Bom Dia!! Quinta, 8 de novembro de 2012

QUÉREM, RUY GESSINGER!!
É O FIM, DE NÃO ACREDITAR!!

Essa é a coitadinha. Tão bonitinha!!

 Para quem ainda não sabe, o Ruy Gessinger é uma figura fantástica. Desembargador aposentado, continua trabalhando com um maluco. Tem a Pecuária Gessinger, um poderoso escritório de advocacia e ainda adminsitra o blog ruygessinger.blogspot.com.br. Neste espaço está, mais ou menos, a sua vida, especialmente as suas viagens pelo RS e ao exterior. E, claro, o que gosta e desgosta. Não tem compromisso com ninguém e, por isso, é normal ele dar um pau em alguém ou em alguma situação. Mas elogia, também.
Vez que outra me lembro dele. São muito engraçados os textos do Ruy quando ele vê na praça da Matriz aquelas gurias fantasiadas, com vestidos de veludo, cheias de babados, em pleno verão, para divulgar essas festas do interior. E com determinados nome modeerninhos ele fica indignado!!

Ontem à noite eu estava me dedicando a preparar um “macarrão uruguaio” – é o modo de preparo, que herdei da minha avó materna, com o cozimento da massa no próprio molho. Aí, como estava passando o jogo do São Paulo, uma xaropice que não nos dizia respeito, fomos procurar alguma coisa mais interessante. Encontramos umas crianças cantando e era engraçado porque, me perdoem, muiro ridículo. Ídolos Kid, o nome da “atração”.
Eu ali, não descuindando do macarrão, e olhando a bobagem.
Estava no final – o programa. Começaram a ser anunciados os finalistas.
Me distraí, e anunciaram um finalista. Era uma guriazinha, que fingia que chorava de feliz. Colocam o microfone na boca da guria e ela lascou: “Eu amo todos vocês!!”. Pequenininha e original, não?
Mas como era o nome dela?
Uma câmera focaliza uma cartaz da torcida:

“QUÉREM TE AMAMOS”

O que é isso, meu Deus do Céu?
Fiquei atento.
Sim, acredite Ruy Gessinger, o nome da infelizinha era QUÉREM!!
Hoje de manhã fui conferir, porque poderia ter visto mal.
Encontrei isso em um site:
Quérem tem 8 anos e canta um dos hits preferidos da meninada, Garoto Errado do Reestart
Nesse site tem todos os candidatos.
Encontrei lá uma Rayane Carla.

É mole, Ruy Gessinger?
21 de dezembro se aproxima!!

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QUE TAL NOS MUDARMOS
PARA HAVANA??

Imagina, lá não tem o Jornal do Almoço!!

Li hoje de manhã um comentário do grande jornalista e amigo Clóvis Heberle.
Confira:
Logo que o Banrisul abrir uma agência (ou posto, ou mesmo uma caixa de auto-atendimento) em Cuba, emigro pra lá. Já pensou? Clima fantástico (afora os furacões, mas estes nunca causam danos, pelo menos nunca vi nada a respeito), os meus reais/dólares da aposentadoria valendo uma fortuna, um povo alegre e hospitaleiro, sem preocupções com assaltos, rum de primeira, charutos idem.
A imprensa lá não causa sobressaltos – o Jornal Nacional deles é só felicidade.
De quebra, como lembrou o Fernando Albrecht, me livro do Fantástico, da Net, da Claro, da Oi, do telemarketing. E Miami é logo ali (agora vai ficar barbada atravessar o estreito).
Só espero poder sacar minha grana no Banri. E, quem sabe, comprar com banricompras a 30 dias.

Para quem não sabe, o Clóvis Heberle largou o jogo e vive em Imbé, pertinho de Oeisis International. Fica ao lado de Tramandaí. Mas está sempre viajando pelo mundo.
O Ruy Gessinger está pensando seriamente em se mudar para Xangri-Lá e vir esporadicamente a Porto Alegre.
Eu estou me dividindo entre Porto Alegre e Oeisis International.
Vários outros amigos estão fazendo o mesmo; alguns optam pela Serra.

