O QUE FAZER COM O CONGRESSO?
PORTO ALEGRE CADA VEZ MAIS ABANDONADA
A ARROGÂNCIA DO PREFEITO TEM LIGAÇÃO COM A
PROLIFERAÇÃO DE BURACOS NAS VIAS DA CIDADE?
Magistrado ou Despacito Júnior sinaliza a buraqueira por toda a cidade |
Escreve o jornalista Carlos Wagner – http://carloswagner.jor.br
– As ruas da cidade são a cara do prefeito.
Esse é um dito popular do interior do Rio Grande do Sul que resume, com uma precisão enorme, o desempenho de uma administração pública em uma área fundamental para o cidadão, que é a via pública urbana. A julgar pela buraqueira nas vias – principalmente nas vilas – de Porto Alegre, a cara do jovem prefeito eleito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Junior (PSDB), está muito feia. No cargo há exatos 191 dias, na questão das vias públicas urbanas o prefeito não disse ainda porque veio.
Falta dinheiro para resolver o problema? Usa a criatividade. Aqui, quero chamar a atenção dos meus colegas repórteres, principalmente dos mais jovens. Nós temos que olhar para a administração de Porto Alegre com os olhos nos tempos atuais, onde os problemas são resolvidos usando a moeda “criatividade”. Vejamos o seguinte: a maior alegação do governo Marchezan é que herdou uma cidade sem dinheiro, com uma baita dívida e uma máquina administrativa caríssima – com empresas tipo a Carris, dona de um déficit enorme. Cercado de mestres e doutores na ciência da administração pública, o prefeito aponta como solução dos problemas privatizar estatais e cortar benefícios sociais – tipo a segunda passagem grátis. Escolheu trilhar o caminho da obviedade.
Os consertos feitos recentemente nos buracos das vias públicas de Porto Alegre deixaram muito a desejar, para dizer o mínimo. Acrescento mais uma coisa: logo que comecei a trabalhar de repórter na Zero Hora, nos anos 80, os meus colegas do Correio do Povo sempre chegavam antes da minha equipe nos rolos. Foi aí que aprendi uma coisa: o modo mais rápido de cruzar a cidade, de ponta a ponta e de lado a lado, é atalhando pelas vilas populares. Até hoje conservo esse costume e, diariamente, rodo pelas vielas da Grande Cruzeiro – um conjunto de 30 vilas no sul da cidade onde vivem 250 mil pessoas. As ruas da Cruzeiro estão um caos, falta espaço para tanto buraco. O recolhimento de lixo é também um problema. Na semana passada, estive na Chácara da Fumaça, que é também um conjunto de vilas populares no norte da cidade, e o quadro é semelhante ao da Cruzeiro.
A situação de ruas, avenidas e vielas de Porto Alegre é uma das piores da história da cidade. Quem duvidar é só dar um passeio pela city. E a criatividade que falta para o prefeito encaminhar os problemas das vias públicas urbanas da cidade pode ser encontrada dentro do quadro de funcionários concursados da prefeitura. Em 40 anos como repórter, eu acumulei um bom conhecimento sobre a capacidade técnica dos quadros da prefeitura. Tem gente muito boa e dedicada aos problemas da cidade. Marchezan foi eleito prefeito. Mas não conseguiu se comunicar com a máquina administrativa da cidade por ser uma pessoa arrogante. Ou nas palavras de um técnico da prefeitura: “um sem respeito”. Conversei longamente com pessoas que trabalharam com ele quando era parlamentar, e a opinião é que, depois que assumiu o cargo de prefeito, tornou a arrogância o seu cartão de apresentação para a máquina administrativa da prefeitura. No exercício dos seus mandatos de deputado estadual e, depois, federal, Marchezan sempre foi um parlamentar de posições bem definidas, muitas delas respeitadas até pelos seus adversários políticos.
Nunca entrevistei o Marchezan. Mas entrevistei várias vezes o pai dele, Nelson Marchezan – faleceu em 2003 e tem uma vasta carreira política (informações disponíveis na internet). Ele foi parlamentar e ministro na época do Regime Militar (1964 a 1983) e pertencia ao partido do governo, a Arena, que depois se transformou no PDS. Marchezan conseguiu o respeito dos parlamentares da oposição, na época do MDB, que virou o PMDB, pela sua enorme capacidade de negociação. Lembro que ele não era homem de levar desaforo para casa, nem de militar nem da oposição. Eu lembro que, certa vez, em Carazinho, eu trabalhava de repórter no jornal O Interior, e fui testemunha de um bate-boca dele com um ministro. Parecia que ele era da oposição.
Ser negociador não é uma caraterística do caráter político do prefeito. A geração do PSDB de Marchezan e do prefeito de São Paulo, João Dória, tem como estratégia se envolver em polêmicas grandes – tipo cracolândia e privatizações – para se manter como pautas obrigatórias dos noticiários. Dentro dessa estratégia, os funcionários de carreira das prefeituras são deixados de lado. Dória trabalha duro para chegar a presidente da República. E Marchezan, para ser governador do Rio Grande do Sul. Os dois têm as suas diferenças políticas e de maneira de agir. Mas são unidos pela arrogância.
