Coluna do Marsiglia – 26/12

 BRASIL É UM PAÍS SÉRIO???
O Estádio Mané Garrincha, palco de abertura da Copa das Confederações, ficará pronto somente quinze dias APÓS o início da competição. É isso mesmo. Não é especulação, muito menos piada. Um ofício da NOVACAP (órgão do Distrito Federal que acompanha a execução da obra) ao Tribunal de Contas da União informa que o estádio estará pronto em julho de 2013. O documento com esta previsão oficial consta do último relatório do TCU, aprovado semana passada. E agora?

SUPERFATURAMENTO
Pipocam por todos os lados indícios, suspeitas e até comprovações de superfaturamento e roubalheira nas obras para a Copa/2014. Tanto nos estádios como nas obras de mobilidade urbana. Nada que não se soubesse que iria acontecer desde que o Brasil se candidatou a ser sede deste evento. Tudo à custa do meu, do seu, do nosso. Era a chamada “pedra cantada”. Só os ingênuos acreditaram que poderia ser diferente. Ah!: Agora teremos a privatização dos aeroportos. Bilhões!!!!

DILMA COLOCA TRAVA NA FARRA
Luz no fim do túnel da roubalheira. A presidenta Dilma Roussef vetou o uso de recursos do FGTS para obras da Copa/2014 e Jogos Olímpicos/2016. A proposta havia sido aprovada pelos “representantes do povo” em Brasília e envolvia R$ 5 bilhões. Desnecessário dizer aonde boa parte destes recursos iria parar, o que a presidente sabe muito bem. Segundo Dilma, “A proposta desvirtua a prioridade de aplicação do FGTS, que deve continuar focada nos setores previstos na Lei”. Ufah!

SALÁRIOS IRÃO DESPENCAR
Clube que estiver contratando jogador por fortunas, está fazendo um péssimo negócio. A partir de agosto de 2012 entra em vigor o “fair-play financeiro” imposto pela UEFA aos clubes europeus, que não poderão ter mais de 40 jogadores sob contrato e uma folha salarial anual de no máximo 180 milhões/euros. O Manchester City já colocou 23 jogadores na lista de dispensas, entre eles Tevez e Roque Santa Cruz o que provocará um efeito cascata na Europa, com muitos brasileiros tendo que voltar por falta de espaço. Isto certamente forçará uma queda nos salários praticados no futebol brasileiro. É a Lei da Oferta e da Procura.

Cinema com Wilson Rosa – 26/12

ROUBO NAS ALTURAS
Uma homenagem a John Hughes??

 Roubo nas Alturas
(Tower Heist) é uma boa comédia, onde funciona bem a dupla Ben Stiller e
Eddie Murphy, que andava sumido da telona. No filme de Brett Ratner (X-Men, O
Confronto Final), um grupo de trabalhadores de um condomínio de luxo do
Central Park arma um plano para se vingar do golpista que roubou as
aposentadorias deles. O “velho” Alan Alda vive o trapaceiro, que mora na
cobertura. Na cena de abertura, ele mostra toda a prepotência de quem gosta
do poder. Ben Stiller é o gerente do prédio, que confiou no investidor e que
agora precisa recuperar a grana. Eddie Murphy é um ladrão amador, que
ajuda os ladrões principiantes. A produção tem boas cenas de ação e
de humor, como a Ferrari dentro do elevador. Destaque para os coadjuvantes
Michael Peña, um latino que só atrapalha e Gabourey Sidibe (Preciosa), a
arrumadeira durona que integra o grupo.
Com a presença de Mathew Broderick,
o diretor faz várias referências ao filme que revelou o ator, Curtindo a Vida
Adoidado (1986), de John Hughes , o rei das comédias adolescentes dos anos
80. O filme que está em cartaz também tem uma Ferrari clássica e o desfile no
dia de Ação de Graças (só faltou tocar Twist and Shout, dos Beatles). Além
disso, Broderick passeava na Bolsa de Wall Street e agora ele vive
um ex-funcionário do mercado de ações.  Vai ver o diretor gostou muito
do filme na época.

Roubo nas Alturas (Tower Heist), de Brett Ratner,
comédia, 106 minutos, 10 anos.

Bom Dia! Segunda, 26 dezembro 2011

O CONTO DO BILHETE PREMIADO AINDA EXISTE?