Iria tranquilamente para Havana. O Clóvis Heberle me convenceu.
Mas tem um problema – e sempre tem um problema.
Não sou aposentado e, portanto, tenho que trabalhar.
Vai ser difícil conseguir uma boquinha na imprensa estatal cubana. Só se eu conseguir uma carta de apresentação do nosso governador Tarso Fernando. Ou da Musa Comunista.
Fazer um blog?
Acho que até daria para fazer. Na primeira brincadeira com o sarcófago do Comandante Fidel me prendiam.
Vender o meu corpo para as turistas velhinhas? Não comprariam, creio.
Não teria muitas opções em Havana.

É, vai ser difícil me mudar para Havana.
De repente, visito os amigos, vez que outra.

Quarta, 7 de novembro de 2012 – parte 3

O SUSPEITO DO ROGOWSKI

Ainda sobre o Bom Dia!! de hoje:

Meu caro confrade Prévidi,
como fui citado em texto de tua lavra, venho dizer-lhe,
primeiramente. que eu não tento convencer ninguém de nada, a não ser quando sou
contratado e bem remunerado.
Segundo, que não inventei o princípio da PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA,
até poderia tê-lo feito, mas eu não quis.
Assim como a biologia, a antropologia e a psicologia e outras, o
direito também é uma ciência, e, embora, não sendo ciência exata como a
matemática, segue certos protocolos científicos como todos os demais ramos da
ciência. Há pesquisa, há laboratório, há experimentação, comum a todos os veios
científicos.
Há cientistas que gastam suas vidas inteiras na pesquisa dos
fatos sociais da vida, da sociedade, da historia, dos ciclos civilizatórios, e,
no interior desses fenômenos o jurista ou cientista busca enxergar o direito
latente
se ali existente, e, então, identificando-o ele o proclama, declara,
mostra a comunidade jurídica a sua existência para que na prática diária os
demais operadores apliquem-no ao caso concreto em busca da justiça.
O artigo de Eleonora Rangel Nacif, “A mídia e o processo
penal
”, publicado no Observatório
da Imprensa
, ensina ao leigo de forma didática e numa linguagem simples, os
mecanismos do princípio da presunção de inocência e a proteção contra qualquer
forma de sensacionalismo.
Recomendo, vale a pena ler.
Abraço
João-Francisco Rogowski


Ainda não li o dito artigo e não quero convencer ninguém de nada – apesar de ser bem remunerado para isso.  Só escrevo no que acredito, mesmo que o mais brilhante intelectual ou pesquisador da Terra (ou planeta, como é bonito dizer hoje em dia) tente provar ao contrário, Rogowski.
Sei que vou ler o que a Eleonora escreveu e vou continuar dizendo o mesmo que postei hoje em um comentário no Facebook:
Não vou desenhar, porque falo com pessoas esclarecidas, mas a minha indignação é em relação a esta conversa mole de suspeito. Viram o vídeo? Vão me dizer que aquele bandido tem que ser tratado como suspeito? O cara é pego, como hoje de manhã, com 350 quilos de maconha e vão me dizer que ele é suspeito? O cara que mata e diz na TV que matou porque gosta é suspeito? ISSO É HIPOCRISIA!!! NADA MAIS DO QUE ISSO!! E a constituição que vá chupar um carpim sujo!!!!!

Quarta, 7 de novembro de 2012 – parte 2

ESTRANHO?
QUE NADA, NORMAL!!

Está mais do que comprovado: a Rádio Guaíba e o Correio do Povo não são “co-irmãos” da TV Record. Esta não tem absolutamente nada a ver com os outros veículos.
São independentes.
Ainda bem que eles não têm coragem de me contestar.
Agora mesmo começou mais uma campanha de trânsito, em conjunto com o Detran.
Na assinatura, Correio do Povo e Rádio Guaíba.
De repente, vai começar outra campanha “exclusiva” da TV Record, que a cada dia se consolida no terceiro lugar no RS.

