Quarta, 7 de fevereiro de 2018



Jamais troquei de lado.
Por quê? Eu não tenho lado.
Ou melhor, o meu lado sou eu




SITE/BLOG DO PRÉVIDI: HÁ 14 ANOS
INCOMODANDO CHATOS, 
INCOMPETENTES E BANDIDOS
(E CANALHAS)

HORÁRIO DE VERÃO:
Atualizado diariamente
pela manhã






especial

Os laços de família que operam a Justiça do Brasil

Texto do jornalista Carlos Wagner: – http://carloswagner.jor.br:

Um advogado casado com uma juíza ou uma promotora pode defender o seu cliente em uma sessão em que ela esteja presente? Um ministro aposentado  do Supremo Tribunal Federal (STF) pode abrir um escritório de advogados e defender clientes  que tenham sido condenados por ele? Funcionários da Justiça podem ter contrato de prestação de serviços com escritórios de advogados? Existe um emaranhado de leis que regulamentam esses assuntos, que, pela sua complexidade, são ásperos para serem manuseados pelos repórteres. Aliás, nós só nos envolvemos quando acontecem os escândalos. Um exemplo é a questão do auxílio-moradia dos juízes. Esse penduricalho foi criado há mais de cinco anos e nunca tinha merecido a nossa devida atenção. Agora, entrou na pauta dos noticiários por envolver dois figurões da Justiça Federal: os juízes de primeira instância da Operação Lava Jato Marcelo Bretas, do Rio de Janeiro (RJ),  que colocou na cadeia o ex-governador carioca  Sérgio Cabral (PMDB – RJ), e Sérgio Moro, de Curitiba (PR), que condenou a 9 anos e seis meses (a sentença foi confirmada e aumentada para 12 anos e um mês no Tribunal Regional Federal da 4ª Região) o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT – RJ). O penduricalho é legal. Mas é imoral. Os repórteres que trabalham com investigação sabem que, na área familiar, o problema é bem maior. E que chegou a hora de jogarmos luzes em cima para explicar para os nossos leitores quais as leis que regulamentam o assunto. Para que ele possa saber o que é legal ou ilegal.

Antes de seguir conversando com os meus colegas repórteres velhos e com os novatos, eu quero lembrá-los o seguinte: a democracia no Brasil é nova, ela tem 33 anos apenas. Nasceu com a queda do Regime Militar (1964 e 1985). Mas vem se consolidando  em uma velocidade espantosa. E essa consolidação significa que os três poderes (Judiciário, Legislativo e Executivo) vêm assumindo o seu papel na condução do país. E isso exige de nós, repórteres, uma qualificação muito apurada para explicarmos ao nosso leitor o que acontece de legal e ilegal no âmago dos três poderes. Por exemplo, a notoriedade que a Justiça tem hoje no cotidiano dos brasileiros deixou à mostra as suas contradições. E uma delas, talvez a mais antiga, são os laços de família. A primeira vez em que ouvi falar no assunto foi lá por 1983, quando fazia reportagens por todos os sertões do país, envolvendo conflitos entre sem-terra, fazendeiros, índios e garimpeiros. Foi em uma dessas reportagens, envolvendo conflito de índios e garimpeiros no norte do Brasil, que acabei tomando cerveja no hotel durante a janta com um jovem juiz federal e um procurador da República. A conversa entrou pela madrugada, e o assunto, as influências familiares, opera dentro dos tribunais. Esqueci o nome deles, lá se vão 35 anos dessa conversa. Não esqueci o conteúdo do que falamos. No final dos anos 80, eu estava trabalhando em um conflito agrário no interior do Rio Grande do Sul. Por conta dos acontecimentos, acabei ficando umas três semanas na região. E acabei tomando umas cervejas com uma promotora de Justiça que era uma autoridade em questão agrária da América do Sul.  Entre os assuntos que falamos, veio a questão do assédio que sofria. Na época, era solteira.

Tem sido assim. Nas três décadas em que trabalhei em redação (1983 2014), pelo menos uma vez por ano vem um caso envolvendo laços familiares na Justiça do Brasil. Como sempre, passa batido pelas redações. E, na maioria das notícias, não explicamos ao leitor se a situação é legal ou ilegal. Simplesmente faz-se um relato. Há outro assunto. Existem escritórios de advogados. Vão dos luxuosos recintos em Brasília até os mais humildes no interior do Brasil, que disputam a peso de ouro parentes ou juízes aposentados para fazer parte de suas equipes. Aqui é o seguinte. Nós também temos que explicar ao nosso leitor como é que os outros países tratam desse assunto. Nos últimos dois anos, a frase mais repetida no Brasil foi:

– Ninguém está acima da lei.

Cabe a nós, repórteres,  lembrar que estão incluídos os operadores da Justiça do Brasil.

