Bom Dia!! Segunda, 17 de março de 2014

BOAS LOUCURAS!!

Sempre fiz pequenas loucuras. Pequenas, porque “dimenor” não tem essa bola toda. Mas o que botava no cabeção, sinceramente, fazia.
Acredito que a primeira grande loucura, legal, foi quando pedi demissão do Banco do Brasil. Isso, concursado, ganhando uma boa grana, mas a 400 quilômetros da faculdade de Jornalismo – a Famecos. Vim para Porto Alegre para continuar  o curso e consegui um emprego de repórter, no Diário de Notícias, ganhando um terço do que recebia no BB. Mas estava muito feliz.
Bem mais tarde, outra loucura legal.
Larguei um emprego na Zero Hora e na Assembleia Legislativa para voltar ao Rio. Era 1983 e queria porque queria trabalhar no Governo do Brizola. Trabalhava no Palácio Guanabara. Casei no ano seguinte e a minha mulher ficou grávida. Tínhamos a intenção de morar lá, para sempre – até uma gata que tinha, a Careta, já estava no apartamento. Mas aí uma médica destrambelhada errou no diagnóstico – olha o absurdo, ou a mãe ou o filho morreriam no parto – e nós voltamos para Porto Alegre.
Anos depois inventei de ter uma casa na praia. Primeiro comprei um terreno em Oeisis e depois de um tempo começamos a construir. Hoje está lá e não me arrependo, apesar de já ter sido roubada dezenas de vezes.
Taí, algumas loucuras legais!

Quero falar da família aí da foto. Ele é o Everton Medeiros de Macedo. A esposa Ozane e o guri é o Henrique. Meus amigos do Facebook.
Uma história mais do que fascinante.
Everton nasceu em São Lourenço, RS. Hoje mora no Rio, no Recreio dos Bandeirantes.
Olha isso:
Cara, sou radialista desde os 16 anos e um cabeça de vento assumido. Pedi as contas das rádios em que eu trabalhava em Uberlândia pra virmos pro Rio. Hoje, veja só, minha esposa produz empadas e sanduíches e eu os vendo. Vivemos disso.

Ele continua:
Depois de morar em Santa Catarina, Minas Gerais e Rio, ano que vem, por essa época, eu e a Dona Patroa vamos de mala e cuia. Já nos convencemos que somos meio Beduínos e decidimos que vamos embora do Brasil. E queremos morar em Montevideo. Estivemos lá em 2009.

É mole essa família?
Vaticina:
A vida é muito curta pra se ter medo!

Que maravilha de loucura, não?

Neste final de semana o Everton publicou uma fotos das ruas de  Montevidéu..
Algumas:


Que figura esse Everton e a Ozane, não?

Fim de Semana do Prévidi – 15/16 março 2014 – 4

NÃO ASSISTA A NOVELA DAS 9!

Este texto tem sido compartilhado por meio de sites e autores que não citam a fonte. Ele é de autoria do Walmar Andrade e foi originalmente publicado em seu site, Mude.nu. Como achamos que o texto tem afinidade com o PapodeHomem, resolvemos trazê-lo para o portal.
Fizemos algumas adaptações para a publicação, já que o texto tinha sido escrito antes da novela entrar no ar. Fora adaptações com relação ao tempo, nada foi modificado.
(http://papodehomem.com.br/)
* * *
Há pouco menos de uma semana estreou a nova novela das 21h da Rede Globo, chamada Em Família. Este post é todo dedicado a explicar por que você não deve assistir.
Não vamos aqui argumentar que novela é “coisa de alienado, subproduto cultural, estratégia de dominação em massa” ou qualquer outro clichê do tipo. Acreditamos que novela é um produto de entretenimento como qualquer outro, que cumpre sua função tanto quanto música, artes plásticas, teatro, cinema etc.
Ainda assim, temos a proposta de que você não deve assistir a Em Família hoje à noite. Você sabe, o nome deste site é Mude e nós nos sentimos meio que na obrigação de propor alguns desafios de vez em quando.
O primeiro motivo pelo qual você não deve ver a novela é que você já a viu antes. É uma novela do Manoel Carlos. Então você sabe que em algum lugar do Leblon, ao som de Bossa Nova, formar-se-á um triângulo amoroso entre alguma mulher de classe média alta chamada Helena e mais dois galãs, provavelmente um vindo do passado.
manoel-carlos-em-familia