Os gênios da TV Record já têm lugar garantido no Prêmio Prévidi 2012.
Aguardem!!
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POR FALAR EM RECORD:
PASSARALHO À VISTA

Recebo a informação de que a Record  demite  150 em São Paulo e deve demitir mais 200 até sexta.
As  demissões devem chegar a todas as praças em breve
Cinegrafistas, motoristas e técnicos também serão atingidos.

Outra que me enviaram:
Algo em torno de 30 profissionais estão em processo de demissão na Record News, que passa por um processo de reformulação para conseguir fechar as contas.
Nesse pacote de enxugamento, dança também o melhor talk show da TV, o Late Show With David Letterman, que ficou por anos a fio no GNT.
A única certeza na reformulação do canal é o Jornal da Record News, com Heródoto Barbeiro e que, segundo comunicado da casa, manterá seus principais comentaristas. O texto cita nominalmente Ricardo Kotcho e Nirlando Beirão.
O canal passará a reprisar mais os produtos da Record e deve eliminar programas próprios, incluindo aí os espaços de Fátima Turci e Paulo Henrique Amorim.

Esta está em O Dia:
Como a coluna já havia anunciado, 45 pessoas foram demitidas ontem do jornalismo da Record em São Paulo. Aos demissionários, a emissora deu três razões para o corte na folha de pagamento: a derrota de Celso Russomanno nas eleições para prefeito da capital paulista, o vai e vem de Datena entre Band e Record e a construção do templo da Igreja Universal.

Aliás, a Record consolida-se nacionalmente como a terceira colocada. Como no RS.
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TEM QUE ABRIR AS BURRAS,
TARSO FERNANDO!!

Não preciso dizer que esta “informação” foi publicada na Zero Hora on-line:

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O QUE FAZEM COM O RODRIGO?

Ontem, na capa da ZH on-line:

NÃO CONHECE A REVISTA BASTIÃO?
Lemos a publicação no seu blog e, então, queremos
nos apresentar.
A Revista Bastião surgiu há pouco mais de um ano,
resultado da insatisfação de pessoas que estudam Comunicação em Porto Alegre e
na região metropolitana com os modelos tradicionais. Desde o nosso início, nos
baseamos pela ética no jornalismo, realizando matérias e entrevistas sobre
política, economia, música, saúde e sociedade.
Nosso trabalho já é reconhecido por muitos da
imprensa gaúcha. Na edição de dezembro, por exemplo, fizemos a matéria “Golfe na
favela”, que conta a história de moradores da Vila Caddie, na Capital, que
praticam esse esporte da elite mundial. A matéria fez com que emissoras gaúchas
viessem até nós para obter informações e adaptá-la para a TV.
Na edição de abril desse ano também fomos
surpreendidos com boas avaliações do nosso trabalho. A matéria “O anjo que
desafiou a ditadura” conta a história de um ex-membro da marinha brasileira que
se posicionou contra o regime militar e foi perseguido e preso pela ditadura. Na
mesma edição, na nossa seção de entrevistas, conversamos com Jorge Machado, o
grande empresário do futebol.
Politicamente, não nos posicionamos de direita ou
esquerda. Nas duas primeiras edições do Bastião, por exemplo, entrevistamos dois
expoentes da política gaúcha: Olívio Dutra e Onyx Lorenzoni. Nessas conversas,
confrontamos ideias e propostas. Nesse mais de um ano, também conversamos com
Pedro Simon, Renato Canini, Jairo de Andrade, Martinho da Vila, Marcelo Branco e
Eduardo Biavati, dentre tantas outras pessoas que são importantes para a nossa
sociedade. Claro, todos os membros do Bastião têm suas opiniões – muitas
divergentes, como em todos os veículos – mas ainda mantemos a utopia de
construir uma sociedade melhor através do Jornalismo.
Agora apresentados, convidamos a ti e a todos que
acompanham o teu blog, a conhecerem o Bastião. Todas as edições da revista são
disponibilizadas na internet, através do site www.issuu.com/revistabastiao.
Também estamos nas redes sociais, facebook e twitter, além do nosso site, o
bastiao.net.
Um abraço
Equipe Revista
Bastião

