Quarta, 23 novembro 2011

Em grande noite de festa,
Prêmio Press revela vencedores de 2011

(clica em cima da foto que aumenta)

Numa grande festa, que reuniu mais de 450 pessoas no Teatro Dante Barone, a revista Press entregou na noite de ontem os troféus do Prêmio Press aos melhores profissionais de imprensa do ano.
Depois de duas etapas de votos pela internet – popular e profissional – em que foram registrados mais de 257 mil indicações, envolvendo quase 500 nomes de jornalistas e radialistas sendo votados, os finalistas nas 15 categorias de premiação foram submetidos a um Juri de Lideranças, do qual participaram 29 representantes de governos, entidades públicas, associações empresariais e classistas.
O resultado foi conhecido na grande festa que lotou as dependências da Assembleia.
Além dos troféus por categorias, foram feitas três grandes homenagens. O Troféu Sistema Fiergs Homenagem Especia, foi entregue pelo presidente da entidade, Heitor José Müller, ao presidente da Rede Pampa, o empresário Otávio Gadret, num reconhecimento à sua contribuição ao desenvolvimento das comunicações e da atividade jornalística no Estado, nos últimos 40 anos.
Nas outras duas homenagens, introduzidas neste ano, o Troféu Banrisul Comunicação em Agrobusiness foi entregue, in memorian, ao jornalista Hugo Hoffmann, falecido no ano passado, proprietário de A Granja, a revista mais antiga em circulação no país. Já o Troféu Banrisul Comunicação em Agrobusiness foi entregue à Denise Nunes, pelos seus mais de 20 anos dedicados ao jornalismo econômico, 14 dos quais assinando a coluna de Economia do jornal Correio do Povo, extinta recentemente.
Outra novidade neste ano, ocorreu na categoria de Colunista de Jornal/Revista do Ano, cujo troféu passa a se chamar Troféu Fernando Albrecht, nome que, a partir de agora, é hour concours  do Prêmio Press.
Julio Ribeiro, diretor geral da revista Press, salienta que pela quantidade e qualidade das participações, o Prêmio Press já é o maior e mais cobiçado prêmio do jornalismo brasileiro. “Não há outro que consiga a marca de 257 mil indicações e que tenha quase 500 jornalistas concorrendo”, conclui ele.
O Prêmio Press 2011 teve o apoio da Fiergs, Nestlé, Banrisul, Grupo Zaffari, Sindirádios, Krim Bureau, Assembleia Legislativa e Rede Pampa, que proporcionou a vinda dos apresentadores da RedeTV!, Augusto Xavier e Roberta Gabardo para mestres de cerimônia da grande noite da imprensa gaúcha.

RELAÇÃO DOS PREMIADOS

REPÓRTER DE RÁDIO DO ANO
– Felipe Chemale –  Rádio Gaúcha

REPÓRTER DE TELEVISÃO DO ANO
– Rodrigo Lopes – RBS TV

REPÓRTER DE JORNAL/REVISTA DO ANO
– Patrícia Comunello – Jornal do Comércio

COLUNISTA DE JORNAL/REVISTA DO ANO – Troféu Fernando Albrecht
– David Coimbra – Zero Hora

COMENTARISTA DE TELEVISÃO DO ANO
– João Garcia – Band TV

COMENTARISTA DE RÁDIO DO ANO – Troféu Ruy Carlos Ostermann
– Adroaldo Guerra Filho – Rádio Gaúcha

APRESENTADOR DE TELEVISÃO DO ANO
Nesta  categoria houve empate, e dois profissionais receberam troféu
– Carla Fachin – RBS TV
– Magda Beatriz – TV Pampa

APRESENTADOR DE RÁDIO DO ANO
– André Machado – Gaúcha AM

JORNALISTA DE WEB DO ANO
– Políbio Braga – www.polibiobraga.com.br

REPÓRTER FOTOGRÁFICO DO ANO
– Pedro Revillion – Correio do Povo

LOCUTOR/APRESENTADOR DE NOTÍCIAS – Troféu Milton Jung
– Maria Luiza Benitez – Rádio Guaíba

JORNALISTA DESTAQUE DO INTERIOR
– Acácio Silva – Rádio Uirapuru AM/Passo Fundo

MELHOR PROGRAMA DE RÁDIO DO ANO
– Band Repórter – Band AM

MELHOR PROGRAMA DE TELEVISÃO DO ANO
– Conversas Cruzadas – TVCOM

JORNALISTA DO ANO (Grand Prix) – Troféu Nestlé
– Felipe Vieira – Rádio Guaíba

Quarta, 23 novembro 2011 – parte 2

Google é igual mulher:
Não deixa terminar a frase e já tá dando sugestões.
A MALDIÇÃO DO PRÊMIO PRESS??!!

