fígados! E cada vez mais dou razão aos Vingadores. “Atire antes, pergunte depois.” Querem saber como é? Não faço a menor ideia. Hoje, daqui a pouquíssimas horas, quando chegar no meu local de trabalho, vou encontrar a mesa do Fabiano Cardoso vazia. Em cima dela, verei a foto do filho caçula, órfão da violência. E o pior de tudo em minha lembrança: véspera do feriado, ouvi ele conversando com sua mãe ao telefone. Imagino que deve ter sido a última conversa entre mãe e filho. “Véia, tô com saudades de ti.” Vai em paz, meu irmão!

Luciamem Winck
Quero ver se algum defensor dos direitos humanos vai amparar a família do Fabiano Cardoso… Ah, claro que não…. Ele não era marginal e não foi “vítima” de um PM louco por justiça… Ah, com certeza não irão sequer no velório amparar a viúva e os filhos…

EU QUERO FÍGADOS!!, grita o Caco.
Vou além, Caco.
SÓ UMA ALTERNATIVA PARA ESSES ASSASSINOS:A MORTE. NÃO MERECEM VIVER!!
MAS NADA DE JUSTIÇA FORMAL, PORQUE QUALQUER ADVOGADO TIRA BANDIDO DA CADEIA EM POUCO TEMPO.
JUSTIÇA INFORMAL!!
ISTO, FORMIGAS NA BOCA!!

Exagero? Pode ser, porque estou escrevendo isso agora, logo depois de saber da tragédia.
Mas, meu Deus, o Fabiano tinha 44 anos, casado e dois filhos. Trabalhava na Prefeitura de Porto Alegre.
Fazer o quê com as pessoas que o mataram?

Um comentário em “Sexta, 2 de maio de 2014”

  1. Parece cruel quando falamos que não queremos mais a justiça formal, mas para que ela serve? Para prender e soltar.Então faz-se a injustiça.Nestes casos parecidos com o do jornalista Fabiano o que dá vontade de fazer, aliás como muitos já escreveram, é vingar pelas próprias mãos já que o Estado faliu. Se não se impor uma atitude drástica aos bandidos continuaremos reféns. Tem que se fazer algo. Temos que reagir.

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