Revista Bastião – Torre à
vista!
http://bastiao.net
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http://twitter.com/revista_bastiao

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PIADINHAS LEGAIS??
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FEIA A COISA
Boletim médico divulgado ontem informa que “quadro inflamatório de Ney Latorraca se generalizou”. O ator está internado no CTI da Casa de Saúde São José, no Rio.
Ele respira com auxílio de aparelhos e está sendo medicado para manter sua pressão arterial.
O ator foi internado no último dia 25 apresentando quadro de obstrução e inflamação nas vias biliares. Exames confirmaram a existência do cálculo e constataram a presença de uma infecção. Ele foi tratado com medicamentos até ser submetido à cirurgia de retirada de vesícula e exploração das vias biliares no último dia 31.
Durante a cirurgia, os médicos constataram que o ator também apresentava uma inflamação no peritônio, membrana que recobre as paredes do abdômen e a superfície dos órgãos digestivos. O quadro de saúde se agravou e ele passou a apresentar também insuficiência respiratória.
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SOBRE O BOM DIA!! DE HOJE
Hermes Dutra:
Como se diz lá em Cacequi, o furo é mais embaixo.
O texto sobre a insegurança no Brasil está correto. Só acho que falha no principal: A omissão da sociedade. Se a legislação é ruim para a sociedade (e isto é o que importa, pois o juiz aplica a lei) a sociedade deve trocar os legisladores.
Só que nós queremos um congresso suíço, mas eleito por brasileiros. Isso não tem como acontecer. Cito um caso simples: No episódio do plebiscito sobre desarmamento, o Rio  Grande do Sul foi majoritariamente contra o mesmo. Entretanto a maioria dos parlamentares que são a favor, foram eleitos ou reeleitos com gordas votações. Quem elege, por exemplo a Dep. Maria do Rosário, Elvino  Bon Gaas e outros (e não se trata de partido, cito esses dois por serem mais conhecidos), deveria saber que as leis que esses dois votam não são as leis que a sociedade deseja, no tocante a segurança pública.
Na hora em que o eleitor se der conta disso e ver que a solução está em suas mãos, na hora de votar, tenho certeza de que as leis serão mais duras. Todas as pesquisas mostram que a maioria da sociedade nos temas de aborto, idade penal, penas de prisão perpétua e de morte, casamento de homem com homem e de mulher com mulher, mostram que nossos representantes estão a quilômetros de distância. Mas são reeleitos. Quem é o culpado então?
Quando ao tópico de bandido ou suspeito, forma de tratamento, etc… acho que o preso deve ter um direito único: A sua integridade física. Os outros direitos que vá conquistar durante o cumprimento da pena e com chances reais de se recuperar.
O trabalho deveria ser obrigatório, com remuneração, até mesmo para que quando ela saia tenha um pequeno lastro para que não volte a delinquir. O resto é conversa fiada de intelectuais e orgasmos de antropólogos e outros ólogos.
Lembremo-nos que a cadeia dever ser prioridade para aqueles que representam ameaça às nossas vidas.
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Bom Dia!! Quarta, 7 de novembro de 2012

DEFENDEM AINDA ESTA ASNEIRA
DE QUE BANDIDO É SUSPEITO!!

Antes de me contestar, veja este vídeo. É rapidinho:

Assisti a esta preciosidade de suspeito três vezes.
Vai lá, assiste de novo!!

Pela Constituição brasileira – os advogados, como o J.F. Rogowski, tentam sempre me explicar – o anjinho aí de cima é um suspeito de criminoso. Só é bandido, criminoso, etc. depois que um juiz o condena. Antes, é apenas um suspeito.
E quanto mais o bandido, ou melhor, o suspeito tem dinheiro mais ele pode pagar os bons criminalistas – o caso do chamado mensalão é apenas mais uma comprovação disso. Tem também os suspeitos que comandam o tráfico de drogas que podem contratar grandes escritórios de criminalistas e se tornam eternos suspeitos – ou na pior das hipóteses ficam comandando os negócios de dentro de um presídio de segurança máxima.