Manoel Carlos reescrevendo a novela pela 19ª vez
Você sabe que a Helena vai comer o pão que o diabo amassou por alguns meses, vai ficar um tempo com um, um tempo com outro, e no final se arrumará com aquele com o qual o público mais simpatizar. Ao outro galã restará alguma outra mulher que ganhará importância durante a história.
É provável ainda que você veja o José Mayer pegando todas as mulheres do elenco, o Reinaldo Gianecchini fazendo aquela atuação de Reinaldo Gianecchini, empregadas domésticas como parte da família, o Paulo José enfrentando alguma doença como alcoolismo ou Parkinson e um ou outro casal homoafetivo para cumprir a cota obrigatória da Globo.
Você já viu essa história em Viver a Vida, Páginas da Vida, Mulheres Apaixonadas, Laços de Família, Por Amor, História de Amor etc etc etc.
Apesar de tudo, este não é o motivo principal para você não ver a novela. Nós gostamos de rever filmes, o cérebro parece relaxar ao acompanhar uma história previsível, traz uma sensação de conforto propícia para o fim de noite.
O principal motivo para você não assistir a Em Família é o custo de oportunidade.

O que você faria com 257 horas livres?

Uma novela das 21h na Globo tem, em média, 70 minutos de duração por noite. A que acabou na última sexta-feira contou com 221 capítulos.
Em uma conta simples, chegamos a 15.470 minutos de novela, ou um pouco mais que 257 horas.
O desafio que estamos propondo é que, somente dessa vez, você experimente substituir a já batida novela das 21h, com todas as suas previsíveis tramas, por alguma atividade em que você se sinta cheio de vida, com brilho nos olhos, com tesão em avançar.
Pense que você está nos últimos minutos da sua vida e começa a lembrar o que fez de bom.
Provavelmente virão à sua mente momentos especiais como quando você passou no vestibular, formou-se na faculdade, deu o primeiro beijo, saltou de paraquedas, teve um filho, andou de skate, tocou uma guitarra, viajou pelo mundo.
Dificilmente entre os seus grandes momentos na vida estarão as 221 noites que você ficou deitado no sofá vendo a novela.

Alternativas para a novela

Já podemos até ouvir a sua zona de conforto argumentando que a novela no final de noite é uma forma cômoda de terminar o dia, relaxar, desligar o cérebro e descansar para o dia seguinte.
Existem, no entanto, diversas outras maneiras de relaxar que você provavelmente nunca experimentou antes. E com seis ou sete meses, com 257 horas disponíveis, dá para você ficar craque em quase qualquer coisa.
Se você só quer ficar em casa, pode iniciar um curso de espanhol online, pode criar um site, pode escrever um livro, pode cultivar uma pequena horta, pode meditar, pode fazer yoga, pode ler mais de 20 livros.
Sem nem inventar muito e mantendo o mesmo padrão de sofá-televisão, você pode assistir a 221 filmes diferentes dos melhores diretores de cinema de todos os tempos!
Já se você quer viver a vida lá fora, pode aproveitar essas 257 horas livres para fazer passeios ciclísticos noturnos, para aprender a andar de skate, para visitar pontos turísticos da sua cidade que você nunca conheceu, para ir à casa de amigos e jogar jogos de tabuleiros, para fazer musculação, para praticar corrida noturna, para fazer um curso qualquer.
As possibilidades são imensas e aí é que está a graça da coisa: você estará fazendo algo novo, diferente, em vez de rever pela enésima vez a mesma estrutura de história da novela das 21h.
Você não tem nada a perder: se nada der certo, daqui a pouco vem outra novela com o mesmo padrão de história para você se entreter. Até essa mesmo que começa hoje em breve estará sendo reprisada no Vale a Pena Ver de Novo ou na TV por assinatura. Por que não experimentar algo diferente?

Por que é importante não ver os primeiros capítulos

Os diretores vão caprichar para fisgar sua atenção.
Os primeiros capítulos da novela são feitos para fisgar o telespectador. Neles o autor aplica as suas melhores falas, prepara seus melhores ganchos. O diretor se esmera em fazer cenas perfeitas, que prendam a atenção do telespectador. Os atores são cobrados em dobro.
Se você assistir aos primeiros capítulos, começará a conhecer e a se afeiçoar aos personagens e aí será tarde demais. É feito para ser assim.
E, como você sabe, ao final do capítulo haverá um gancho que capture a sua curiosidade para que você assista ao capítulo de amanhã. E assim sucessivamente, durante 221 noites, nos próximos seis ou sete meses.
A pergunta é: daqui a sete meses, você, que está lendo este post, terá um monte de boas histórias e experiências de vida para contar e colocar entre os seus melhores momentos, ou terá apenas assistido a mais uma novela do Manoel Carlos, com a Helena, o Leblon e os clássicos da Bossa Nova?
Walmar Andrade

Walmar Andrade é jornalista e idealizador da rede de desafios Mude.nu

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Fim de Semana do Prévidi – 15/16 março 2014 – 3