Segunda, 5 de fevereiro de 2018

Jamais troquei de lado.
Por quê? Eu não tenho lado.
Ou melhor, o meu lado sou eu




SITE/BLOG DO PRÉVIDI: HÁ 14 ANOS
INCOMODANDO CHATOS, 
INCOMPETENTES E BANDIDOS
(E CANALHAS)

HORÁRIO DE VERÃO:
Atualizado diariamente
pela manhã






especial

SOLIDÃO

O convidado de hoje é o jornalista Paulo Motta. 
SENSACIONAL!!

Numa ocasião, sozinho num hotel em Garibaldi, mergulhado numa banheira daquelas com duchas que te fazem cosquinhas em lugares inimagináveis, soltei minha alma pra sobrevoar o universo, enquanto saboreava um honesto cabernet sauvignon. 
Só, sem ninguém para interromper meu passeio mágico pelas dunas serenas da outra dimensão. 
Foi um reencontro com tantas coisas, pessoas, amores, cheiros, sabores e algum ressentimento escondido na gaveta debaixo da cristaleira dos meus olhos. 
Naquela eternidade da minha finitude fui visitado por discretas amarguras não resolvidas, que chegaram, de mãos dadas, com seus pequenos arrependimentos, sem as culpas, que ficaram pra trás. 
Os acertos logo apareceram, também, com suas alegres vitórias que animam qualquer ambiente.
Foi uma pequena farra minha e dos meus recuerdos, das reminiscências ora cinzentas, um pouco amargas, ora esfuziantes e coloridas. Os ritos de passagem; o vestibular, casamento, meu filho, o que fiz até agora e o que farei daqui por diante. 
Tão só fisicamente e tão bem acompanhado por mim mesmo, como pode, não é?
Acho que, a partir daquela banheira com o cabernet picante, comecei a conversar mais comigo, perguntar a minha opinião sobre coisas que o mundo, aparentemente, já estava decidindo. Continuo errando mais do que acertando, mas parei de procurar culpados, o que facilita a minha jornada. 
Ficou mais divertido saborear o passado, imaginar o futuro e receber o presente, que é estar aqui cercado por vocês, amigos e amigas. 
Sou presenteado a cada segundo de cada minuto de cada hora com abraços, sorrisos e, eventualmente, um Jack Daniel’s.
Acho que tá bom, né?

Quinta, 1º de fevereiro de 2018

Jamais troquei de lado.
Por quê? Eu não tenho lado.
Ou melhor, o meu lado sou eu




SITE/BLOG DO PRÉVIDI: HÁ 14 ANOS
INCOMODANDO CHATOS, 
INCOMPETENTES E BANDIDOS
(E CANALHAS)

HORÁRIO DE VERÃO:
Atualizado diariamente
pela manhã







especial

DEPUTADOS,
SALVEM O RIO GRANDE DO SUL

Texto da cientista política Karim Miskulinkarim@revistavoto.com – e publisher da revista VOTO.

Esta semana, o Rio Grande do Sul terá a oportunidade de iniciar o processo de reconstrução do Estado. A convocação extraordinária da Assembleia Legislativa para votar a adesão ao Regime de Recuperação Fiscal pode não ser a única, mas é a oportunidade real para iniciar um já atrasado processo de enxugamento estatal. Uma medida prioritária para a saúde financeira do RS e das milhares de famílias de servidores públicos que sonham em ver os seus salários em dia.

Mas, afinal, porque ainda há dúvidas sobre a aprovação da proposta? A quem interessa inviabilizar o pagamento do funcionalismo ou o retorno dos investimentos em infraestrutura, saúde e segurança? A quem interessa não permitir que o governo venda estatais que só trazem prejuízo aos cofres públicos e a cada um de nós? Em suma: a quem interessa impedir o progresso do Estado? Deputados, não podem ser os senhores.

É hora de deixar de lado as guerras políticas que têm acumulado perdas para todos nós. As disputas ideológicas apenas nos levaram para trás. Olhem o exemplo do nosso estado vizinho, Santa Catarina. Unido, não para de avançar.

Chega de colocar os interesses partidários e corporativistas acima dos interesses de todos os gaúchos. Nós merecemos a chance de ir adiante e de ter o nosso orgulho de volta. Merecemos resgatar a autoestima que nos foi tirada com anos de descaso e irresponsabilidades com a coisa pública.

Não por acaso o Rio Grande do Sul é um dos estados mais endividados do Brasil, beirando a falência. A culpa é de todos nós, que permitimos que o Estado chegasse a este ponto de descontrole fiscal. É também dos senhores, pois cabe ao Parlamento, além de legislar, fiscalizar as ações do Executivo.

Já tivemos vários governos, de diversos matizes, que não conseguiram resolver o desequilíbrio financeiro. Alguns, inclusive, o agravaram. É hora de dizer basta. O projeto de privatização da CRM, Sulgás e CEEE – esta com um passivo trabalhista que beira o abismo – é a oportunidade que temos para iniciar um longo projeto de reestruturação do Estado.

Se a questão for política, lembrem: votar contra o projeto dessa gestão será votar a favor da inviabilização do mandato dos próximos governos, sejam eles quem forem. Um futuro promissor para o Rio Grande, para nossas empresas, para nossos jovens e filhos, deve começar a ser construído agora. Depende dos senhores.