Queria saber o que o grande especialista em segurança, Marcos Rolinho, teria a dizer do anjinho aí de cima. Certamente destacaria que ele é mais uma vítima da “sociedade perversa”, e que merece ser “ressocializado”.
Mas como somos pessoas normais, eu te pergunto:
NÃO DÁ VONTADE DE DAR UM TIRO NA CARA DESSE SUSPEITO?
E, olha, eu jamais atirei na minha vida – só com arma de pressão, aquelas para tentar ganhar um brinde.

Constituição.
“Ah, porque a nossa Constituição trata a todos os cidadãos da mesma forma… porque os direitos humanos… porque só os condenados são criminosos… blá, blá, blá…”.
Eu queria que um magistrado desses da vida, que são “estudiosos”, fizesse um levantamento do que não é respeitado na nossa Constituição.
Ou melhor, mais fácil, que levantasse aquilo que é respeitado.

Advogado criminalista exigir que o “seu cliente” seja tratado de suspeito, tudo bem – afinal, rola uma grana legal, além de processarem quem ousa chamar o coitadinho de bandido.
MAS “JORNALISTAS” INSISTIREM NESSA ASNEIRA?
Juro que vi outro dia, claro, na Zero Hora on-line, um título assim:
TROCA DE TIROS ENTRE SUSPEITOS DE TRÁFICO DE DROGAS
Já imaginou: suspeitos trocando tiros!! E suspeitos de tráfico de drogas!!

REPITO:
ESSE NEGÓCIO DE “JORNALISTA” FICAR COM SALAMALEQUES COM BANDIDOS E CRIMINOSOS É CAGALHONICE, BABAQUICE, BURRICE!! COISA DE BUNDINHA!!
E NÃO ME VENHAM COM ESSE PAPO DE QUE SÃO OS ADVOGADOS DA EMPRESA QUE ORIENTAM ASSIM!! CHUPEM UM CARPIM SUJO QUANDO DECIDIREM SER POLITICAMENTE CORRETOS COM BANDIDOS!!


Recebi um texto muito bom sobre o que está acontecendo em São Paulo. A bandidagem mandando na sociedade. Um cruel retrato do Brasil. É anônimo, mas excelente.