PORTO ALEGRE JÁ FOI PARIS – 2

Márcio Pinheiro, o garimpador de textos brilhantes, publicou no Facebook a segunda parte do texto do Sergio Jockymann

Pensei em ser complacente, mas depois de dar outra voltar pelo Centro, decidi ser impiedoso. Todos vocês, pobrezinhos, jamais saberão o que era uma confeitaria alemã. Babo só de lembrar a Jam, ali na Marechal Floriano, onde se dava o golpe de misericórdia na virgindade renitente da namoradinha, pondo uma fatia de torta na sua frente. Ou, então, nas tardes de inverno, pedindo um chocolate à espanhola, acompanhado de bolinhos de creme. No dia em que começaram a pedir torrada americana, senti que a Jam estava com os dias contados. Não levou nem seis meses para começarem a tirar as cerejas da cobertura das tortas.
Foram americanos, esses glutões sem paladar, que acabaram com o centro das cidades. Downtown, dizem ele, e isso já define o que eles pensam sobre o centro. Como passam Ketchup até na consciência, não sabem comer qualquer coisa que não tenha gosto de tomate. Para se empanturrar de hambúrgueres, foram fechando os cafés e restaurantes e colocando bancos em seu lugar. Fizeram essa indignidade no mundo inteiro, mas foi Porto Alegre que se ressentiu mais, porque ela estava tomando um jeitinho de cidade de respeito. Claro, havia a Voluntários da Pátria e quem quisesse desafiar a morte ia para a Cabo Rocha, onde as necessidades da juventude viveram seus momentos mais atrozes.
Mas aqui mesmo no Centro, havia o Marabá, meio puxando para bagunça, e o Maipu, que sempre teve a melhor típica da cidade. Eram casas de muito respeito e nunca se viu ninguém passar a mão em nada abaixo da cintura. Quando uma das damas ria alto demais, era passada automaticamente para o chá-da-índia que era servido em lindos copos de uísque. Eram extravagantes essas senhoras em matéria de bebida. Era tocar um tango e elas largavam a cerveja e pediam um vermute. Provavelmente foi essa terrível mistura que impediu que a maioria delas chegasse à velhice. Por sinal, já que se fala em pelancas, nunca se viu um só espetáculo de strip-tease num desses estabelecimentos. Mesmo no American Boite, que ficava nos confins da Voluntários, as vedetes frívolas que dançavam aqueles blues de cinema sempre cruzavam as pernas quando tiravam calcinhas. O respeito só se foi quando dois desavergonhados abriram ali na Siqueira Campos um horror de boate chamado Buraco Quente. Foi o fim da sutileza e o início dos bancos. Todos nos pressentíamos que a aids era uma questão de tempo.
Mas naqueles tempos amáveis, em que os pecados eram pagos com Penicilina G Sódica, de três em três horas, quando o dia se anunciava no alto da Santa Casa, o Centro se dividia. Os que iam dormir preparavam o sono com uma canja no Treviso, onde os casais noturnos se separavam gentilmente, e o que estavam acordando iam em busca de um café com leite no Matheus. Ah, o pão! Todos eles pareciam ter sido multiplicados pelo Filho de Deus naquela madrugada. Brancos, quentes, perfumados. A manteiga se enlanguescia dentro deles e o queijo se derretia de puro prazer. Mesmo quando trovejava lá fora e a rua se transformava num rio, era tomar o café com pão e manteiga e o sol se abria e a vida ficava linda. Nunca vi, em mais de trinta anos de Matheus, uma só briga ao amanhecer. Nem mesmo a mais leve discussão jamais conspurcou aquela modorra que vinha do estômago e se espalhava pelo corpo inteiro. Mas que, eu pergunto quem, pode ficar santificado no início do dia tomando uma coca cola gelada e mastigando hambúrguer com capim? Perdão, alface. Basta olhar para a cara feroz que todos os jovens têm pela manhã para saber que essa coisa toda está acabando com eles.