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REFLEXÃO RÁPIDA
Alguém já teve a triste ideia de imaginar o Despacito prefeito de Porto Alegre e o Eduardo Leite governador do RS?
Ai, meus sais!!!
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OLHA ESSA!
Obra de arte de três metros desaparece da Casa de Cultura Mario Quintana
Instalado em 1990, painel da artista Regina Silveira teria sido retirado para restauração e depois sumido de um depósito
Quer saber? Foi para algum galpão de reciclagem!
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TÔ COM PENA DO GORDINHO – Tenho tentado assistir a principal atração da Record RS, o Balanço Geral, regiamente apresentado pelo Alexandre Gordinho Mota. É tarefa inglória. Foi o tempo em que a Record tinha bons repórteres. Hoje, bah!, os que pretendem ser repórteres contam historinhas, como se fazia no rádio há 40, 50 anos. Ninguém faz nada mal de propósito – deve ser ordem de algum chefete idiota.
Nem vou tratar de “demanda”, “feminicídeo” e “modus operandi” dos que querem se fazer de sérios e cultos.
O que irrita mais do que tudo é a repetição de imagens inúteis.
Ontem, por exemplo, numa “matéria”, mostraram umas 30 vezes quatro bandidos sentados no chão, com a cara tapada. Imagem de celular. Pra quê?
Repito: isso deve ser ordem de chefete burro, porque o mesmo assisti ontem no programa do Voltaite Porto – um vídeo, mais de 20 vezes, de um presunto sendo tirado de um velório.
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A cidade e o RS podem oferecer dezenas de repórteres de TV de primeira linha. E o Mota sabe disso. Qualquer profissional de verdade da Record sabe disso. Mas a impressão que tenho é que a igreja manda até mesmo nas contratações de jornalismo.
…
Prometo que não falo mais da Record.
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A PROPÓSITO, MOTA – Podia pedir a intervenção do bispo Formigão. Pelo jeito, ele tá de bola cheia, tá nos programas da igreja em todas as emissoras. Ontem vi um negócio de descarrego comandado por ele.
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REFLEXÃO PERTINENTE – Da Janaína Rodrigues:
Acho engraçado quando vou no mercado e a moça do caixa olha se meu dinheiro é falso. Moça, se fosse falso eu compraria carro, iate, mansão e não miojo, batata doce, tapioca e frango.
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“SERÁ O FIM DA ERA DOS OMBUDSMAN?” – Este é o título da principal matéria da última edição da revista Press. Não li ainda, porque recebi ontem à noite. Mas fiquei imaginando se o redator conversou com os chefes e chefetes do Conglomerado Midiático.
Hahahaha!!! Não dá nem para supor o que disse algum chefe de um dos maiores jornais do universo. Pra eles, ombudsman é um tipo de anticristo. Tipo: “Como alguém tem coragem de criticar o nosso trabalho soberbo?”. E o mesmo deve ter acontecido na rádio e TV “líder”.
“Como que um dos maiores veículos do universo vai se sujeitar a opinião de um palpiteiro”, podem ter dito.
O máximo que eles fizeram foi um “conselho de leitores”, para que elogiem as maravilhas que produzem.
…
O jornalista Caco Belmonte tem uma boa definição:
Aprendi muito com o Flávio Alcaraz que produzi e também o Walter Galvani e ainda a convivência com Amir Domingues, sem falar nas dicas de redação sobre como não derrubar o locutor, repassadas pelo generoso Milton Jung. Seria injusto nominar a todos, com certeza esqueceria muita gente. O próprio Ferraretto me ensinou horrores na Bandeirantes. Ainda assim, quem chega hoje nas emissoras se deslumbra e pensa que é grande coisa, somente ao respirar nos mesmos corredores por onde passaram esses ícones. Aprendam a limpar bunda, depois conversamos.
OLHA O QUE ENCONTREI!! – No Facebook, o Aliança Botafogo Leopoldense!
Está no https://www.facebook.com/pg/Alian%C3%A7a-Botafogo-Leopoldense-276144436103893/posts/?ref=page_internal
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“CUMPRI A PENA” – Escreve o Clovis Heberle – http://clovisheberle.blogspot.com.br/
Uma boa notícia nesta realidade catastrófica do sistema penitenciário gaúcho e brasileiro: a Vara de Execução de Penas e Medidas Alternativas (Vepma) de Porto Alegre vem executando, desde 2015, o programa Voltar a Confiar. São várias medidas para evitar que os ex-presidiários, geralmente por falta de alternativas de trabalho, volta à vida familiar e coisas elementares como os documentos básicos para o recomeço, acabam voltando para a cadeia.
Uma delas é um pequeno “manual de sobrevivência na selva”, com informações claras e diretas para responder às perguntas mais comuns de que, atordoado, tem que encarar a dura realidade da vida fora das grades.
O manual, intitulado “Voltar a confiar – Os primeiros 100 dias em Liberdade”, é uma adaptação de um trabalho desenvolvido pelo Centro de Estudos de Segurança Cidadã da Universidade do Chile. Os pesquisadores chilenos constataram que se o ex-presidiário consegue superar os primeiros cem dias em liberdade sem voltar à delinquência, tem grandes chances de voltar ao convívio social. Os resultados, lá e cá. tem sido muito bons.
