Quarta, 14 de janeiro de 2015

Atualizado diariamente até o meio dia.
Eventualmente, a tarde, notícias urgentes.















ponto especial

O texto abaixo é do jornalista Sérgio Augusto, colaborador de O Pasquim, onde escrevia sobre cinema. Hoje, é colunista de O Estado de S.Paulo e este artigo está no Observatório de Imprensa.

Ninguém quis ser O Pasquim

Na manhã da quarta-feira [7/1] esta coluna orbitava em torno da figura de Otto Lara Resende; não do jornalista e escritor, mas do Otto frasista, que a certa altura dos anos 70 ou 80, envergonhado com o que aqui acontecia, ameaçou trancar sua matrícula de brasileiro. Pensava usá-lo como ponto de partida para uma divagação sobre o desânimo que tomou conta do País, notadamente depois que a presidente Dilma definiu o elenco do seu ministério. Por volta do meio-dia, a indignação do Otto e o desânimo nacional foram irremediavelmente preteridos pelo atentado em Paris. O mundo parou para ser Charlie Hebdo e eu não tinha por que ser diferente.

Mergulhado na única rede social que frequento, tuitei feito um alucinado, postando mais notícias e pitacos alheios que ilações pessoais; até que me ocorreu fazer uma analogia com o Pasquim que, para minha surpresa, propagou-se como um vírus na tuitosfera. Ei-la, verbatim, em 139 caracteres:

“Foi como se tivessem invadido a redação do Pasquim e matado Millôr, Henfil, Jaguar, Ziraldo, Claudius, Fortuna, Redi, Caulos, Miguel Paiva”.

Hipérbole nenhuma: o semanário Pasquim foi a publicação brasileira espiritualmente mais próxima de Charlie Hebdo, e sua redação também sofreu um atentado terrorista.

Quando surgiu o Pasquim, Charlie Hebdo ainda não existia, mas vários de seus futuros protagonistas já agitavam a imprensa alternativa francesa, nas páginas de L’Enragé e, depois, no ainda mais debochado Hara-kiri, a primeira encarnação de Charlie Hebdo. O humor insolente de Wolinski, Siné e Reiser encantavam sobretudo Jaguar, Henfil e Ivan Lessa. Os franceses desconheciam a censura, podiam praticar livremente seu humor “bête et mechant”, ao passo que seus pares brasileiros, sob o tacão de uma ditadura militar, sofriam, além de censura prévia, toda sorte de pressões e constrangimentos.

Os beleguins da repressão verde-amarela não tinham coragem para entrar atirando numa redação, como os jihadistas fizeram quarta-feira em Paris. Preferiam o terrorismo à sorrelfa, uma bomba aqui, um incêndio em banca de jornais ali, o trivial da covardia sem rosto.

Caixa vazia

Na madrugada de 12 de março de 1970, colocaram uma bomba na sede do hebdô carioca, uma casa de dois andares na fronteira entre Flamengo e Botafogo, na zona sul da cidade. Não havia ninguém na redação àquela hora. Sua carga pesava cinco quilos, o dobro da que destruíra uma loja do Correio da Manhã, na avenida Rio Branco, e as vidraças do prédio de 25 andares em que ela se localizava.

Felizmente, deu chabu no artefato explosivo. Os responsáveis pelo atentado apertaram demais a ligação do estopim com a espoleta, e o fogo não chegou até o carregamento de dinamite e TNT. Além de covardes, os terroristas a serviço dos fundamentalistas do regime militar não primavam pela competência, o que ficou mais do que evidente quando aquela bomba destinada a explodir o Rio Centro, em 1981, estourou antes do tempo no colo de um dos oficiais encarregados da missão.

Após examinar a bomba – não a bomba-neném que matou o sargento, mas a que quase destruiu a redação do Pasquim –, o detetive Penteado, perito do Dops (Departamento de Ordem Política e Social), afirmou ter sido a maior que encontrara num atentado terrorista. Tinha um cano plástico de 30 cm, ligado a uma lata de Toddy através de uma rosca e de rebites. Estava envolvida por um saco de aninhagem, um papel das Casas da Banha e duas folhas de jornal retiradas do Caderno B do Jornal do Brasil.

Se explodisse, destruiria a sede do Pasquim, matando seu vigia (o doce “seu” Oscar) e a mulher, e provocaria uma carnificina nos prédios vizinhos. Por ser um petardo poderoso, seus estilhaços poderiam ainda atingir um gasômetro instalado a mais ou menos 100 metros do jornal, causando estragos incalculáveis, estimou o detetive Penteado, que ficou impressionado com a técnica adotada no mecanismo da bomba, coisa de especialistas na avaliação do agente da lei.

Os jornais do dia seguinte noticiaram o fato, com maior ou menor grau de solidariedade à vítima. Mas nem o mais solidário deles estampou em manchete “Nós somos O Pasquim”. O jornalista Hélio Fernandes colocou a Tribuna da Imprensa à disposição do jornal para o que desse e viesse. O Dia, de propriedade do presidente do Sindicato dos Proprietários de Empresas Jornalísticas, Chagas Freitas, cujos repórteres estiveram no local do atentado, desidratou a notícia numa nota intitulada “Bomba num quintal de Botafogo”, com o seguinte texto:

“O vigia do prédio n.º 32 da Rua Clarisse Índio do Brasil, sr. Oscar Domingos dos Santos, procurou ontem de madrugada a 10.ª Delegacia Policial para comunicar que um objeto, que ele temia fosse uma bomba de alto poder destrutivo, fora atirada no quintal. Os policiais encontraram um garrafão enrolado num saco de estopa e com pavio apagado. No prédio funciona a Cosa Nostra, editora de um semanário”.

As autoridades ditas competentes não tomaram qualquer providência para identificar os criminosos ou para proteger o jornal, que se viu obrigado a contratar os serviços de uma firma especializada em segurança de empresas privadas, e a ficar torcendo para que entre os vigilantes contratados não houvesse um terrorista fazendo frila nas horas de folga na polícia.

Para a edição seguinte do hebdô, montou-se uma foto da redação (Millôr, Paulo Francis, Jaguar, Fortuna, Tarso de Castro, Henfil, Ziraldo, Sérgio Cabral, Paulo Garcez), todos com máscaras de caveira, acompanhados de uma caixa de uísque vazia. Com a seguinte legenda, escrita, mas não assinada, por Millôr:

“Damo-nos por vencidos, como diria um purista. Até agora ainda não sabemos quem colocou a bomba na Rua Clarisse Índio do Brasil (vocês já repararam no nativismo de nosso endereço?) na madrugada de quinta-feira, 12 de março (felizmente, como sempre, estávamos no bar). Mas já sabemos, naturalmente, a direção e de onde veio o ataque. E sabemos, sobretudo, o que pretendem os agressores. Assim, para evitar qualquer futuro atentado, damos, acima, aquilo que tão ardentemente desejam os terroristas: ver nossas caveiras”. Terror com humor se paga.

ponto do paraíso

Medalha do Mérito Farroupilha ao Dudu


FOI UMA SESSÃO DE PUXA-SAQUISMO NOJENTA
A QUEM ESTÁ AFUNDANDO UM GRANDE GRUPO 

(clica em cima que amplia)

Até ontem à noite o “portal” da Assembleia gaúcha não tinha uma notinha sobre a sessão de puxa-saquismo ao presidente jovem e tímido do Grupo RBS, Dudu Melzer. Estava ansioso para ver se algum deputado tri-de-esquerda ou que tenha algo na cabeça questionou a triste situação das empresas do Grupo no ano passado, principalmente as absurdas demissões.
Falei com vários amigos que estiveram lá e tudo não passou de puxa-saquismo nojento.
Leia trechos da matéria oficial (Foto de Marcelo Bertani – AL):

O presidente-executivo do Grupo RBS, Eduardo Sirotsky Melzer, recebeu na tarde desta terça-feira (13), em cerimônia no Salão Júlio de Castilhos, a Medalha do Mérito Farroupilha, honraria máxima do Parlamento gaúcho. A distinção foi proposta pelo deputado Mano Changes (PP).
Para Mano, o empresário é alguém que compreende o papel da tecnologia na sociedade. “O Brasil precisa de pessoas que entendam a importância da capacidade tecnológica e, por isso, devemos lutar cada vez mais pela democratização digital e também pela igualdade, fazendo com que todos, em quaisquer condições, possam ter acesso à informação”, declarou. “É disso que o Brasil precisa, é isso que a RBS, junto de todos seus profissionais qualificados, fazem e proporcionam para a sociedade”.
Melzer declarou-se um entusiasta do avanço digital e destacou que tanto a RBS como a Assembleia atuavam, cada uma a seu modo, na defesa do interesse dos gaúchos pelo desenvolvimento do Estado. “Essa homenagem me honra, não só no que reconhece o valor da nossa crença na cultura da inovação, mas principalmente por servir de estímulo para seguir apostando nas possibilidades que a tecnologia oferece para mudar a vida das pessoas e contribuir com a transformação do nosso Estado”.
(…)
Estiveram presentes na homenagem o presidente do Conselho de Comunicação Social do Tribunal de Justiça, Tulio de Oliveira Martins, o subprocurador-geral de Justiça, Ivory Coelho Neto, a representante da Defensoria Pública do Estado, Miriane Tagliari, o secretário municipal do gabinete de Comunicação Social da Prefeitura de Porto Alegre, Carlos Bastos, o presidente do Conselho de Administração e do comitê editorial do grupo RBS, Nelson Pacheco Sirotsky, os pais do homenageado, Carlos Melzer e Suzana Sirotsky Melzer, entre outras autoridades, amigos e familiares.

