VISITEI O PRESÍDIO CENTRAL
DE PORTO ALEGRE. MAS NÃO
QUERO FAZER DENÚNCIAS
E MUITO MENOS APARECER
PARTE 1
A população total, em 15 de maio de 2014 |
Adianta ficar dizendo ou escrevendo que o PCPA é o pior do Brasil?
Vale alguma coisa as milhares de palavras que já foram escritas, por “entendidos”, querendo ensinar como se administra um presídio?
E as dezenas e dezenas de denúncias que a gente ouve, lê e assiste quase todos os dias?
O prédio do Presídio é de 1959 e jamais passou por uma reforma. Tem validade uma entidade de engenheiros vaticinar que “existem graves problemas estruturais”?
Ou políticos visitarem apressadamente os pavilhões, acompanhados de equipes de TV, e saírem falando asneiras?
Que tal um “magistrado” ganhar uma manchete em jornal, quando fala sobre o “fechamento do Presídio Central”?
Advogados, especialmente os ligados aos “direitos humanos”, são os mais furiosos e exigem a implosão dessa “casa de desumanidades”!!
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Há tempos que estava para retornar ao Presídio Central de Porto Alegre. Lembro que por diversas vezes combinei com o saudoso apresentador de TV Clóvis Duarte para irmos lá. O Clóvis já se foi e eu sempre adiando uma visita.
Ontem, 15 de maio, fui lá.
Tá certo, não é um lugar agradável para se visitar, mas precisava ver como estava o “caos”.
Fui com os dados de uma matéria que li em O Globo, de janeiro deste ano:
A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da Organização dos Estados Americanos (OEA) notificou o governo brasileiro para adotar medidas cautelares que garantam a integridade dos detentos do Presídio Central, em Porto Alegre (RS). A comissão pede, entre outros pontos, a redução do número de presos no local, a garantia de higiene e tratamento médico aos apenados, além da recuperação do controle da segurança em todas as áreas do Presídio, atualmente entregue a facções criminosas.
(..)
No mesmo documento, a CIDH diz que, em 2009, quando já havia pedido informações sobre a unidade prisional de Porto Alegre, a Comissão Parlamentar de Pesquisa sobre o Sistema Carcerário teria recomendado que o Presídio Central fosse “desativado, em virtude da evidente falta de estrutura” e que, “conforme critérios de superlotação, insalubridade, arquitetura inadequada, capacidade de ressocialização, assistência médica e maus-tratos, o presídio seria o pior estabelecimento penitenciário do país”.
O Tenente Coronel Osvaldo Luis Machado da Silva |