Não precisaria dizer do carinho que tenho pelo Prêmio Press. Ontem foi o festão da 12ª edição. Uma beleza!!
Além de ser uma extraordinária oportunidade de rever colegas e amigos que normalmente a gente não encontra, tive a satisfação de participar da organização nos 3 primeiros anos, quando editei a revista Press.
Não lembro bem, mas comecei a concorrer em 2004 ou 2005, como Jornalista de Web.
Em 2006 venci pela primeira vez e depois em 2010.
Curiosamente os anos posteriores a estes – 07 e 11 – foram um horror!!
Quanto a saúde até que deu para o gasto. O problema foi mesmo de grana!!
Em 2007 e neste ano deu quase tudo errado: atrasos e mais atrasos nos pilas que tinha e tenho para receber, cancelamento de veiculações, projetos que participei mal sucedidos, “parceiros” enrolados, bah!!! Um horror!!
Para terem uma ideia, fico todo gabola quando escrevo ou digo que vou a Montevidéu duas vezes por ano. Nos dois fatídicos anos não coloquei os pés na minha cidade predileta!!
Iria a Miami agora em novembro, como me sugeriu uma amiga que morou lá, a Lonise Gerstner.
Cadê grana?
Então, desde ontem estou pensando nisso.
Neste último Prêmio Press o Jornalista de Web foi o fabuloso Políbio Braga, meu amigão. Fiquei tão contente como se eu tivesse ganho.Tanto é que liguei pra ele e cobrei a sua presença (estava em casa!!).
Estou crente de que 2012 vai ser um ano maravilhoso pra mim.
Afinal, não ganhei o Prêio Press!!
Isso não quer dizer que os meus amigos vencedores do Press deste ano irão ter um 2012 terrível. Nada disso!!

A MALDIÇÃO DO PRÊMIO PRESS SÓ SE APLICA A MIM!!!!

Hahahahahaha!!!!
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Extra! Extra!!
Dona Dilma, a nossa presidentE, árticopa, às 17 horas, do encerramento do seminário “Os desafios do Brasil como 5ª potência mundial e o papel do agronegócio”

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Dúvida do Glauco Fonseca
Ao não entender como é que a Dilma Roussef, “suposta” presidente do Brasil, ainda não demitiu o Carlos Lupinóquio, fiquei a pensar: Cristóvão Buarque, do mesmo partido, sem ter feito nada disto, foi demitido por telefone em 2004 (abaixo a matéria da Folha). Pergunto, então, o quanto do rabo de Dilma possui Lupi? Só pode ser, amigo. O que faltou?
Ou será que Cristóvão Buarque sim é que era um bandido, mentiroso e sem vergonha e nós nem ficamos sabendo????

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Área para a execução do projeto de revitalização do Cais Mauá é liberada
O Governo do Estado realizou hoje de manhã o ato de liberação da área para a execução do projeto de revitalização do Cais Mauá, na Capital. A liberação do Cais Mauá marca o fim de uma negociação de 10 meses, após um acordo com a União sobre o contrato firmado com o Consórcio Porto Cais Mauá do Brasil.
Em 9 de novembro, Tarso Fernando apresentou aos empreendedores o termo aditivo proposto pela Antaq que revê o valor de arrendamento da área para R$ 3 milhões por ano. A medida corrigiu falhas jurídicas e técnicas do contrato firmado em 2010. No contrato firmado pelo Governo anterior, sem o consentimento da Antaq, estava fixado o valor de R$ 2,5 milhões/ano para o uso da área do Porto Mauá. Este valor foi reajustado, agora com o consentimento da Antaq, para R$ 3 milhões por ano. Os recursos serão repassados integralmente à Superintendência de Portos e Hidrovias do Estado, que aplicará em benfeitorias portuárias.
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Promessa
Os empreeendedores garantem que em 4 anos o projeto Cais Mauá estará concluído.
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Ele voltará!!
Na FSP:
Paulo Roberto Falcão declarou que pretende voltar a comandar um time no começo do ano. “É para poder fazer uma pré-temporada. Montar a estrutura do meu jeito. Montar um time, e não pegar no meio de um campeonato. Tive convites quando sai do Internacional, mas times em situações complicadas”, disse, sem revelar os nomes dos clubes. 
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Deve ser uma leitura maravilhosa
No Donna, da zerohora.com:
Sem pelos
Depiladora brasileira radicada nos EUA revela bastidores do seu trabalho