Em Porto Alegre, o trabalho é coordenado pelo Juiz de Direito Luciano André Losekann, da Vepma, e da assistente social Simone Fagundes Messias Zanella.
Para pauteiros, editores, produtores e repórteres que buscam assuntos diferentes do que o cruel noticiário de todos os dias, está aí uma bela pauta.
FABIANO BRASIL A MIL! – É hoje no Barril Pub, na Wenceslau Escobar esquina com Mário Totta, o stand-up com Fabiano Brasil, falando das curiosidades e comparativos dos anos 80 e 90, cotidiano e bastidores do jornalismo.
Convidado especial: Tio Tony, o Mágico.
A sessão de autógrafos do livro Fábrica de Sonhos começa às 19 horas e o stand-up às 20h45min.
O evento contará ainda com degustação de trufas da Doce Freeda, presente da Mari Nunes Moda & Conteúdo.
A maior feira a céu aberto da América Latina ocorre de 26 de agosto a 3 de setembro de 2017, no Parque de Exposições Assis Brasil, e reunirá as últimas novidades da tecnologia agropecuária e agroindustrial, o melhor da genética e as raças de maior destaque criadas no Estado.
OPORTUNIDADE
ESTREIAS NA GUAÍBA – O bem informado Edu Cesar conta:
Zé Aldo Pinheiro fará sua primeira narração em Grêmio x Cruzeiro, quarta-feira que vem. Antes, tem a estreia do Luís Magno em Inter x Londrina no sábado. (aliás, mais correto chamar nos dois casos de re-estreia, já que ambos com passagens anteriores pelo 219 da Caldas Júnior)
Dezoito anos depois, Nando Gross devolve um programa às 17 horas para José Aldo Pinheiro. Zé Aldo era o apresentador do programa Hoje nos Esportes, na Rádio Gaúcha, quando Nando assumiu o comando, junto com o ET, no antigo dial. O ET está preocupado e deverá ser integrante do Esporte na Boa.
Em 22 de janeiro de 1995 eu deixei a Rádio Guaíba para seguir minhas atividades em outro veículo. Depois de 22 anos estou de volta a emissora que me proporcionou formar meus filhos, que me proporcionou transmitir ‘in loco’ a minha primeira Copa do Mundo de futebol (1990), que me proporcionou transmitir o primeiro título de Copa do Brasil pelos gaúchos, na vitória do Grêmio sobre o Sport Recife em 1989 e tantas outras experiências inesquecíveis.
Pois passadas duas décadas, já pensando que está se aproximando a hora de parar, recebo novamente uma oportunidade de ouro dessa emissora que sempre esteve no meu coração e no da minha família. Aos 52 anos de idade, me sentido amadurecido como comunicador, feliz como ser humano, motivado profissionalmente, tecnicamente melhor, emocionalmente muito mais sóbrio que há 22 anos, tenho a alegria de voltar a Rádio Guaíba numa condição estimulante e desafiadora: coordenador de esportes e locutor esportivo número um da emissora
Sei que não é fácil assumir esse posto enobrecido ao longo dos tempos por Pedro Carneiro Pereira (um mito), Armindo Ranzolin (um gênio clássico), Milton Yung (ícone do respeito ao vernáculo), Haroldo de Souza (um fenômeno de criatividade), Orestes de Andrade (Um relógio Suíço de Precisão) e Marco Antônio Pereira (um talento irreverente e meu irmão de coração).
As circunstâncias, nessa dinâmica inexorável da evolução do tempo, conspiram em alguma medida em favor da minha confiança de fazer um grande trabalho na Rádio Guaíba; quais sejam: por primeiro de tudo a imensa estrutura da emissora, a gigantesca força de sua história e a grande qualidade da equipe de profissionais da qual passo a fazer parte.
Em segundo lugar, como comecei muito jovem e ainda não estou envelhecido, apesar da longa experiência, tenho mais espaço para aprender e crescer, sem me deslumbrar com os elogios e com autoconfiança para suportar a crítica de um público ouvinte muito exigente, acostumado aos históricos grandes narradores que me antecederam.
Nesta chegada à Rádio Guaíba quero saudar seus ouvintes, agradecer de coração a Rede Bandeirantes, que fez comigo nos últimos 5 anos um processo de renascimento, e me assumir com os ouvintes Rádio Guaíba a dar uma respostar comprometida com a seriedade, com a lealdade aos nossos clubes, colocando no centro da meta o respeito aos ouvintes, o respeito a ética jornalística, a moral social e aos bons costumes da cidadania deste Estado.
O meu pedido é: primeiro me ouçam, depois avaliem se vou ser merecedor de ter a companhias dos senhores e das senhoras. Eu humildemente tenho confiança que muitos irão se surpreender positivamente com o José Aldo Pinheiro que renasceu dentro da Rádio Bandeirantes nos últimos 5 anos.
Agora estamos juntos!
Agora somos Guaíba!