TESOURADA NA RBS

Mais uma confirmada.
Roberto Nielsen não está mais eem O Pioneiro, de Caxias do Sul.
Foi editor-chefe por muitos anos.

BOA DO JOSÉ IVO

O Banrisul sempre foi uma boquinha legal para políticos, especialmente para os que não tem votos.
O exemplo mais absurdo foi o de Sereno Chaise. O “amigo” de Leonel Brizola trocou o PDT pelo PT quando Olívio Dutra se elegeu governador do Estado. E foi criado um cargo especial – vice-presidente – para o novo genial banqueiro.
Agora, o novo presidente será o economista Luiz Gonzaga Veras Mota, funcionário do Banrisul desde 1979.
Do Correio do Povo:
As diretorias serão ocupadas pelo economista Ricardo Richiniti Hingel (funcionário do Banrisul desde 1977), o economista Júlio Francisco Gregory Brunet (oriundo da Secretaria da Fazenda do Estado), o analista de sistemas Jorge Fernando Krug Santos (funcionário do Banrisul desde 1981), o contador Leodir Antônio Araldi (funcionário do Banrisul desde 1981), o economista Oberdan Celestino de Almeida (funcionário do Banrisul desde 1979), a advogada Suzana Cogo (funcionária do Banrisul desde 1989) e o economista Jorge Luiz Oliveira Loureiro (funcionário do Banrisul desde 1976).

ESCOLINHA ZH POLITICAMENTE CORRETA

Parece que essa gente está gozando com a gente.
Mas, o pior é que eles fazem isso sério, como se fosse jornalismo.


Outra.
Será que o jogador não chegou para fechar contrato?

Reforço do Inter

Réver chega à Capítal nesta quarta para fechar negócio

PREPAREM-SE

Calendário do carnaval de rua em Porto Alegre:

17/1, sábado – Pré-Carnaval do Bloco Maria do Bairro (Areal da Baronesa)
18/1, domingo – Bloco da Laje (Centro Histórico)
24/1, sábado – Panela do Samba (Cidade Baixa)
31/1, domingo – Maria do Bairro (fixo na Rua Sofia Veloso) e Do Jeito Que Tá Vai (Cidade Baixa)
2/2, segunda-feira – Império da Lã (Orla do Guaíba)
7/2, sábado – Galo de Porto (Cidade Baixa), Deixa Falar (fixo na Rua da República) e Satélite Prontidão (Zona Norte)
8/2, domingo – Areal do Futuro (local a definir)
14/2, sábado – Banda DK (Cidade Baixa)
17/2, terça-feira – Rua do Perdão (fixo na Rua da República)
21/2, sábado – Filhos do Cumpadre Washington (Orla do Guaíba), Cola Aí (Ilha da Pintada) e Deixa Falar (fixo na Rua da República)
22/2, domingo – Queridão e Bloco da Trinca (Orla do Guaíba)
28/2, sábado – Bloco do Isopor (Cidade Baixa) e Bloco da Diversidade (Ponte de Pedra)
1º/3, domingo – Skafolia (Orla do Guaíba) e Foliões da Vila (Orla do Guaíba)
7/3, sábado – Bloco da Santana (bairro Santana) e Ziriguidum (Cidade Baixa)
8/3, domingo – Turucutá (Cidade Baixa), Olha o Passarinho do Mário (Centro Histórico) e De Brincadeira (Orla do Guaíba)

AOS FOFOAFETIVOS

VINHOS E AFINS – PARA O VERÃO

A Vinícola Campos de Cima, de Itaqui (RS), está lançando dois novos rótulos que prometem  conquistar os amantes do mundo de Baco nesta temporada de verão. Com sabor inigualável, os novos rótulos foram elaborados sob os olhos atentos do enólogo francês Michel Fabre, além de serem os primeiros fabricados nas novas instalações da empresa, na Campanha gaúcha.
“A vinícola está em festa. Estamos com dois rótulos únicos, que traduzem esse novo momento da empresa”, destaca a proprietária da Campos de Cima, Hortência Ravache Brandão Ayub.
Um dos primeiros vinhos feitos na nova propriedade é uma homenagem à avó materna de Hortência. “Minha avó Irene Antonietta era apaixonada por vinhos rosés e não podíamos deixar de homenageá-la em um período tão especial, em que trabalhamos em nossa nova propriedade, sob os olhos atentos de Michel Fabre”, destaca Hortência.

Com uma edição limitada de apenas 1,6 mil garrafas, o Irene Antonietta 2014 foi produzido de acordo com as técnicas aplicadas na Provence, a mais prestigiada região francesa produtora de rosés do mundo e região onde Fabre é enólogo-chefe da conceituada vinícola Villa Baulieu.
“É uma bebida adaptada ao clima e ao estilo de vida dos brasileiros, ideal para ser saboreada no verão, uma perfeita combinação das uvas Cabernet Sauvignon e Merlot”, explica Hortência.

Já a safra 2014 de seu Viognier é diferenciada, com novidades em relação às safras de 2008, 2009 e 2011: um pequeno corte com a uva Chardonnay. Com uma produção limitada de apenas 1,2 mil garrafas, o vinho foi pensado levando em consideração as características do Brasil. “Sem dúvida, esse é o melhor Viognier que lançamos até hoje. Ter todo o processo nas mãos, da produção à vinificação final, faz toda a diferença. Temos total liberdade para buscar a melhor qualidade possível,” constata o diretor comercial da Campos de Cima, Pedro Candelária. E completa: “Um branco bastante complexo, que harmoniza bem com peixes e frutos do mar, além de pratos mais leves.”

Os dois novos rótulos podem ser adquiridos na loja virtual da empresa (www.camposdecima.com.br).  Outras opções são os telefones (55) 3433-2414 ou (55) 9708-7500 ou vendas@camposdecima.com.br.

CRIOULOS

Uma das novidades de 2015 que a Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC) é a nova publicação voltada aos criadores e interessados na raça Crioula. A partir deste mês de janeiro será distribuída a Revista Cavalo Crioulo, que vai substituir o tradicional Jornal Cavalo Crioulo que trazia todas as informações sobre eventos da entidade.

Segundo o subgerente de Comunicação e Marketing da ABCCC, Douglas Saraiva, a transição do jornal para a Revista Cavalo Crioulo tem o objetivo de atender a um pedido do próprio publico leitor por um material de ainda mais qualidade, adequado às novas propostas da associação e voltado aos temas de maior interesse dos criadores. “Estamos melhorando para oferecer um produto diferenciado e que proporcione maior conhecimento, levando o cavalo Crioulo às mais distantes localidades. Está sendo um grande desafio para a nossa equipe, porém, é compensador pela experiência de trabalhar em um impresso totalmente diferente”, salienta.

O conteúdo da revista será dividido entre as editorias Institucional, Espaço do Leitor, Eventos e Geral, além da Especial, que trará matérias de perfil de personagens da raça Crioula. Os interessados em adquirir a revista podem entrar em contato com o setor de marketing da ABCCC para saber mais informações sobre os planos de assinaturas ou então acessar o site www.lojacavalocrioulo.com.br e escolher a Revista Cavalo Crioulo entre as publicações disponíveis.

DIRETO DO PARAÍSO

Vocês estão muito exigentes!