Estou curiosíssimo!!
Já imaginou o que ela tirou de cabelo encravado de “celebridades”? Será que ela inventou algum corte exclusivo nas partes baixas femininas?
Bah!!!
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Renato Gonzalez e o bloque no twitter
Prévidi, alguém já te deu um “block” no Twitter?
Recebi o meu primeiro no fim de semana, mas foi um daquelas bloqueios que valeram a pena ser recebidos! Um legítimo “bloque” com honra, dignidade e sentimento de dever cumprido! O caso se passou com o também jornalista Flávio Gomes, que trabalha no Grupo ESPN e é dono do portal Grande Prêmio (especializado em automobilismo).
Admiro bastante o cara, entende muito de corridas e está todo feliz com o título da Portuguesa, na Série B. Domingo, talvez muito magoado pela derrota da sua ideologia partidária nas eleições da Espanha, ele postou na rede: “Espanha cada vez mais conservadora e reaça”.
Ao que eu respondi prontamente: “O grande defeito de quem é de esquerda: ficar cego por conta do fanatismo e não respeitar quem pensa de forma diferente.” Afinal, que história é essa de taxar o conservadorismo como algo nocivo, danoso, defeituoso?
Nessa linha, quem é de direita poderá ser visto como um leproso, daqui a pouco. Quando, em realidade, tem todo o direito de ser de direita. Assim como de esquerda. Ele nem se deu ao trabalho de responder, simplesmente me deu o famoso “bloque”!
Devia estar vermelho de raiva, mas o fato é que me provou exatamente aquilo que eu tinha escrito, hahaha. Não retiro um caracter do que escrevi, e apenas lamento que nem todo cidadão consiga estar aberto para efetivamente ser democrático, sensato, equilibrado.
Especialmente, um grande jornalista como Flávio Gomes, apenas “seguido” por quem pensa como ele no twitter.
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Piadinhas?

No http://piadinhas-do-dia.blogspot.com/
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Isto não é piadinha
Trecho do release da Secretaria de Estado do Turismo:
Na sequencia, às 16h, a secretária se reúne com o diretor comercial da Gol, Eduardo Bernardes Neto, e o gerente regional da empresa, Roberto Wagner, para tratar do Salão do Turismo da América do Sul que a Setur deverá organizar no primeiro semestre de 2012. Depois de visitar os estandes da ADVB e do Sindetur, Abgail participa do coquetel de lançamento do Roteiro dos Vinhos dos Altos Montes, na Área Destinos em Destaque.
É, ABAV e ADVB são semelhantes, não?
Legal, depois mandaram uma “errata”.
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Leila Weber e o Pagodinho
Paulo Sant’Ana não morre tão cedo.
Ele tanto escreve que está com um pé na cova, que dificilmente a Dona Morte virá pegá-lo agora. Isso porque ela raramente atende a pedidos do gênero. Sua preferência é chegar de surpresa, ou, levar os que estão cansados da vida por sofrimentos insuportáveis. Mas o Sant’Ana? Não.
Seus males físicos, fartamente comentados por ele mesmo, transmitem na escrita um quê de humor, de esperança, de deixa-pra-lá. E tanto, que continua arregimentando amigos e inimigos, admiradores e invejadores. Em igual escala e de tal jeito que, acho, a própria Dona Morte se diverte. E no seu mundo sombrio ela sorri e fica com pena de vir buscar o Santana, seja Paulo ou Pablo… 
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Em defesa de João Pancinha
Nota da Juventude do PMDB de Porto Alegre:
Esclarecimento à sociedade da capital,
A queda do ex-Presidente da Carris, companheiro João Pancinha, ocorrida em 13.09.2011 foi amplamente divulgada pela imprensa, tendo sido destacada a denúncia de superfaturamento no processo de licitação para adesivagens dos ônibus da empresa, em alusão à Copa do Mundo de 2014, pelo fato de Porto Alegre ser uma das cidades-sede.
No momento da sua saída da Companhia Carris, uma das empresas públicas de maior destaque e credibilidade na nossa federação, o próprio João Pancinha requereu que fosse aberta sindicância para apurar o caso. Além disso, na ocasião da aquisição de um software de gestão, o companheiro já havia requerido apuramento externo por parte da Procuradoria Geral do Município e não por servidores da própria empresa, buscando uma maior isonomia nas apurações necessárias.
A administração municipal instaurou o processo na instância interna, tendo sido formada uma comissão na empresa Carris que apurou os fatos e comprovou que não houve qualquer irregularidade em todo o processo que possa ser imputada ao companheiro João Pancinha!
Em face disso, a Juventude do PMDB de Porto Alegre entende que toda a publicidade dada ao caso no momento da denúncia causou grande dano à imagem de homem público do companheiro que, após apuração da instância cabível, foi declarado inocente de todo esse processo, por ter sido comprovada a lisura ao longo da sua administração na empresa.
Pelo exposto, a JPMDB de Porto Alegre vem informar à sociedade da capital a total transparência do companheiro João Pancinha na sua vida pública, conforme restou comprovado no processo de sindicância instaurado na Companhia Carris, e solicitar o reparo dos órgãos de imprensa, no sentido de dar publicidade ao fato, buscando reaver a imagem ilibada do homem público, pois esta é a forma de ser reposta a verdade!
Atenciosamente,
Luciana Provensi
Presidente
Thyago Duarte
Secretário-Geral
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Piadinhas?