A cidade de São Paulo, nos últimos dias, tem estado em “cartaz” nos noticiosos, como a refém maior da vez, do fenômeno da criminalidade. Soma-se à mortandade diária de inocentes da capital paulista quantidades crescentes de policiais que, estando de folga, são encontrados e assassinados por grupos organizados de criminosos. Somente uma parte da estória é contada. A outra, permanece escondida. Este fenômeno tenderá a repetir-se no futuro, em cada um dos demais grandes centros urbanos do país. Em cidades do interior, historicamente pacatas e pacíficas, que já vivem hoje às voltas com uma escalada inédita do crime, as coisas irão piorar, infelizmente. O filme que segue em anexo a esta carta revela uma dimensão crua do gigantesco problema que o Brasil tem para resolver, criado pela incúria e desídia dos administradores de todo o sistema policial-judicial-carcerário. Um sistema que compreende o Poder Judiciário, envolve o Ministério Público, passa pelas secretarias estaduais de segurança e desemboca nas polícias estaduais, civis e militares.
É a partir deste prosaico filmezinho anexo que se pode iniciar a compreender as reais causas do que está ocorrendo hoje nesta sensível área da criminologia brasileira. Vê-se um preso conduzido à delegacia, acusado de ameaçar testemunhas durante o inquérito policial a que responde. Ele não apenas afronta e debocha da autoridade policial. Chama a inquirição de “palhaçada”. Reclama das várias horas de viagem na condução até a delegacia.  A seguir, questionado, jacta-se de pertencer ao “PCC”. E deixa claro que não “está nem aí”, ameaçando diretamente a autoridade policial ao advertir que, se ele quiser, a organização dele “elimina o n.º 1 de vocês”. Sem se importar com o inquiridor, o preso confirma as acusações e diz que “é isso mesmo”, que vai ordenar mesmo “seus moleques” a “dar tiro lá”, nas testemunhas. O inquiridor, afrontado e ainda ameaçado, se intimida.  Isto é perceptível na gravação, onde ele não aparece. Supõe-se que seja o delegado titular da unidade policial. Percebe-se ainda o desconforto e apreensão dos dois policiais condutores, em pé, atrás da cadeira onde senta o preso conduzido, imponente, presta seu “depoimento”. Por trás de toda a cena, imagens da uma cândida rotina burocrática, com uma suposta policial sentada junto à mesa de trabalho, como se nada de anormal estivesse ocorrendo bem ali à frente. Este bandido confesso reflete uma certeza que hoje está encravada nas mentes da maioria dos criminosos do país:  o Estado tornou-se incapaz de lidar com o crime e de proteger a sociedade. Pior:  os criminosos organizados estão convictos na certeza de que detêm o verdadeiro poder de fato sobre toda a sociedade e que controlam o frágil aparato policial existente.
O que, de fato, está ocorrendo?  Onde vai parar tudo isso? Para entender o que os noticiários da TV não explicam, o cidadão comum precisa preparar-se para uma das mais absurdas realidades da cena brasileira atual.
A primeira questão que surge é a do sistema legislativo arcaico do país.  Penas brandas e uma incrível inclinação à tolerância com o criminoso é o que emerge do sistema normativo. Crimes praticados no Brasil geram uma punição aos seus autores que corresponde, em média, a 5 ou 10% da punição que outros países mais desenvolvidos aplicam ao mesmo tipo penal. O projeto do novo Código Penal que tramita no Congresso pode cometer o erro de revalidar, sob o lustro de falsos conceitos modernos, a mesma tolerância das penas do Código Penal velho. Se isto ocorrer, veremos eternizada a inversão do antigo dito popular de que “o crime não compensa”.  Pois, aqui no Brasil, ele sempre compensou, e muito. Este é um dos nós dos sistema. Enquanto mais e mais pessoas enxergarem na prática criminosa um meio de vida razoavelmente compensador e com baixos riscos, o fenômeno criminoso se multiplicará. É simples, assim. Crime & castigo não são mera retórica. O aprisionamento de criminosos possui três vertentes:  a penalização, a recuperação e a proteção da sociedade. Há pessoas que não podem estar soltas. A insistência de supostos técnicos e administradores irresponsáveis na libertação de criminosos é uma prática que vem cobrando um preço cada vez mais caro à sociedade. Não existe o chamado “crime de menor poder ofensivo”.  O ladrãozinho que hoje mostra uma faca e arranca uma bolsa, amanhã terá uma Magnun na mão e irá estourar a cabeça de alguém. Perdoar e não punir crimes ditos “menores” deixa livre a escada que levará um delinqüente a cometer os crimes maiores, que mais preocupam, como o seqüestro e o latrocínio.