Terça, 13 de janeiro de 2015 – parte 3

Atualizado diariamente até o meio dia.
Eventualmente, a tarde, notícias urgentes.








ponto especial

AOS DEPUTADOS ESTADUAIS TRI-DE-ESQUERDA
OU ÀQUELES QUE TÊM ALGUMA COISA NA CABEÇA

É inacreditável, mas hoje, às 17 horas, a Assembleia gaúcha entrega ao presidente jovem e tímido do Grupo RBS, Eduardo Dudu Melzer, a Medalha do Mérito Farroupilha. Uma “homenagem” proposta por um deputado que não se reelegeu, Mano Changes.

Será que, ao menos, um deputado não vai lembrar ao Rio Grande do Sul os passaralhos promovidos pela RBS em 2014? Será que nenhum parlamentar vai lembrar que o Grupo, fundado pelo inesquecível Maurício Sirotsky Sobrinho, atravessou, aos trancos e barrancos, a pior crise no ano passado, por pura incompetência?
Será que um deputado estadual não vai mostrar o péssimo jornalismo que a RBS, especialmente o jornal Zero Hora, está  oferecendo aos gaúchos,  depois das dezenas de demissões?

Não sabe o que dizer, deputado estadual?
Basta ler no post anterior, aí embaixo, o que escreveu o jornalista Luiz Cláudio Cunha, na matéria “A tesoura da RBS vai em frente“.

Terça, 13 de janeiro de 2015 – parte 2

Atualizado diariamente até o meio dia.
Eventualmente, a tarde, notícias urgentes.















ponto especial

Luiz Cláudio Cunha foi repórter do Zero Hora antes de trabalhar na revista Veja, nos anos 80, quando descobriu o sequestro dos uruguaios Lilian Celiberti e Universindo Diaz pelos chamados órgãos de segurança em Porto Alegre. Depois foi editor-chefe da sucursal da RBS em Brasília, em 1993. É de Caxias do Sul, e mora em Brasília desde o século passado.

Conhece muito bem a RBS.
No ano passado, publicou em 12 de setembro, no Jornal JÁ (jornalja.com.br), uma reveladora matéria onde deu o nome do feiticeiro que assombrava a RBS com suas tesouradas, o Cláudio Galeazzi. 
Agora, no mesmo JÁ, editado pelo Elmar Bones, Luiz Cláudio publica esta matéria, que tenho a satisfação de republicar.