No http://piadinhas-do-dia.blogspot.com/

Bom Dia! Quarta, 23 novembro 2011

UM MISTÉRIO CHAMADO EVA SOPHER – 3

Texto de Cristóvão Feil,
no http://www.diariogauche.blogspot.com/, em 11 de junho de 2006:

Theatro São Pedro e sua dona
 O teatro São Pedro é uma entidade cultural do Governo do Estado do Rio Grande do Sul, vinculado à Secretaria de Cultura estadual. Opera como uma fundação pública. É, portanto, por definição legal, um bem cultural público de todos os sul-rio-grandenses. Apesar do pleonasmo, é preciso sempre frisar o caráter público desse belíssimo e tradicional espaço cênico.
Agora, em 2006, está completando 148 anos de existência.
Há exatos 22 anos foi completamente recuperado e restaurado. Desde então é dirigido pela senhora Eva Sopher, que teve um papel importante na reafirmação do São Pedro como patrimônio cultural do Estado. Contudo, essa senhora de forte e carregado sotaque alemão, e que maneja-o com ânimo de sargento prussiano, considera-se inamovível e insubstituível no cargo e função pública que ocupa há 22 anos.
No início do governo Olívio Dutra, menos por vontade do governador, e mais por força da democratização do espaço e por pressão legítima de parcela consciente da comunidade cultural do Estado, o São Pedro quase foi retomado da sua “dona” presumida. A senhora Sopher usou então meios legítimos e meios discutíveis para permanecer no cargo.
Setores identificados com o ex-governador Britto tentaram, na época,  ideologizar a pressão pela “fiquismo” do seu dileto quadro. Acabaram vencendo, mesmo por que o novo governo não quis fazer cavalo de batalha numa questão menor, relativamente ao conjunto caótico de problemas herdados do brittismo privatizante.
Hoje, o teatro São Pedro está em pleno processo de expansão física, com o projeto do chamado Multipalco – um esforço estatal (federal/estadual) e privado para a construção de estacionamento no subsolo, anexos com mais áreas para ensaios, e outras salas multifuncionais. Um centro cultural quase completo, no coração de Porto Alegre.
Tirando o estacionamento para automóveis, algo muito discutível, trata-se de um empreendimento bastante razoável – como estrutura material palpável. O orçamento do Multipalco foi estimado originalmente em 30 milhões de reais. Várias lajes estruturais estão concluídas, mas no presente momento as obras estão paralisadas. Como não há transparência por parte da gestão prussiana de dona Sopher, a comunidade cultural gaúcha não sabe absolutamente o que está ocorrendo. Dona Sopher limita-se a desinformar (e queixar-se, onde é pródiga) quem a indaga dizendo que “os burocratas estão travando tudo”.
Mas quais burocratas? De que esfera de governo? Porque estariam “travando”? A blindagem administrativa imposta pelo modelo Sopher de gestão impede que a comunidade esteja informada sobre o que está ocorrendo com o projeto Multipalco.
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Aliás, tudo isso remete a temas e preocupações mais abrangentes.
Que política cultural orientará o futuro Complexo Cultural Theatro São Pedro?
Será uma política cultural fechada, restritiva, particularista e sopheriana? Ou será uma política cultural democrática e participativa?
O modelo Sopher de gestão nutre-se do espírito bancário da cultura – que busca entesourar os bens culturais, simbólicos ou materiais, e torná-los privativos de quem já detém capital cultural suficiente para consumir os seus apreciados biscoitos finos.
É um sistema que na Europa foi abandonado já no século 19, e no Brasil, com o advento da revolução de 1930. Não se trata, contudo, de confundir a popularização do espaço cultural público com o populismo de iniciativas fáceis e política nenhuma. O São Pedro, hoje, é um espaço tradicional apropriado de maneira privatista por impostores pré-republicanos que se arrogam no direito consuetudinário do mando e do desmando. A sociedade “acostumou-se com a dona Eva”, como se escuta, comumente.
Ora, esse apassivador obsoletismo caduco e autoritário precisa dar lugar à participação democrática e criativa de toda a comunidade interessada numa cultura autônoma e horizontalizada, como instrumento de inclusão e promoção das humanidades.                
E ainda tem os delirantes (como o ator Paulo Autran) que querem rebatizar o velho Theatro São Pedro de Espaço Eva Sopher!
Vocês concordam com essa pretensão indecorosa? 
É preciso, pois, um movimento público da comunidade cultural do Estado para dois objetivos (o primeiro, imediato, e o segundo, a médio prazo):
1) a retomada física do espaço cultural Theatro São Pedro e do anexo Multipalco (fazendo auditoria do cronograma físico-financeiro do projeto, e a luta pela retomada das obras civis);
2) a discussão democrática e participativa de uma política cultural republicana para o Complexo Cultural Theatro São Pedro, de Porto Alegre. 

