ELE VOLTOU!!
JEQUITI
Paulo Motta
Última reunião da Confraria do Cachorro Quente, dia 20 |
Difícil recomeçar a escrever, juro pra vocês, juro! Deveria ter sido ser mais esguio, mais longilíneo, não sei, gente! Quem sabe mais discreto, talvez?
Mas quero ser mais curvilíneo e menos enjoadíneo, senhoras e senhores, veremos.
Fiquei um tempão sem escrever, mergulhado nas profundezas do eu mesmo – sabem o eu mesmo? Pois é! – mas algumas criaturas me resgataram do maremoto das inconsequências e eu voltei, sério, voltei!
Um gnomo ruivo me puxa pelo braço e atira minha sanidade aos serafins. Ou querubins, nem sei mais. Querubins, querem; serafins serram.
Mas era um gnomo ruivo, lembro disso.
Sem pretensões maiores, o bichinho cuidou da minha sanidade, considerando que já não estava essas coisas, não é?
Não sei se era uma gnoma ou um duende – vamos combinar: pra mim é tudo igual -, o certo é que me arrancou da apatia em que me encontrava e me joga de volta aos cães! Vocês, seus bagaceros, são os cães!
Depois de engolir muitos temporais e tempestades, em silêncio, pensando aos gritos, preciso cuspir um arco-íris, não é, seus podres?
Nem sei se agradeço à minha gnoma – ou duenda – ou aos céus, que me enviaram essa pequena víbora pra me acompanhar.
Vou recomeçar, com a tua risada, sua medonha. Fica por perto, só me devolve os catálogos da Jequiti e da Pierre Alexander, certo Leh Bermann?