A tesoura da RBS vai em frente

A RBS – o maior grupo de mídia do sul do país, a 27ª empresa gaúcha no ranking dos Top 100, com oito jornais, oito emissoras de rádio e 18 de televisão espalhados pelo Rio Grande do Sul e Santa Catarina – suspendeu a rodada de demissões programada para o início de dezembro.
Até quem acredita em Papai Noel deve saber que o adiamento não é mero produto do espírito natalino que caracteriza a época. A lista de execuções que a família Sirotsky definiu a partir do duro plano de “reestruturação” do consultor Cláudio Galeazzi, conhecido no mercado como Galeazzi Mãos de Tesoura, previa a execução em dezembro de aproximadamente 200 postos de trabalho, na versão mais otimista da lista cifrada que circula pelo sexto andar do edifício-sede da RBS, em Porto Alegre (a versão mais pessimista degolava até 600 empregos em uma só tesourada). Mas, não foi apenas o tradicional saco de bondades do Bom Velhinho que travou, agora, a lista inoportuna do malvado Galeazzi.
O vazamento do corte iminente, revelado no site do  (ver “Nova tesourada na RBS já tem data”) duas semanas antes do previsto, em uma sexta-feira, 21 de novembro, fez a RBS sustar a sangria planejada para a primeira sexta-feira de dezembro, dia 5. A notícia do  causou espanto na casa dos Sirotsky: em poucas horas, o site do jornal registrou cerca de 18 mil visualizações, quase três vezes a multidão de 6.500 funcionários da RBS. Um número ainda maior – quase 45 mil acessos – navegou pelo site do  para ler a matéria que revelou ainda em setembro passado o tamanho da crise e a identidade do GaleazziMãos de Tesoura que dá régua e compasso para a onda de demissões na empresa (ver “A tesoura que assombra a RBS”).
Outras avaliações, além da inconfidência do ,sustaram no ar a lâmina afiada da RBS. Além da repercussão negativa da degola iminente vazada na internet, a RBS se assustou com a reação inevitável na área legal. Na quinta-feira 4/12, véspera da demissão em massa, o Sindicato dos Jornalistas protocolou em Porto Alegre denúncia contra a RBS na Superintendência Regional do Trabalho e Emprego, vinculada ao Ministério do Trabalho. O presidente do sindicato, Milton Simon, explicou no ofício a razão da denúncia: “As situações de demissões imotivadas e terceirização do trabalho de jornalistas, que são coagidos a pedir desligamento da sua função e passam a prestar serviço como Pessoa Jurídica, prejudicando as relações trabalhistas”.
Simas esclareceu no site do sindicato: “O grupo tem promovido uma série de demissões em seus quadros desde o início do ano. Alguns colegas foram convencidos a se tornarem Pessoa Jurídica (PJ), mas seguem cumprindo jornada como se ainda fossem empregados. O sindicato não é contrário ao trabalho como pessoa jurídica, mas é contra o artifício utilizado pelas empresas para burlar os direitos trabalhistas e precarizar o trabalho do jornalista”.
“Fraudes trabalhistas”
Desde agosto passado, quando uma tesourada em massa decapitou 130 funcionários na RBS, o sindicato se movimenta junto ao braço legal que mais inquieta a família Sirotsky: o ativo Ministério Público do Trabalho. Os advogados da empresa sabem que tiro fatal virá da Área Temática 3 da legislação que trata, sem rodeios, de “Fraudes Trabalhistas”. A lei cita ali, no grupo temático 3.1, as “fraudes para descaracterizar a relação de emprego”. No subtema 3.1.6, sob o título “Desvirtuamento de Pessoa Jurídica”, a legislação praticamente repete as palavras do presidente do sindicato, ao definir em Nota Explicativa um dos problemas centrais da RBS pela ótica legal: “O desvirtuamento de Pessoa Jurídica é a conduta baseada na exigência de que os trabalhadores constituam uma pessoa jurídica (empresa) como condição para serem contratados”.
O presidente-executivo da RBS, Eduardo Sirotsky Melzer, 42 anos, mais conhecido como Duda, decidiu estancar o clima de pânico que ameaçava corroer a empresa, desta vez escolado pela desastrada ação de agosto passado, quando falou aos funcionários em videoconferência que misturava as estações e confundia mais do que explicava: negou a crise, pregou desapego, estimulou o investimento dos funcionários em portais de vinho e cerveja e antecipou em uma segunda-feira, sem dar nomes, a demissão de 130 funcionários que só faria 48 horas depois. Agora, para acalmar seu público interno, Duda voltou ao ar na terça-feira, 2 de dezembro, apenas três dias antes do temido massacre de sexta 5.
Durante quase uma hora, um Duda mais austero, menos brincalhão, mais formal, falou em uma videoconferência que teve um elevado Ibope nos monitores espalhados pelas 53 unidades que compõem a RBS – nas 34 da mídia tradicional, englobando jornais, rádios e TVs, nas 10 do braço digital plugado na e.Bricks e nas 9 do setor definido como “Outros Negócios”, onde se vende de tudo, desde classificados de empregos, carros e imóveis até a entrega de mercadorias, passando por gráfica de impressos e folhetos, cursos de educação executiva e promoção de eventos.
Duda começou pelo essencial, para pacificar os espíritos assombrados pela notícia do : “Não haverá demissão coletiva. A RBS fará contratações e alguns ajustes pontuais”. E, pela primeira vez, falou no nome do demônio: “Tivemos um ano muito difícil e, por isso, chamamos o consultor Cláudio Galeazzi”. Procurou justificar as dificuldades do grupo pela crise do setor: “Tivemos o mau desempenho que tiveram todas as empresas de comunicação. Fomos bem na Copa do Mundo e nas eleições de 2014, mas não tão bem no caixa”. E, com o cuidado de não falar em vinho ou cerveja, tentou vender otimismo: “Precisamos nos adequar. Estamos muito animados”.  
A superação de 1%
Quem não está muito animado são os funcionários da RBS. As boas ideias de estímulo e recompensa profissional criadas pela empresa, e que funcionavam nos bons tempos, não são nada estimulantes em tempos difíceis, como os confessados por Duda. O esperado PPR, Plano de Participação nos Resultados, chegava a agregar até três salários no final do ano – um pelo Grupo, outro pela Unidade e um terceiro pela Equipe. Em um ano “muito difícil”, como 2014 foi definido por Duda, é mais realista confiar no saco de Papai Noel do que nas burras da RBS. Existem versões conflitantes sobre o que vai acontecer com o plano de participação. Os cálculos financeiros mais otimistas, segundo alguns, previam um único PPR, este referente ao Grupo, e ainda assim sem completar um salário fechado. O índice estimado era de 43% de um salário apenas, para ser fechado em dezembro e pago em janeiro de 2015. Outros informam que os três salários de PPR usualmente pagos porZero Hora e Diário Gaúcho vão cair pela metade, cerca de 1,5 salário. Dizem uns que o pagamento será em fevereiro, outros garantem que mudou para março. Na crise, nada é certo.
A RBS adotou, a partir de abril de 2012, um processo de avaliação individual de desempenho, o SuperAção 2.0, que segundo a empresa busca “um método claro e justo de avaliação para consolidar a cultura de alto desempenho e meritocracia”. No seu primeiro ano, 50,7% dos funcionários do grupo foram avaliados trimestralmente pelo método. As notas de superação vão de zero a cinco, mas os resultados atuais não deixam os funcionários entusiasmados. Em uma empresa onde mais da metade dos 6,5 mil empregados ganha menos de três salários mínimos, hoje valendo R$ 2.172, uma boa nota do SuperAção 2.0 pode representar um aumento de 1,1% no rendimento mensal – uma magra bolada de R$ 23,89, insuficientes para comprar na banca dez exemplares deZero Hora (preço de capa: R$ 2,50).
Em 12 de dezembro passado, uma sexta-feira, Duda Sirotsky produziu um artigo para a Folha de S.Paulo, intitulado “O futuro a nós pertence” e encharcado de otimismo: “Na era do ‘eu, mídia’, não há mais zona de conforto para a mídia”, escreveu o comandante da RBS, compartilhando a inquietude global onde jornal, revista, rádio e TV vivem, segundo ele, “transformações radicais, abruptas, disruptivas, desafiadoras”. Revelação de Duda Sirotsky:
Na RBS, também estamos inquietos e explorando as novas oportunidades. Depois de investigação global, que levou um ano para ser concluída e na qual foram entrevistadas mais de 150 personalidades, como Shane Smith, do site Vice News, Vint Cerf, um dos ‘pais’ da internet, e Ethan Zuckerman, do Centro de Mídia do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts, nos EUA), construímos premissas para nos guiar rumo à comunicação total.
Elas são baseadas em princípios e demandas do nosso tempo, como autenticidade, credibilidade, transparência, legitimidade, curadoria, relevância, interação, abertura, disponibilidade, compromisso, propósito, intuição e conveniência.
Contrariando o sentido da fala infeliz de agosto passado, quando manteve um eloquente silêncio em relação a termos como “jornalismo” e “jornalistas”, Duda agora caprichou na forma e na ênfase de sua conversão no artigo para a Folha: “Na nossa visão, não há futuro sem jornalismo e não há jornalismo sem jornalistas, fundamentais na era da informação”.
O amarelão da RBS
É um belo discurso, que os fatos teimam em contrariar. Os números do Sindicato dos Jornalistas do Rio Grande do Sul mostram que, no futuro imediato da RBS, o jornalismo da casa tem menos jornalistas, apesar de “fundamentais na era da informação”. A impressão dominante de que a RBS trocou as demissões em massa por demissões a conta-gotas é confirmada pelo quadro consolidado das rescisões de contrato firmadas, por obrigação legal, junto à representação sindical da categoria. Uma planilha Excel cedida pelo Sindicato ao  mostra que, entre janeiro e novembro de 2014, foram consumadas 233 rescisões de jornalistas em Porto Alegre – 91 delas executadas apenas no âmbito da RBS.
Apesar da crença de Duda Sirotsky de que não há futuro sem jornalismo e não há jornalismo sem jornalistas, o grupo que ele dirige é responsável por 39% das demissões, quatro em cada 10 profissionais no Rio Grande do Sul só em 2014. Atesourada mais forte atingiu a Zero Hora, onde 53 pessoas perderam o emprego, quase 60% das 91 demissões do grupo. A segunda maior vítima foi a área de TV, onde 34 funcionários (mais de 37%) foram decapitados. A primeira execução do ano na RBS veio de lá, da TV Gaúcha POA, em 2 de janeiro, quando Hector Guevara Werlang saiu, tendo como causa de afastamento um “pedido de demissão”. Ainda segundo a tabela já defasada do sindicato, a última execução data de 14 de novembro e atingiu o festejado diretor de arte da Zero Hora, Luiz Adolfo Lino de Souza, identificado como “despedido sem justa causa”.
A grande maioria dos nomes afastados não tem justa causa, mas mesmo os pedidos de demissão, segundo o Sindicato, não indicam uma opção voluntária, mas uma imposição negociada para transformar antigos funcionários, de salários mais altos, em pessoas jurídicas, os PJs – praga que sugere “o artifício utilizado para burlar os direitos trabalhistas e precarizar o trabalho do jornalista”, conforme a denúncia feita ao Ministério Público do Trabalho.
A hegemonia da RBS no quadro de demissões de jornalistas no Rio Grande do Sul pode ser percebida visualmente pela marcação, em amarelo, dos nomes tesourados na empresa em 2014, segundo a planilha do sindicato fornecida ao . Os nomes sem cor representam empresas menores e casos mais isolados, como Caldas Júnior, rádio e TV Guaíba, Grupo Pampa, Jornal do Comércio, Grupo Sinos, Fundação Cultural Piratini (TVE), sindicatos ou pequenas empresas de mídia empresarial. O amarelão da RBS se vê abaixo:
À beira de um ataque
Os problemas que azucrinam a vida da RBS no Rio Grande do Sul cruzaram o rio Pelotas e contaminam também a RBS de Santa Catarina, onde a empresa possui 15 empresas de mídia tradicional. São cinco jornais (Diário Catarinense, Hora de Santa Catarina, A Notícia, Jornal de Santa Catarina eO Sol Diário), oito rádios (CBN, Itapema FM em Florianópolis e Joinville, Atlântida FM em Criciúma, Chapecó, Blumenau, Joinville e Florianópolis) e duas TVs (RBS e TVCOM).
Só em Florianópolis, entre a tesourada de agosto e o final de novembro, o Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina contabiliza 18 demissões na RBS. No período, outras nove demissões ocorreram no interior, entre Joinville, Blumenau e Lages. No início de dezembro, o time inteiro da sucursal de Lages do Diário Catarinense ganhou cartão vermelho: 11 funcionários, incluindo a faxineira, o motorista, a telefonista e quatro jornalistas. Um diretor sindical lembrou ao : “Ontem [quarta-feira, 3 de dezembro], homologamos a demissão traumática de uma funcionária da RBS com oito anos e meio de casa. Ela chegou ao sindicato à beira de um ataque de nervos. O marido, também funcionário da RBS, fora demitido semanas antes. A família está desamparada…”
O departamento jurídico do sindicato catarinense, como faz sua contraparte gaúcha, está entrando com reclamatórias trabalhistas na Delegacia Regional do Trabalho e junto ao Ministério do Trabalho, exigindo que a RBS pague aos demitidos a participação nos lucros proporcional aos meses em que trabalharam lá ajudando a empresa a lucrar. O relato do Sindicato de SC ao  é assustador:
Vários casos de homologação rescisória beiram o estelionato e estamos recomendando aos nossos sindicalizados o caminho da justiça. A RBS usa critérios diferentes para situações iguais, premiando seus escolhidos com vantagens que negam a outros. Alguns jornalistas demitidos podem ficar sem o seguro médico, enquanto outros o recebem. A empresa submete os jornalistas demitidos a negociações individuais, pagando uns de um jeito e outros de outro. Parece coisa sem importância, mas é bem pensada: divide os coleguinhas entre os que nada têm a reclamar e os que ficam falando sozinhos, carimbados como loucos, reclamões, os que pra quem nada serve.