Fim de Semana do Prévidi – 15/16 março 2014 – 2

Feirão da Gol tem passagem com oito mil milhas
nos voos de Porto Alegre para Buenos Aires

Celso Martins
As companhias Azul e Gol estão vendendo passagens neste fim de semana por R$ 39 nas viagens de volta. Com os preços altos na ida a dica é usar os pontos dos programas de fidelidade das companhias para garantir a sua próxima viagem. Inacreditável! Uma passagem (ida e volta) de Porto Alegre para Buenos Aires está sendo emitida com oito mil pontos (veja imagem).
Sem essa promoção você ia precisar de pelo menos 20 mil pontos para emitir ma passagem para a Argentina partindo de Porto Alegre. Na Gol você vai precisar de seis mil pontos para viajar de Porto Alegre para o Rio de Janeiro. A TAM também está emitindo passagens com 15 mil pontos para o seus destinos nacionais. Mas atenção. Essa promoção fica no ar até 6 horas de segunda-feira (17). A viagem entre os meses de abril e maio, exceto o feriado.
Se você não tem milhas pode pedir um parente ou amigo para fazer a emissão para você. As companhias permitem que os pontos sejam usados para emissão de bilhetes para terceiros. Na emissão você precisar pagar as taxas de embarques.
Para saber mais sobre promoções acesse o blog Tudo Viagem

Fim de Semana do Prévidi – 15/16 março 2014

PORTO ALEGRE JÁ FOI PARIS

Márcio Pinheiro é um craque em publicar no Facebook textos brilhantes. Esse é um trecho de um texto de Sergio Jockymann que prova que Porto Alegre já foi Paris.

Quando dei com o quadro, meu velho coração se iluminou: “Ah”, disse eu, “a Praça da Alfândega!”. “Mas que Praça da Alfândega”, rosnou o dono da casa, “troca os óculos, isso é Paris”. Troquei, era mesmo. Nem sei de quem era o quadro, porque não consegui decifrar a garatuja que havia no canto inferior. O dono da casa me garantiu que era um quadro famoso: “É um desses caras que todo mundo conhece, Monet, Renoir, sei lá. Comprei a reprodução do Clube do Livro porque era Paris da Belle Epoque.” Meu velho coração teimou que não era. Velho, isso é Porto Alegre de 45. O dono da casa riu selvagemente: “Isso é Paris, ceguinho. Porto Alegre nunca foi assim”.
Foi, eu sei que foi. Eu estava lá. O Centro de Porto Alegre era Paris da Belle Epoque sem tirar nem pôr. Quem conheceu Porto Alegre dos anos 40 e tem a reprodução em casa vai concordar comigo. Claro, aquela mulher com a menina na mão nunca andou por aqui. Mas aquele café iluminado era o Rex, e mudo de nome se aquele restaurante não era o velho Ghilosso, onde serviam umas batatas fritas que derretiam na boca. Mais pra lá e o Grande Hotel, onde bastava passar a porta para ser chamado de Excelência.
Sim, senhores, aquilo era centro de cidade. Banco, que eu me lembre, só havia o Banco Nacional do Comércio, lá do outro lado da praça, onde, depois de olhar embasbacada para aquela vastidão, minha avó declarou que Deus Nosso Senhor devia morar numa casa igual. Também não havia esse monstrengo que a Caixa Federal construiu no meio da praça. Em seu lugar, havia uma rua com uns lindos sobrados perfiladinhos, onde o professor Loanzi ensinava jiu-jitsu e, mais tarde, foi instalado o Diretório Metropolitano do PTB, onde Brizola descobriu o Brasil, fazendo palestras nas sextas-feiras.
Sobrava luz, fiquem sabendo, e não havia nada dessas lâmpadas cadavéricas de mercúrio que deixam todo mundo com cara de vampiro, mas lindos lampiões de ferro batido, importados da Inglaterra. Made in England, sim senhores. Até o porto-alegrense mais chinfrim virava Humphrey Bogart, fumando um cigarro debaixo de um poste daqueles. Mas o melhor eram os cafés e agora, na afobação de lembrar de todos eles, esqueci o nome do mais bonito (será que não era Rialto?), onde havia um chá das cinco com tangos para gentis senhoritas da capital. À noite, as senhoritas gentis sumiam e as manteúdas eram levadas para jantar um peixe à belle meunière que, sabe-se lá porque razão, era o prato preferido de todas as alternativas famintas.
Por sinal, agora me dou conta que centro de cidade que se preze precisa ter no mínimo um café em cada esquina e quatro restaurantes por quarteirão. Mas café, pelo amor de Deus, não esses corredores, onde todo mundo toma cafezinho como se estivesse no mictório. O Centro de Porto Alegre tinha o dobro disso. Sem falar da confeitaria Rocco, onde não era preciso perguntar se tinha, porque havia tudo o que pudesse ser comido ou bebido naquele mundinho tranquilo. Um dia, num impulso tresloucado, pedi Guaraná Saraiva e ele veio, servido em taça de champanhe. Não era esse xarope amarelo que vendem por aí, mas guaraná purinho do Amazonas, preparado em Belém do Pará para quem sabia o que era bom. Por sinal, não era, mas, sempre que o garçom servia uma garrafinha provocava cochichos em toda a confeitaria. Havia respeito pelos conhecedores, se é que vocês de agora me entendem.