Claro que sim!!
Todas as artimanhas conhecidas ainda existem. Tudo que é para tirar dinheiro de otário continua na moda, mesmo que estejamos no século 21. E não muda nada.As técnicas são as mais simples imagináveis.
Tenho a impressão de que tem que ser simples mesmo, porque aí o trouxa cai. Se for um golpe sofisticado o cara desconfia.
Quer mais simples do que o golpe do telefone, aquele do “sequestrei o teu filho”?
Há mais ou menos um mês, estava assistindo a um jogo de futebol com um amigo, o Bruno. Domingo.
Toca o telefone dele.
– Ah é? Sequestrou? Mata esse filho da puta que ele só me incomoda!!
Perguntei:
– Pô, Bruno, o que é isso?
– Um esperto dizendo que sequestrou o meu filho e que quer crédito de telefone. Só se esqueceram de perguntar antes se tenho filho.
O Bruno não tem filhos.
São centenas, milhares de pessoas que caem diariamente no conto do sequestro. São presidiários que aplicam o golpe. Espertos de todo o Brasil.
Outro dia atendi o telefone de casa.
Um cara chorando:
– Pai, me sequestraram!!!
Desliguei o telefone logo depois de ouvir a frase.
Claro, meus filhos jamais me chamaram de pai. Só pelo meu apelido de casa.
—–
Olha essa notícia do Diário Catarinense de hoje:
Um homem de 55 anos foi roubado por duas garotas de programa no domingo no bairro Bom Pastor, em Chapecó. Ele disse, em relato para a Polícia Militar, que duas mulheres chegaram na residência por volta das 8h30min.
Elas se ofereceram para fazer um programa. O homem afirmou que não queria, porém convidou as duas para tomar um chimarrão. Entre uma cuia e outra, resolveu levar uma delas para o quarto.
Ainda segundo a relato para a PM, minutos depois de ir para o cômodo, percebeu que a segunda mulher estava furtando dinheiro da carteira guardada na pia da cozinha. O homem fechou a casa, trancou as mulheres dentro e acionou a polícia.
Uma conseguiu escapar e teria levado R$ 350 que estavam na carteira. A outra não teve como fugir e foi encaminhada para a delegacia de polícia.

—–
Os otários pululam neste mundo de Deus!!

23, 24, 25 dezembro 2011


EU ACREDITO EM PAPAI NOEL!!

É a mais pura e cristalina verdade, com a chancela do Prévidi é Prévidi.
Não vá atrás dessa foto aí de cima, porque não retrata o que sou hoje.
Nesta época eu não passava de um bebezão irresponsável, contra tudo e todos, quase um adolescente.
Erraram, não sou o da direita, meu irmão Paulo César. Sou o que está invocado com o Papai Noel – imagina o que não fazia com o Coelhinho da Páscoa, mas jamais me contaram se trucidei algum.
Para saberem que não estou mentindo: a foto foi feita nas Lojas Sears, em Botafogo, no Rio, onde passei  boa parte da minha vida. Tinha 7 meses. Me contaram que logo que me botaram no colo do PN, olhei para ele e me agarrei na barba postiça. Agarrei e puxei de tal jeito que o sujeito não conseguiu abrir a minha mão. Minha mãe teve que interferir e acomodou a minha mão esquerda atrás do pescoço do personagem. E fiquei com essa cara de rebelde, de poucos amigos, olhando pra baixo.
—–
O tempo foi passando e comecei a fingir que acreditava na história do bom velhinho. Claro, para ganhar presentes. Tão cara-de-pau que chegava ao cúmulo de escrever, todo ano, uma cartinha com a relação de presentes. Sempre deu certo. Apenas em duas ocasiões não levei os meus pedidos.
Já era grandinho, mais ou menos 10 anos. Num ano pedi ao meu pai um Autorama da Estrela. Ele desconversou. No ano seguinte, uma bateria. Aí ele não apenas desconversou como deu uma risada. Muitos anos depois entendi e não pude brincar sobre o assunto com ele, porque o cara já tinha partido. Lembro que em relação a bateria chegou a murmurar: Não quero ter um Ringo em casa.
Já imaginou o infrerno que iria se tornar o nosso apartamento com a garotada lá em casa, todo o dia para brincar no Autorama?
Ou eu tocando bateria?
—–

Olha essa foto aí.
Claro, sou o da esquerda. O senhor é um queridíssimo tio-avô, Hermes Braz, responsável pelos Correios em Arroio Grande, pertinho de Jaguarão (se não me engano o apresentador João Garcia, da Band, conheceu ele).
Pois bem, notaram como continuava o mesmo? Viram a cara de invocado? Auge da rebeldia. Nem um sorrizinho-azeite para agradar o fotógrafo, provavelmente minha mãe. Pelo menos estava com a mão em seu ombro.
Deveria estar com uns 16, 17 anos.
Antes era mais complicado ainda.
Olha só: minha mãe fazia aniversário dia 23 de dezembro. Morávamos, ela e eu, em São Paulo.Lembro que era um sábado e fomos almoçar na casa do irmão dela, o Tio Juca. Chegamos lá e todos na casa começaram a cantar o “parabéns pra você”. Bah, me subiu um calorão pelas bochechas que vou te contar. Tinha me esquecido do aniversário da minha própria mãe e ainda não tinha comprado nada para dar-lhe no Natal.
Não gosto de lembrar desse dia.
—–