A segunda questão é a precariedade técnica e pessoal das forças de segurança pública.  Ela só não é pior que os conceitos utilizados. Autoridade ainda é confundida com autoritarismo. Nosso país é dos poucos no mundo que mantêm corporações militarizadas atuando em segurança pública (um absurdo conceitual, por si só) em concomitância com forças policiais civis. São corporações que trabalham sem sintonia, sem comando único e que, por isso mesmo, abrem espaços que permitem a atuação livre de criminosos. Isto tudo ainda piora muito com a cultura policial arcaica e atrasada.  São hábitos incrustrados há muito tempo na mente de policiais e difícil de reverter. Exemplo: um simples suspeito de crime é humilhado já ao ser detido, jogado num porta-malas de viatura e esculachado defronte à imprensa e, adiante, nas próprias dependências policiais. Não raro, descobre-se depois que ele era inocente e fica tudo por isso mesmo.  Enquanto isso, um criminoso real, confesso e que é condenado permanece pouco tempo preso. Pois ele acaba liberto por “bom comportamento”, por “progressão de pena” e vai para o semi-aberto, após um sexto da condenação, a qual  – sempre –  é demasiadamente módica.  Mata-se alguém a sangue frio, pelas costas, e cumpre-se mesmo uma pena de meia dúzia de anos.  O Brasil é um país livre para a matança de pessoas. Para complicar, não se desenvolve inteligência e estruturas de prevenção do fenômeno criminal, quando o Estado atua eficazmente antes do crime ocorrer, analisa suas causas e vertentes, etc. Isto exigiria orçamento, investimentos, dedicação, aperfeiçoamento técnico, políticas de médio e de longo prazos, que é tudo o que os administradores estaduais não querem fazer. No nosso país, os administradores políticos do sistema acham mais fácil (e barato) atuar em repressão, que é quando o Estado atua já atrasado, após o crime ocorrido.
Por fim, completando o “Triângulo das Bermudas” temos um sistema carcerário medieval, com depósitos humanos de onde quase ninguém sai recuperado ou “ressocializado”. Pior: uma vez lá dentro, o bandido iniciante acaba se brutalizando e se transforma, salvo exceções, num bandido muito pior, além de comprometido com os grupos de comando da prisão.  E, aqui, o ponto central, o maior dos erros praticados:  no Brasil, adotou-se, por comodismo e irresponsabilidade, a prática de entregar a administração interna das prisões aos próprios prisioneiros. Com isso, as autoridades livram-se do “abacaxi” de ter que lidar com o que ocorre dentro destas masmorras. A moeda de troca é a de que os presos não realizem motins carcerários. Ou seja:  se eles não causarem problemas de imagem aos administradores penitenciários, com motins e badernas, em contrapartida, podem administrar os presídios internamente, como quiserem. Porém, neste sistema, o Estado e todas as leis do país deixam de existir da porta da penitenciária para dentro, o que é um atentado à lógica e ao bom senso mais primário. Neste sistema, os presos organizam-se em grupos de poder e montam suas próprias leis, milícias internas e tribunais privados, onde até a pena de morte é decretada e executada livremente. Todo aquele que estiver preso deve “converter-se” em membro desta ou daquela facção, passando a obedecê-la, sob pena de ser agredido ou até mesmo ser morto.
A “justiça” interna dos presos é a lei que impera dentro destas prisões, formando bandidos ainda da mais nocivos e obcecados pelo crime. O Estado proporciona, assim, uma grande universidade estatal para a formação dos criminosos que irão depois massacrar a sociedade com grande violência. As facções criminosas dentro dos presídios são o resultado direto de entregar-se a administração interna nos presídios aos presos, como se eles pudessem ser “sócios” do Estado. Tudo isso é o fruto da mais completa falta de inteligência, combinada com enorme irresponsabilidade dos gestores e administradores penitenciários.  O PCC e outras facções nasceram deste erro. O poder concentrado que os chefes destas facções adquiriram e hoje exercem está legitimado pelas administrações carcerárias oficiais do Estado. Este poder é tão grande que transcende aos muros das próprias prisões.  Estes chefões mandam mais do que o secretario de segurança.  Isto explica o atrevimento do bandido no filme anexo. Eles é que comandam, de dentro das penitenciárias, as gigantescas organizações criminosas, adquirindo o poder de vida e de morte sobre qualquer pessoas de dentro ou fora da prisão.
Tudo isso mantém-se ainda funcionando com o poderoso lubrificante da corrupção que impregna as organizações de Estado, desde as policiais até as que lidam com a massa carcerária. Uma corrupção difícil de limpar (o que ninguém tem coragem de fazer), o que explica as corregedorias ineficientes, que pouco descobrem e nada apuram, de verdade.