O truque mais velho da RBS é o de não pagar o INPC na data-base de 1º de maio, assim ganhando dinheiro simplesmente com o atraso dos pagamentos devidos. A jogada é simples: a RBS leva 10 meses para pagar, alegando que é o sindicato que complica as negociações. Dizem ser ‘extorsiva’ a cláusula em que pedimos, por exemplo, o aumento do vale-refeição de R$ 10 para R$ 12. Com base nisso, ficam meses sem voltar à mesa de negociação, querendo forçar o sindicato a implorar de joelhos a retomada desse estranho ‘diálogo’. Se voltamos à mesa, temos que nos sujeitar apenas à oferta de R$ 2 de aumento ‘extorsivo’. Se não voltamos, ficamos mal vistos pela categoria.
Aí, mansamente, no final do ano, antes que a briga pelo aumento vá aos tribunais, a RBS abre o cofre e paga o devido. Nesse longo tempo de impasse, a empresa fica com o dinheiro rendendo. É possível estimar o que eles ganharam, em 2014, a partir dos 200 empregados que possuem em Santa Catarina. Pelo INPC e aumento real, cada funcionário teria direito a R$ 150 por mês de aumento cada um, multiplicado por 10 meses, que é o tempo básico de espera. Multiplicado pelo número de empresas e empregados que a RBS tem aqui, isso passa de R$ 1 milhão. Depois de esperarmos desde maio, a RBS anunciou em novembro que pagaria o aumento devido na folha de dezembro.
Outra esperteza identificada pelo sindicato catarinense é a invenção de um cargo nas redações da RBS chamado de “assistente de conteúdo”. É uma espécie de limbo, desconhecido na lei trabalhista, que flutua entre o inferno do “estagiário” e o purgatório da “Pessoa Jurídica”. O sindicato está ouvindo sigilosamente o depoimento de alguns deles, que carregam todas as obrigações e nenhum direito de um funcionário legalizado. São estudantes de jornalismo, ainda não formados, que adentram o paraíso da redação assumindo de forma consciente os riscos da clandestinidade legal: “A gente trabalha oito horas ou mais na redação, faz todo o serviço de um repórter, apura e escreve, sem o direito de assinar a matéria. Fazemos tudo o que nos exigem, sem poder exigir nada em troca. Basta o ‘privilégio’ de estar lá dentro da redação, na condição de um subempregado, ganhando menos de R$ 1 mil. Mas, quem vai reclamar? Todo mundo espera uma chance melhor no futuro, mesmo sendo na RBS…”, contou ao  um dos assustados “assistentes de conteúdo” de Santa Catarina. 
O ombudsman sob vigilância
Por incrível que pareça, existe uma maneira de frequentar de forma bem-humorada o circo de horrores da RBS. Basta acessar, como fazem reservadamente todo dia os funcionários da casa, o Blog do Prévidi (previdi.blogspot.com.br), que o jornalista José Luiz Prévidi, 60 anos, sustenta há 12 anos sob um lema inspirador: “Jornalismo de opinião com bom humor”. Carioca de Copacabana, trocou em 1966 a praia do Rio em definitivo pela rua da Praia de Porto Alegre, passando pelas principais redações da capital: Diário de Notícias, Correio do Povo e Zero Hora, onde atuou por três anos na editoria de Política. Sempre bem humorado e ferino (“Sou torcedor do Botafogo, no Rio, e do Internacional, aqui. Mas sem fanatismos”), Prévidi tornou-se uma espécie de ombudsman virtual da RBS, registrando com um prazer incontido as derrapadas e mazelas deste annus horribilis do grupo dos Sirotsky, recortado pela figura de Galeazzi Mãos de Tesoura.
Que ninguém despreze o poder corrosivo de Prévidi e suas notas ácidas. No ano passado, o seu blog registrou uma média de 800 mil acessos mensais, totalizando quase 9 milhões de visitas, a partir de 38 países. Um número que deve ser creditado, em boa parte, ao alvo central de suas notas, a própria RBS, que ele mesmo ironizou em um registro de 2 de dezembro passado:
Ponto da Idiotice
Os comedores de sucrilhos orgânico com nescauzinho, os tais ‘executivos’ do Grupo RBS, tomaram uma decisão do mais alto nível!
Brilhantes como sempre, mandaram monitorar pela TI (Tecnologia de Informação) todos os funcionários que acessam o Blog do Prévidi. Como diz a minha ‘informante’, a medida é para ficarem com medo e não acessarem. Genial! Terão que proibir que os funcionários trabalhem com celular.
Foi no blog do Prévidi que se soube, na quinta, 4 de dezembro, que seriam extintos todos os planos de saúde, incluindo Golden Cross e Unimed, que a RBS concedia como benefício aos seus funcionários. “Todos serão atendidos agora pelo CAF, que é um SUS melhorado. E os ‘colaboradores’ ainda vão colaborar com descontos em folha de uma parte do valor da consulta”, complementou Prévidi, nomeando o diretor que deu a notícia: Deli Matsuo, o vice-presidente de Gestão e Pessoas do Grupo RBS, apesar de sua formação em engenharia elétrica e tecnologia de informação.
Na terça, 9 de dezembro, Prévidi deu outra triste notícia sobre a Zero Hora, que os leitores da Zero Hora nunca podem ler no jornal: a demissão de Bete Duarte, funcionária da RBS nos últimos 35 anos e editora há 15 anos do caderno de Gastronomia de ZH.
A ironia sem graça do marketing
A fase da RBS, de fato, não é boa. No início de dezembro, 48 horas antes do massacre previsto para o dia 5, o grupo lançou uma massiva campanha de incentivo, com filmes nas suas emissoras de TV, spots nas rádios e páginas nos jornais. Os filmetes, produzidos pela agência Dez Propaganda, mostram momentos decisivos na vida dos personagens, quando estão prestes a fazer escolhas importantes, como comprar um imóvel, pedir a namorada em casamento ou saltar de paraquedas. Tudo isso ao som de “Vida”, a música composta em 1985 por Ricardo Garay e Carlos Ludwig atendendo a um pedido de Maurício Sirotsky Sobrinho, o fundador do grupo, e que se tornou o hino oficial das festas de fim de ano da RBS.
A diretora de Marketing e Comunicação do grupo, Anik Suzuki, definiu a ideia que estava por trás da campanha: “Queríamos uma mensagem de recomeço, de nova chance, algo que fizesse bem às pessoas. Que provocasse nelas entusiasmo, otimismo, senso de urgência e coragem para realizar seus projetos, planos e sonhos”. São belas intenções, mas mortamente comprometidas pelo título infeliz escolhido para definir a campanha: “Vá em Frente”. Com direito ao hashtag #2015VáEmFrente.
Para uma empresa traumatizada pelo fantasma da crise, pelo sobressalto das demissões e pela espera angustiante da próxima tesourada da “reestruturação” de Cláudio Galeazzi, o conceito do “Vá em Frente” soa como uma cruel ironia fora de hora ou uma piada sem graça. Nada provoca mais entusiasmo, otimismo, senso de urgência e coragem para realizar projetos e sonhos do que preservar empregos e salários – valores em crise profunda para os minguantes 6.500 funcionários da RBS.
Uma das peças da campanha mostra uma criança saltando nas águas serenas de 2015. Outra peça conclama: “Não importa qual o seu objetivo, seu sonho, seus planos: vá em frente. Faça acontecer. Você quer estimular alguém a tomar uma decisão importante? Quer dar aquele empurrãozinho que falta?” Para realçar a ideia, sob a trilha sonora de “Vida”, aparece alguém saltando de um avião, ainda sem o paraquedas aberto. Nada define melhor, hoje, o sentimento dos aflitos empregados da RBS, que temem o “empurrãozinho que falta” e o mergulho sem paraquedas no espaço vazio do desemprego, em um território inóspito como o desanimador mercado de trabalho para jornalistas no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina.
Vendendo jornal velho
A crise existencial da RBS não é percebida pelo autismo do grupo, que vende de forma obsessiva sua falsa modernidade, mas pode ser entendida pela reflexão de quem avalia o cenário com precisão longe das páginas de Zero Hora. O jornalista Tiago Lobo, formado pela PUC gaúcha, é editor da revista digital Pensamento,que se define como “uma revista de reportagens para fazer pensar”. Com a visão certeira e o faro agudo de repórter, Lobo acaba de publicar um artigo no Observatório da Imprensa (ver “O jornal e a utopia metropolitana“)sobre o jornal dos Sirotsky, onde diz:
Zero Hora dá aula de como cavar a própria vala. Suja, rasa, sem lápide, para ser enterrada como indigente. E só eles, enquanto negociam vinhos, pirulitos e “negócios digitais”, não se dão conta do que perdem. Independente dos motivos, grandes nomes que faziam valer a leitura daquelas páginas mal acabadas foram seguindo seu rumo. Altair Nobre, Alexandre Bach, Chico Amorim, Carlos Wagner, Luiz Adolfo e tantos outros jornalistas competentes que foram saindo ou sofreram a degola das tesouras da RBS, para falar só dos jornais impressos do grupo.
ZH virou um playground com linha editorial remendada, dentro de um segmento de público-alvo que não consegue atingir: o jovem. E nem vai.
Diário Gaúcho, subestimado, alvo de preconceitos pelo seu suposto populismo, atropelou a carne nobre dos impressos da RBS. Mas o seu projeto tem prazo de validade e está vencendo. E assim como a Folha de S.Paulo é incorrigível dentro dos seus modismos editoriais, Zero Horatambém o é.
Agora resolveu que o jovem vai salvar o seu negócio. No entanto, sua reforma (apressada, atrapalhada e que causou confusões dentro do departamento de diagramação) é um tiro no pé feito dentro de uma sala escura, já que muda a forma de o jornal se relacionar com o seu leitor de uma hora para a outra, indo do clássico ao desarranjo contemporâneo e caótico sem avisar. […]
Jornais de verdade levam, em média, 10 anos para implantar uma mudança gráfica e de linha editorial radical. Isso é feito de conta-gotas. O motivo? Simples: respeitar a experiência de leitura do público e ir aperfeiçoando detalhes despercebidos durante o processo. Mas Zero Hora trabalha com o conceito mais estúpido do mundo, em se tratando de papel: tudo é beta e para ontem. Tudo pode mudar, até amanhã. Se não der certo, não tem problema: era beta, mesmo. E deixam isso claro com seu slogan “papel, digital, o que vier”. Mas se esquecem de que sequer estarão de pé para encarar “o que vier” se continuarem a desconstruir o jornalismo que alegam fazer.
O jornalista de Pensamento define o que está embutido no novo logotipo de Zero Hora, criação do último demitido na planilha do sindicato, o editor de arte Luiz Adolfo Lino de Souza. Colaram ali um lema que traduz a pressa e a urgência que parece assoberbar a RBS: “Papel. Digital. O que vier”. Uma declaração de propósito que, mais do que arrojo, exibe um frenesi para traçar o que vier, seja o que for, sem método ou estratégia. É como se a RBS fosse montada pela crise, em vez de cavalgá-la.
O implacável Blog do Prévidi garimpou outra preciosidade, que demonstra o surto de ideias infelizes que atropela o bom senso na RBS. Um pequeno anúncio, que serve como calhau, anuncia aos leitores de Zero Hora que “você pode resgatar o que já foi notícia”. E avisa que jornais antigos estão à venda no arquivo de ZH, de segunda a sexta-feira, no bairro São João. É bizarro que, diante da crise global para vender jornais do dia, a RBS faça um esforço para vender jornal velho, imprestável até para embrulhar peixe. Em um mundo conectado pela urgência da mídia digital, que tudo informa em bytes e pixels medidos em segundos, é válido perguntar quem poderia se interessar por jornais velhos, antigos, de edições remotas, amareladas pelo tempo, desbotadas na memória.
O líder perde a liderança em casa
Mais do que vender jornal velho, Zero Hora deveria se preocupar em vender jornal novo, a cada dia. Não é o que está acontecendo. O IVC (Instituto Verificador de Circulação) mostra que, entre janeiro e setembro, a ZH perdeu 6,34% de sua circulação diária, caindo de 181.772 para 170.243 exemplares. A queda só não foi maior do que a de seu concorrente, Correio do Povo, que despencou 12,67% no período, caindo de 134.998 para 117.891 exemplares diários.
O vexame maior é que ZH perdeu o título de maior jornal do Estado para um imprevisto concorrente da própria casa, cedendo a liderança para seu primo pobre, o Diário Gaúcho, que cresceu 23,19% nos nove primeiros meses de 2014. Vendia 150.214 exemplares diários em janeiro e, em setembro, subiu para 185.055 exemplares. É o jornal popular da RBS, dedicado às classes C, D e E, com uma linha editorial vulgar que privilegia notas policiais, futebol, fofocas da TV e fotos na capa de mulheres com pouca roupa e muitas curvas. O jornal, além dos vales que publica para serem trocados por panelas, copos, talheres, assadeira de bolo, livros de culinária e outras bugigangas domésticas, tem como atração o preço baixo de capa: 75 centavos, três vezes menos do que os R$ 2,50 de Zero Hora.
A vertiginosa ascensão do Diário Gaúcho, apesar da tesourada que reduziu sua redação de 20 para 12 jornalistas, lança dúvidas tenebrosas sobre a saúde dos empregos em Zero Hora. Afinal, a dura política de cortes de Galeazzi no jornal popular da empresa fez subir sua rentabilidade, com maior tiragem e menores custos, ao contrário do que acontece no jornal-líder do grupo, menos rentável, com menor circulação e custos elevados.
As demissões em massa foram transformadas em degolas pontuais, que persistem e não cessam, embora chamem menos atenção. Com a perspectiva do tempo, como se vê no amarelão da planilha do sindicato, é possível constatar que a estratégia de cortes de Galeazzi continua firme e forte. A navalhada massiva de dezembro foi substituída pela tesourada gradual, que deve se prolongar pelo primeiro semestre de 2015, conforme confidências vazadas por executivos da RBS. A lista de meta de demissões na gaveta da diretoria continua oscilando entre 200 e 600 funcionários, nos termos do rígido plano de “reestruturação” estabelecido pelo Mãos de Tesoura e não revogado por Duda Sirotsky. É bom lembrar que, em julho de 2015, vence o prazo de dois anos que Cláudio Galeazzi se impôs para trabalhar no recorte de gastos da RBS. Ele sai, em meados do ano, mas fica na empresa sua doutrina de implacável austeridade. A sensação permanente de perigo está eternizada no selfie da crise, o autorretrato da redação de Zero Hora, onde muitos sorriem, outros tantos não, todos apreensivos com o que veio no Ano Velho e com o que virá no Novo Ano.
Afinal, Cláudio Galeazzi sai da RBS e vai em frente. E a tesoura que fica, também.