E essa aí, gostaram?
Pois é, antes tenho que contar uma peculiaridade.
Desde que deixei de ser muito rebelde, aquele da primeira foto, lembro que os presentes de Natal ficavam numa imensa bota vermelha, com um laçarote, ao lado da árvore de Natal. Ninguém se aventurava em tocar nela. Quando lotava, os presentes eram colocados ao lado.
O tempo passou, casei e tivemos o primeiro filho, o Guilherme. No Natal, o guri com 6 meses, a minha mãe veio do Rio e trouxe um presente para nós. O que era?
Acreditem, a bota vermelha!
Aí em todos os nossos Natais a bota vermelha esteve presente.
E sempre foi essa festa, como está na foto. Guilherme e Gustavo olhando alguns presentes. Ao fundo, estão parte das pernas da Rute, que experimentava os patins que o Gui tinha ganho.
Era muito legal.
Eu ficava com o Gustavo na sacada, cuidando o PN. E o Gui ao lado. Geralmente não tinha uma viva alma na rua, mas eu ficava ali, fazendo onda com eles. Até que tocavam na campainha e íamos correndo abrir a porta. E lá estava a bota vermelha e mais um monte de sacolas. Imagina a cara deles.
Pura felicidade
—–
Tudo bem, mas ainda não justifiquei o título.
Expliquei que quando era pequeno não acreditava no PN. Mas é inexplicável a ansiedade que antecede a entrega dos presentes. Eu ficava a ponto de explodir! Acredito que por isso meus pais sempre atenderam meus pedidos de presentes. Tudo.
Quando meus filhos deixaram de ser bebês comecei a imaginar a ansiedade deles, naquele período que antece a entrega dos presentes.A mesma emoção que sentia. Aí me desdobrava para dar todos os presentes que pediam. Sempre dei um jeito de comprar tudo que queriam. E a festa estava feita. Uma beleza!!
Não existe na vida de uma criança, independente da classe social, momento mais emocionante. Duvido. A criança pobre sabe que não vai ganhar o que deseja, mas não deixa de sonhar – vai que o PN existe, mesmo. As crianças classe média sabem que vão ganhar presentes, que os pais, avós e demais parentes vão aparecer com surpresas, mas a ansiedade é grande para saber o que vai ganhar.
Aí, meus amigos, eu me sentia um Papai Noel de verdade no momento em que tirava da bota vermelha os presentes e dizia para quem era.
Um negócio muito legal.
—–
Até hoje, mesmo que não tenhamos mais a cerimônia formal da entrega dos presentes, com a tal da bota vermelha, me sinto um PN quando dou um singelo presentinho para um dos meus.É uma sensação muito legal. E sei que a pessoa que recebe sempre gosta, mesmo que seja uma bobagem.
Para encerrar conto mais uma história de Natal.
Guilherme já era adolescente e  o Gustavo bem grandinho.
O 25 de dezembro chegando e eu completamente duro. Mas bota duro nisso. Nada, pelado.
Aí dois dias antes fiquei sabendo que iriam me pagar logo depois de passadas as festaa.
Não iria me entregar tão fácil.
Fui para o meu 486, abri o Corel Draw e comecei a imaginar o que faria.
Resultado: fiz um belíssimo vale-presente para os dois, com data de validade.
Pensam que eles ficaram tristes? Que nada, deram muita risada e até hoje me cobram a “validade”, não cumprida, do vale-presente.
Hahahaha!!!
—–
Não tenho certeza, mas a bota vermelha deve estar em algum armário de casa. Pronta para servir às crianças que certamente chegarão. Ué, eu também vou ter netos!!
—–
Um belíssimo Natal para todos nós!!

Quinta, 22 dezembro 2011 – parte 4

Rogério Mendelski e o “amado líder” do PCdoB

Impossível deixar de fazer um comentário sobre a Coréia do Norte de hoje. Perguntas: “Não é caso de polícia pessoas que declaram amor a ditadores?” Minha resposta: “Sim, claro que é!” Motivo: “Não há ditador na história da Humanidade que não tenha nas costas a responsabilidade direta por assassinatos cujos “criminosos” morreram por ter uma opinião diferente do “amado líder”.
Na Coréia do Norte o caso é mais grave ainda. Além dos inimigos do regime, o Chico César de olhos rasgados matou milhões de pessoas de fome para alimentar o seu exército de doidos e sua entourage de generais ridículos com seus quepes carnavalescos e o peito cheio de medalhas fabricadas na China.
Falando na China, nem mesmo os seus dirigentes tiveram a coragem de escrever uma nota parecida com a que foi enviada pelo PCdoB “ao povo norte-coreano”
Aquele texto só pode ter sido redigido pela turma do Casseta & Planeta. Quem, além de humoristas, produziria aquilo?
O PCdoB que já era um partido folclórico pela bandeira com a foice e o martelo, agora faz humor com a morte do amado líder. Façamos um exercício de imaginação. Se o PCdoB estivesse na presidência do Brasil quem seria o nosso amado líder?
Não vale uma sondagem com votos de seus leitores?