As mortes de agentes penitenciários e de policiais em São Paulo foi anunciada e decretada de dentro das prisões.  Chegou à bandidagem das periferias através de um “salve”. Trata-se de um ordem escrita, ditada pelos chefões de dentro dos presídios, determinando quem, quantos, aonde e quando devem morrer.  São ordens cumpridas à risca, por retaliação. A resposta pela morte de alguns bandidos, durante operações policiais.  No caso dos agentes penitenciários abatidos, um recado a todos os demais sobre quem é que manda. Isto prova que não apenas o poder, mas a inteligência, a estrutura e a organização dos grupos criminosos tornaram-se maiores e mais eficientes do que as dos aparatos policiais. E a sociedade civil, desavisada de tudo isso, está sendo enganada por todos aqueles que deveriam, neste sistema, assegurar-lhe a segurança pública. Até mesmo a imprensa se cala em sua tarefa de denunciar as causa, efetivas, do que está ocorrendo, que são estas que aponto aqui. Quando autoridades de Estado negociam com bandidos, este é um sinal de alerta que deveria gerar grande mobilização, preocupação e cobranças por parte da sociedade civil. Mas não é o que ocorre. O lado irônico disso tudo é que os chefões do crime organizado estão presos, mas com muitas regalias, dentro das penitenciárias, a salvo de tudo e de todos. Eles contam com a proteção de sua integridade física bancada pelo Estado contra líderes rivais. Não correm riscos. Eles, sim, não pagam imposto algum e recebem do Estado segurança, casa, alimentação, roupa lavada e tratamentos de saúde, tudo bancado pelo Estado. É tudo pelo que um cidadão trabalhador paga em impostos, sem receber do Estado. E o que de pior poderia acontecer a estes chefões, se já estão presos?
O resultado de todos estes fatores combinados é de um surrealismo apavorante: o Estado cria grupos como o PCC e banca a segurança e a infra-estrutura dos grandes chefões destas organizações. E estes chefões, ainda que presos, recebendo comida, acomodações e privilégios, comandando organizações criminosas imensas, em franca atividade do lado de fora das prisões.Esta é a verdadeira estatização da criminalidade.  E, pior que isso tudo é ter que admitir que estes bandidos organizados mostram-se bem mais inteligentes que o Estado que é policial, juiz e carcereiro. Ao ponto, inclusive, de ordenarem a aplicação de pena capital aos próprios policiais e agentes que não colaborarem com as exigências desta mega-estrutura de poder criminoso legitimada pelo próprio Estado. A ameaça de “transferência” de chefes e chefetes destas facções de presos para presídios de segurança máxima é a única “arma” de que se podem utilizar os administradores estatais.
Fazem isso para barganharem o pouco do poder que ainda lhes resta, com isso salvaguardando a biografia de suas carreiras e de suas dúbias gestões administrativas. Os cidadãos em geral sequer imaginam que suas vidas dependem hoje muito mais do estado de humor de criminosos presos do que daqueles que estão soltos na via pública. Não imaginam que a polícia deixou de ser uma efetiva estrutura de segurança pública e que o poder atual, de fato, é hoje exercido pelos chefões dentro das prisões do Estado. É a partir de tudo isso que se poderá compreender a lógica por trás das cenas deste filme anexo, registradas durante simples inquirição de um preso numa delegacia de polícia no Brasil.
Hoje, são os bandidos que governam nossas vidas, muito mais do que imaginamos. E eles o fazem de dentro destas prisões.
Este é o resultado da decisão de autoridades judiciárias e policiais dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, de entregarem o controle interno das prisões aos próprios aprisionados. Algo sobre o qual a imprensa nada fala e o Ministério Público, conivente, não denuncia.  Presídios em todos o Brasil vivem hoje nesta situação de inversão de poderes. Trata-se de uma das maiores fraudes já cometidas pelos administradores públicos contra a sociedade brasileira, um fenômeno que está mantido oculto por todos os participantes. Uma panela de pressão que poderá explodir, num caldeirão de violência sem precedentes.  A mesma São Paulo, há poucos anos, foi refém por um ou dois dias do PCC. O recado já havia sido dado. Mas bem poucos souberam compreendê-lo.  E a permanecer tudo isso, assim, a tendência será a piora do quadro geral da insegurança reinante. E a vida do cidadão comum, que é a grande vítima de tudo isso, somente irá piorar se nada for feito para alterar radicalmente a realidade esquizofrênica que estamos vivendo na segurança pública de São Paulo e do país todo.