Terça, 13 de janeiro de 2015

Atualizado diariamente até o meio dia.
Eventualmente, a tarde, notícias urgentes.















ponto especial

Um dos mais antigos ídolos da minha vida escreve sobre a tragédia do semanário francês.
Foi publicado em O Dia.

Jaguar: Charlie Hebdo e  o Pasquim

Depois do que houve com o Charlie Hebdo,eu pretendo pegar mais pesado nas charges

Rio – Fiquei sabendo por um telefonema do Chico Caruso: “E o ‘Charlie Hebdo’, hem?” Fiquei esperando o resto da piada. “Mataram o Wollinski, o Cabu e mais dez.” Quando caiu a ficha e me convenci de que era verdade, o impacto foi literalmente tão arrasa-quarteirão quanto o da explosão das Torres Gêmeas. Como disse o Ique no ‘Jornal da Globo’. Mas discordo quando acrescentou que “evidentemente” daqui pra frente os cartunistas irão se atemorizar e diminuir suas críticas ao Irã, sem trocadilho.

Os colegas de cartum, não sei, mas eu pretendo pegar mais pesado do que costumo. Para quem não viu a minha charge de quinta-feira passada, desenhei um suposto Alá com turbante e uma barba negra contrastando com a barba branca de um Deus ariano. Pela Lei do Corão, qualquer imagem do Profeta é um crime que deve ser punido com a morte. E agora? Os malucos extremistas que fuzilaram Wollinski e seus companheiros vão explodir também meus miolos? Façam suas apostas. Mas, voltando ao ‘Charlie Hebdo’, era mais interessante quando tinha colaboração do Siné (radical, achava que o jornal devia ser mais engajado politicamente; no auge das discussões xingava o pessoal de reacionário, um exagero, é claro).

Por causa disso de vez em quando brigava com Wollinski e sumia. Isso salvou sua vida: quando houve o atentado, estava longe do local do crime (em 2008, saiu definitivamente do quadro de colaboradores). Meu palpite é que agora vai voltar. A crônica está quase no fim e ainda não falei que tivemos um ‘Charlie Hebdo’ no Brasil, o ‘Pasquim’ . Os dois nasceram na mesma época (1969-70), eram semanários, no formato tabloide, feitos basicamente por cartunistas: Wollinski, Siné, Willen, Cabu, Reiser e outros no ‘Charlô’. Millôr, Ziraldo, Fortuna, Henfil, Claudius, Caulos, Redi e outros no ‘Pasca’. Em ambos, a tiragem era de cem mil, e a única fonte de renda vinha da venda em bancas ou assinatura (ou seja, estávamos sempre no vermelho).

