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ponto de história
UM BRIZOLA QUE DÁ SAUDADE
Recebi hoje este espetacular vídeo de um amigo/leitor, de Caxias do Sul.
É maravilhoso, porque já se passaram 52 anos e nada pode ser desmentido do que está no filme, sobre o Governo Brizola no RS.
Um documento honestíssimo, pra guardarmos.
Pode ser um bom impulso para os candidatos do PDT e aliados.
Amigo Prévidi,
abaixo texto que publiquei, em janeiro deste ano, em jornal aqui de Taquari.
Brizola, o incendiário que virou estátua
Nesta quarta-feira última (22.01), foi inaugurada a estátua do saudoso político brasileiro Leonel de Moura Brizola. A bela obra – de bronze, em corpo inteiro, medindo dois metros, esculpida pelo artista plástico Otto Dumovich – está localizada em praça pública defronte ao Palácio Piratini, sede do nosso governo e sua moradia de 1959 até 1963, quando governador do nosso estado. A data, não por acaso, coincide com seu natalício. Se vivo estivesse, estaria com 92 anos. A homenagem, em bronze, até mesmo porque uma homenagem em bronze é um preito eterno, não poderia ser mais justa: afinal, foi ali, no Palácio Piratini, que ele, à época um político ainda muito novo – menos de 40 anos – liderou, fuzil em uma mão e microfone em outra, um dos mais importantes movimentos da história recente do nosso País em defesa da Democracia e da Constituição: a “Legalidade”, movimento no qual ele, Brizola, recolocou João Goulart na presidência da República. Não bastasse esse feito, ainda foi: deputado estadual, deputado federal, secretário de estado, prefeito da sua Porto Alegre adotiva, e, glória maior, governador do nosso estado, eleito com mais de 55% dos votos da população gaúcha. Repito: tudo isso com menos de 40 anos de idade!
Poucos poderiam imaginar que Brizola, nascido em 22 de janeiro de 1922 no município de Carazinho, de pais muito pobres e oriundos da paulistana Sorocaba, poderia chegar aonde chegou. Começa que, recém-nascido, perde o pai morto em vendeta política na revolução de 1923. Com apenas 14 anos ele vem para Porto Alegre, sozinho, de trem, com quase nada de dinheiro, para matricular-se no Instituto Agrícola de Viamão. Dois fatos interessantes e esclarecedores de sua determinação: um, quando da inscrição no Instituto, descobre que não tem o famoso Registro de Nascimento; não se aperta, consegue testemunhas e registra-se como Leonel, ao de invés do Itagiba de batismo (porquê do nome Leonel? Simples: Leonel Rocha foi seu herói maragato na revolução de 1923); o segundo fato é que quando, em janeiro, descobre que as aulas no Instituto começam somente em março, e que está sem dinheiro para seu sustento, sem morada, não se aperta; com o pouco que tem compra uma caixa e torna-se engraxate numa das praças de Porto Alegre.
Como numa espécie de homenagem à sua querida e lutadora mãe, Dona Onívia, uma mulher que, já naquele tempo, não aceitava passivamente que uma criança, como o seu filho Itagiba, não estudasse por falta de escolas, Brizola, governador, exagerou: construiu mais de 5.900 escolas primárias, 278 escolas técnicas e 131 ginásios! A minha admiração pelo grande político não me desautoriza afirmar que o homem foi um furacão, um indomável, um verdadeiro incendiário. Um incendiário que, morto, é homenageado desfilando, ironia das ironias, sobre um carro de bombeiro. Curtam abaixo duas estrofes da poesia – Brizola – de Luiz Coronel que homenageiam o saudoso político:
– Quando a chama intensa
– de sua vida se apagou,
– ele, o incendiário,
– desfilou pelas avenidas
– sobre um carro de bombeiros.
– Indomável,
– sua imagem não se presta
– aos contratos antipovo.
Prezado amigo Fontoura quando Itagiba nasceu em São Bento, então subdistrito de Passo Fundo, pois Carazinho de onde minha esposa é natural essa era distrito daquela cidade. Um de seus amigos de infância foi Caboclo Gabriel Bandeira, meu sogro que conhecíamos por Epitácio.
Em Viamão encontrou uma companheira que foi vereadora pelo verdadeiro PTB que nada vem a ver com esse tal de PTBullshitt, hoje nas mãos de uma gentalha que nem mesmo merece referência. Falo de Julieta Pinto César, irmão de minha mãe que mantinha uma pensão em frente à Praça Central em Viamão e que segundo sei sempre incentivou o estudo. Ele passava os finais de semana na pensão da tia Julieta. O Rogério Mendelski sabe muitos detalhes dessa convivência, pois nascido e criado em Viamão.
Forte abraço.