Terça, 22 novembro 2011 – parte 3

O velório de Paulo Sant’Ana

Por Adriano Mazzarino
mazzarino@pannet.com.br

Sant’Ana ia ser velado no Estádio Olímpico.
O governador Tarso Genro decretou luto.

O sol se atira pelo Guaíba.
E o que era para ser noite calma, vai se transformando em turbilhão. A repercussão da notícia da morte do jornalista Paulo Sant’Ana vai tomando forma. Em cada semblante uma reflexão; em cada alma uma lágrima.
O coração de Sant’Ana falhou enquanto circulava pela redação de Zero Hora. Morria ali um valente. O talentoso Paulo Sant’Ana deixava o palco. O fato repercutiu. De tanto dizer/escrever que ia morrer construiu a aparente imortalidade.
Da favela ao palácio, do iletrado ao intelectual, do mendigo ao doutor ele fez as pessoas  rirem, amarem, chorarem, refletirem e mudarem.
A presidenta Dilma Housseff, entrou ao vivo na Rádio Gaúcha. Do Japão, o cantor Julio Iglesias  cantou, lembrando do show do Beira Rio. Alcione, emocionada falou das vezes que esteve no  programa Sala de Redação. Renato Portaluppi estava no aeroporto, em direção a Porto Alegre, com a camisa do Grêmio.
Sant’Ana ia ser velado no Estádio Olímpico. O governador Tarso Genro, decretou luto de três  dias e ofereceu o Palácio Piratini, que a família aceitou.
Enquanto resgato tal comoção coletiva, caminho pelo Salão Negrinho do Pastoreio. As autoridades e a massa vão se acotovelando. Da janela, observo a Praça da Matriz lotada de populares. O presidente da RBS, Nelson Sirotsky, fala em nome dos colegas. E reflete o exemplo que fica, onde o talento é o elo fundamental do mundo das comunicações.
No outro lado do caixão está o governador Tarso Genro preparando-se para falar, por último. Eis que chega o prefeito de Porto Alegre, José Fortunati. O microfone fica a sua disposição. Sensível, Fortunati sabe que deve ser breve e lasca: “Acabo de determinar o cercamento do Parque da Redenção, em homenagem ao Paulo Sant’Ana. Vamos inaugurá-lo na abertura da Copa do Mundo.” O fato provoca espanto em todos.
Do caixão salta o “saudoso” Paulo Sant’Ana que foi despertado com o impacto da notícia e lasca: “Agora posso morrer em paz! Me dá um cigarro para comemorar!” A multidão quase incrédula vai à loucura.
Ao meu lado, alguém me puxa o braço. Era o diretor de Redação de Zero Hora, Ricardo Stefanelli, me despertando do sono. Eu havia cochilado.
Em visita à redação de ZH, fui conhecer a famosa poltrona de descanso do cronista. Sentei, dormi e sonhei com a morte do cronista que está cada vez mais vivo. Stefanelli, severo e calmo, me alertou: “ver é permitido, sentar é para alguns e descansar aqui é apenas para o gênio.”
Agora entendi como devem se sentir Moisés Mendes, David Coimbra, Cláudio Brito e outros
interinos.
Escrever é permitido, mas navegar no universo do cronista são necessários 40 anos de sacerdócio e um infinito talento. Os persistentes, Paulo e Pablo que o digam.
Longa vida Sant’Ana, os gênios são eternos!

(crônica de ficção em homenagem a Paulo Sant’Ana, pelos seus 40 anos de jornalismo)