Para os patrocinadores, éramos um bando de comunas. A diferença era que, na França, De Gaulle tinha sido eleito, e aqui estávamos no auge da ditadura, em pleno AI-5. Houve também um atentado a bomba (que não explodiu, deu chabu, um atentado subdesenvolvido). A mídia (acho que ainda não tinham inventado o nome) praticamente ignorou o fato. O importante é que, entre mortos e feridos, salvaram-se todos. Ainda bem que isso aqui é Terceiro Mundo.

ponto do paraíso

HOJE À TARDE

Logo depois das 14 horas publico uma matéria minuciosa, bombástica. Perfeita.
Sobre a RBS.
Redigida por um dos melhores jornalista do Brasil: Luiz Cláudio Cunha.
Luiz Cláudio,para quem não sabe, é aquele jornalista da revista Veja, que nos anos 80 descobriu o sequestro dos uruguaios Lilian Celiberti e Universindo Diaz, em Porto Alegre.
Aguardem.

INACREDITÁVEL!!

Grandes brasileiros e estrangeiros receberam homenagens da Assembleia gaúcha – apesar que teve  uma época que muita gente recebeu, por exemplo, a Medalha do Mérito Farroupilha sem o menor merecimento.
Parece que este tempo voltou.

Leia este release:
O presidente do Grupo RBS, Eduardo Sirotsky Melzer, recebe nesta terça-feira (13), às 17h, a Medalha do Mérito Farroupilha, considerado a maior honraria do Parlamento gaúcho. A homenagem, proposta pelo deputado Mano Changes (PP), ocorre no Salão Júlio de Castilhos, na Assembleia Legislativa.
A medalha é conferida a cidadãos brasileiros ou estrangeiros que, por motivos relevantes, tenham se tornado merecedores do reconhecimento do Legislativo do Estado. Eduardo será homenageado pelos investimentos que o Grupo RBS tem feito no uso da tecnologia como instrumento de transformação e desenvolvimento social e pelos 50 anos do jornal Zero Hora.

Vejam a oportunidade do deputado Mano Changes, que não foi eleito.
2014 foi o pior ano desde a fundação do Grupo – ou melhor, desde que Zero Hora começou a circular. O presidente jovem e tímido, o líder dos comedores de sucrilhos com neuscauzinho, foi o responsável pelo fiasco que se tornou o jornal, as rádios e as TVs; pelo fechamento de negócios; por demissões desnecessárias. Enfim, tudo o que acompanhamos durante todo o anopassado.
E o sujeito recebe uma homenagem – e vai ter um monte de baba-ovo aplaudindo.
Olha este detalhe do release:
(…) erá homenageado pelos investimentos que o Grupo RBS tem feito no uso da tecnologia como instrumento de transformação e desenvolvimento social e pelos 50 anos do jornal Zero Hora.

RESSURGIU DAS CINZAS

São 8 os integrantes do Conselho de Administração do Grupo RBS.
Agora, em 2015, integra esta relação o senhor Geraldo Correa.
Lembram?
Quando o presidente jovem e tímido da RBS, Dudu Melzer, assumiu,uma de suas primeiras “medidas” foi tirar o poderoso Geraldinho de uma vice-presidência.
Geraldo é filho de Fernando Ernesto Correa, um dos fundadores do Grupo e axciobnista.

Depois que deixou a empresa em que se criou andou por vários tapetes – banco, Atena Gremista,etc.

ENTENDEU? EU NÃO

MEU BRASIL BRASILEIRO

PARA OS FÃS DE GORDINHAS

Em especial ao Paulo Motta e outros fofoafetivos.

AEROPORTO DE TORRES

Escreve o jornalista Clóvis Heberleclovisheberle.blogspot.com

SAUDADES DO FUTURO

A pista asfaltada de 1.500 metros permite a operação de aviões de porte médio.
O terminal de passageiros é confortável, o estacionamento  amplo. O Aeroporto Regional de Torres tem todos os equipamentos necessários para pousos e decolagens e uma estação meteorológica.  A Prefeitura de Torres assumiu a responsabilidade pela manutenção, limpeza e segurança das instalações.  Está tudo “nos trinques. Só faltam… passageiros.
Construído pelo governo do Estado e inaugurado pelo governador Antonio Britto em 20 de novembro de 1998, o aeroporto seria uma alternativa ao Salgado Filho, de Porto Alegre, no transporte de passageiros e de cargas, atendendo os municípios do Litoral norte do Rio Grande do Sul e do sul de Santa Catarina devido à sua excelente localização, na Estrada do Mar, a 12 quilômetros do centro de Torres. No entanto, nunca teve vôos regulares de empresas aéreas.

ESCOLINHA ZH

Na verdade, Escolinha Sala de Redação.
Comecei a semana ouvindo o Timeline Gaúcha, da Rádio Gaúcha. 10 horas.
Confirmei que Luciano Potter é um grande apresentador – como é no Patrola, da RBS TV. Aliás, depois do Mazedão, Potter é o melhor da Gaúcha.
David Coimbra entra de Boston e é o David de sempre. Voz de recém acordado, deve estar sempre de pijama e pantufas.
Kelly Matos destoa dos dois, mas certamente é a melhor que a emissora tem.

Hoje, pensei que o Potter fosse se agarrar com a moça. Ela literalmente torrou o saco do cara por causa de uma pergunta para a ex-miss Gabriela Markus, que vai trabalhar na Secretaria de Estado do Turismo. Uma bobagem dele – qual a roupa que iria usar no trabalho.

Kelly, “ser engraçado” é um negócio muito difícil. A tua “brincadeira” com o Potter, chamando-o de machista e outras coisas, poderia render um monte de incomodação para o cara. Não dá para esquecer que tem muito idiota “politicamente correta”.

DIRETO DO PARAÍSO

Melhorou Jorge Loeffler e Flávio Paranhos?

Segunda, 12 de janeiro de 2014

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ponto especial

NÃO SOU CHARLIE HEBDO

É um bom momento para adotar uma postura menos hipócrita
em relação às nossas próprias figuras provocadoras

David Brooks é colunista do The New York Times

Os jornalistas do Charlie Hebdo são aclamados agora justamente como mártires da liberdade de expressão, mas sejamos francos: se tivessem tentado publicar seu jornal satírico em qualquer campus universitário norte-americano durante as últimas duas décadas, não teriam durado nem trinta segundos. Os grupos de estudantes e docentes os teriam acusado de incitação ao ódio. A Administração teria cortado seu financiamento e encerrado suas atividades.

A reação pública ao atentado em Paris revelou que há muitas pessoas que se apressam em idolatrar aqueles que são contra as opiniões dos terroristas islâmicos na França, mas que são muito menos tolerantes em relação àqueles que são contra suas próprias opiniões em seu país.

Apenas vejam todas as pessoas que reagiram de maneira exagerada às microagressões no campus. A Universidade de Illinois despediu um professor que analisava a postura da Igreja Católica em relação à homossexualidade. A Universidade do Kansas expulsou um professor por criticar no Twitter a Associação Nacional do Rifle. A Universidade Vanderbilt desqualificou um grupo cristão que insistia em ser dirigido por cristãos.

Os norte-americanos podem elogiar o Charlie Hebdo por ser corajoso o suficiente para publicar caricaturas que ridicularizavam o profeta Maomé, mas quando Ayaan Hirsi Ali é convidada ao campus, há frequentemente pedidos para que suas palestras sejam proibidas.

Por isso, este pode ser um momento para se aprender algo. Agora que estamos horrorizados pelo massacre daqueles escritores e editores em Paris, é um bom momento para adotar uma postura menos hipócrita em relação às nossas próprias figuras polêmicas, provocadoras e satíricas.

A primeira coisa a dizer, suponho, é que independentemente do que você tenha postado em sua página do Facebook na quarta-feira, é incorreto para a maioria de nós afirmar “Je suis Charlie Hebdo” ou “Sou Charlie Hebdo”. A maioria de nós na verdade não adota o humor deliberadamente ofensivo no qual esse jornal é especializado.

Podemos ter começado assim. Quando se tem 13 anos, parece ousado e provocador épater la bourgeoisie [escandalizar a burguesia], enfiar o dedo no olho da autoridade, ridicularizar as crenças religiosas de outros.

Mas, depois de um tempo, isso nos parece pueril. A maioria de nós passa a adotar pontos de vista mais complexos sobre a realidade e mais tolerantes em relação aos demais. (A ridicularização se torna menos divertida à medida que tomamos maior consciência a respeito de nossa própria e frequente ridicularidade). A maioria de nós tenta mostrar um mínimo de respeito frente às pessoas de diferentes credos e religiões. Tentamos começar a conversa escutando em vez de insultando.

Mas, ao mesmo tempo, a maioria de nós sabe que os provocadores e outras figuras bizarras desempenham um papel público útil. Os humoristas e cartunistas expõem nossas fraquezas e vaidade quando nos sentimos orgulhosos. Eles esvaziam o autoelogio inflado dos bem-sucedidos. Nivelam a desigualdade social ao rebaixar os poderosos. Quando eficazes nos ajudam a enfrentar nossas fraquezas em comunidade, já que o riso é uma das experiências de aproximação no final das contas.

Além disso, os especialistas em provocação e ridicularização expõem a estupidez dos fundamentalistas. Os fundamentalistas são pessoas que levam tudo ao pé da letra. São incapazes de adotar pontos de vista diferentes. São incapazes de ver que, embora sua religião possa ser digna da mais profunda veneração, também é verdade que a maioria das religiões é um tanto estranha. Os humoristas expõem aqueles que são incapazes de rir de si mesmos e ensinam aos demais que provavelmente deveriam fazer a mesma coisa.

Em resumo, ao pensar naqueles que provocam e ofendem, desejamos manter normas de civilidade e respeito e, ao mesmo tempo, abrir espaço a esses tipos criativos e desafiadores que não têm as inibições dos bons modos e do bom gosto.

Quando se tenta combinar esse delicado equilíbrio com as leis, as normas de discurso e oradores vetados, o resultado é uma censura nua e crua e conversas abafadas. É quase sempre um erro tentar silenciar o discurso, fixar normas e cancelar convites a palestrantes.

Por sorte, os costumes sociais são mais maleáveis e flexíveis do que os códigos. A maioria das sociedades conseguiu manter padrões de civilidade e respeito ao mesmo tempo em que deixam o caminho aberto para os divertidos, malcriados e ofensivos.

Na maioria das sociedades, adultos e crianças comem em mesas separadas. As pessoas que leem o Le Monde ou as publicações institucionais sentam-se à mesa com os adultos. Os bobos da corte, os excêntricos e pessoas como Ann Coulter e Bill Maher estão na mesa das crianças. Não são totalmente respeitados, mas são escutados porque, com seu estilo de míssil descontrolado, às vezes dizem coisas necessárias que ninguém mais está dizendo.

As sociedades saudáveis, em outras palavras, não silenciam o discurso, mas concedem um status diferente aos diversos tipos de pessoas. Sábios e renomados estudiosos são escutados com grande respeito. Os humoristas são escutados com um confuso semirespeito. Os racistas e antissemitas são escutados através de um filtro de opróbrio e desrespeito. As pessoas que desejam ser escutadas com atenção têm que conquistar isso por meio de sua conduta.

O massacre de Charlie Hebdo deveria ser uma oportunidade para por fim às normas sobre o discurso. E deveria nos lembrar que, do ponto de vista legal, temos que ser tolerantes com as vozes ofensivas, embora sejamos exigentes do ponto de vista social.

ponto do paraíso

GAÚCHOS CATARINAS: UM TIPO ESTRANHO

As três fotos aí em cima são do final de semana em Oeisis International. Sol, suave brisa, mar limpo com bandeira amarela (água morna, o que não sou chegado, porque lembra “banho de rio”, de Lami). Ponto negativo? As ondas ruins, porque até agora não consegui pegar um jacaré legal.
O que é cada vez mais estranho é a neura que as pessoas tem do retorno  às suas cidades. Acreditem, tem gente que sai sábado ao meio-dia ou domingo de manhã, porque não admite ficar mais do que uma hora na friuei. Não admite engarrafamento!
Em compensação, esses impacientes, ficam 4, 5 horas parados em Laguna e dão risada. Tudo para chegar naquele “paraíso” para ser explorado pelos irmãos catarinas. Na ilha, passam mais tempo nos engarrafamentos do que nas praias – mas acham tudo ótimo!. Pagam uma fortuna por um prato de peixe e dão risada!!
Esse gaúcho catarina é um ser muito estranho!

(amanhã volto ao assunto)  

DOUTOR NELSON SENIL? A RBS AGONIZA?

Do Relatório Reservado de sexta passada.
Depois eu que sou o implicante!

Procura-se por Wally no Grupo RBS

2014 foi um ano ruim para o Grupo RBS. 2015, por sua vez, também promete vdureza. Provavelmente com mais cortes, que precisarão ser feitos sem desorganizar a produtividade e ferir a motivação dos que sobreviverem às demissões. Entre os desafios, o grupo terá de afinar os novos negócios
digitais e recuar quando eles se revelarem um abacaxi; rearrumar o marketing e o comercial de forma que eles possam compensar com agressividade
o período de retração previsto para o mercado.
Em síntese, nestas circunstâncias dirigir a RBS é trabalho para um gestor
tarimbado. Nada a ver com Duda Melzer, que faz parte do problema e não da solução – vide o management de 2014. E Nelson Sirotsky? Cavalheiros da sua Corte de bajuladores dizem, em off the record, que ele parece ter ficado senil.

FESTA DO BALACOBACO

Não conheço o José Aldo Pereira, ans já pbliquei várias notícias sobre ele. Aliás ,isso acontece normalmente, apesar de gente achar que só dou boas notícias sobre amigos.
Pois o José Alberto Andrade fez 50 anos no sábado.
Ele simplesmente reuniu gente de todas rádios na casa dele: Gaúcha, Guaíba, Band, Grenal e até a Cultura FM estavam lá.
O aniversário do Zé era considerado na Rádio Gaúcha dos anos 80/90 a Festa de início do verão.Ele reuniu entre outros:  Vinicius Brito, Diori Vasconcelos, Rafael Cechin, Marcus Vinícius Wesendonk, Sérgio Boaz, Felipe Vieira, Cláudio Brito, Silvio Benfica, Rodrigo Rocha, Paulo Moreira, Gerson Luis da Silva, Renato Martins, Antonio Carlos Macedo, Rafael Serra e Jose Aldo Pinheiro em Porto Alegre.
Toda essa turma exceto o Diori Vasconcelos e o Rafael Cechin estavam na Gaúcha na virada das décadas de 80 para 90 e apesar de se espalharem por vários veículos o Zé preservou a amizade.
O Vinicius Brito e o Mateus Benfica (filho do Silvio Benfica e afilhado do Zé, que aparece na foto) eram crianças e circulavam pelos corredores da Gaúcha.

QUE BAITA CONFUSÃO!!
TRATA-SE DO JOSÉ ALBERTO ANDRADE, O ANIVERSIARANTE

FOFOQUINHA DA SEMANA

Mano Changes, deputado não reeleito, do PP, deverá ser diretor-geral do Banrisul.

ESCOLINHA ZH

No G1:


Sobre o ZH, recebo:

Se tu fosses editor chefe do jornal ZH, tu manterias aquela besteirada que o Santana escreve?
Como é que um comitê editorial não faz nada contra aquele lixo, que desperdiça espaço e dinheiro, e não melhora com outro conteúdo?
Sabes como chamo isto? Desrespeito com o leitor. Eles preferem desrespeitar o leitor a peitar o moribundo Santana.

No ZH, matemáGica:


NO ZH:

Saiba quem são os quatro reféns mortos por terrorista em centro comercial de Paris
Um deles teria tentado atirar contra Amedy Coulibaly, mas a arma estaria travada

Relevância total de um dos melhores jornais do universo!
(ainda bem, que não tem  nenhum daCidade Baixa)

ZH EXPORTA ESTILO!!

No site da ITV (Rede de Televisão Britânica)

French police kill three terror suspect

(Polícia francesa mata três suspeitos de terrorismo)

DUAS DO SENSACIONALISTA

Pura mariquice:

Chamar picolé de paleta é a forma mais eficaz de ficar fresco nesse verão, diz estudo

Brasileiro que finge entender de campeonato europeu é o ser humano mais chato do mundo, diz pesquisa

DIRETO DO PARAÍSO

No quiosque, aguardando.