Ferro e Mais Ferro – 29 de agosto

EDITORIAL DE VESTIBULANDO
Glauco Fonseca

Eu sou um cara exigente com o que eu leio. Acredito que muito da qualidade que eu exijo de tudo que eu consumo se deve aos padrões que me foram transferidos pelos 10 anos em que trabalhei em uma das melhores empresas do Brasil, a RBS.
Lendo os editoriais de ZH, da Folha, do Estadão e até mesmo do Globo, como gaúcho que sou, procuro sempre argumentos e dados para poder concordar ou discordar de algo, de forma a saciar meu “vício” (também gaudério) por opinião. Quase sempre observo qualidade e densidade nos editoriais dos jornais citados. Quando isto não acontece, trata-se de um diminuto caso de exceções.
No entanto, sempre que leio um editorial, imagino alguém pensando antes de escrever e isto é algo que não ando percebendo em alguns editoriais de Zero Hora há algum tempo. Os que tratam do caso da Líbia, então, são de fazer arder os bastonetes retinais.
O editorial de hoje, que segue abaixo, parece ter sido escrito por um vestibulando treinado em cursinho. Observe bem a estrutura do texto, simplório e sem nenhuma “viscosidade” intelectual, o que dirá jornalística.
Só estou aqui reivindicando qualidade pois tenho certeza de que a Zero Hora é um grande jornal e que está sempre disposto a melhorar. E o que aqui reclamo é irrefutável. Basta ler.
E quanto à “memória fraca” do eleitor, não concordo. Todos se lembram de detalhes, nomes, fatos do mensalão desde 2005. O alegado enfraquecimento de memória bem que poderia ser substituído por apodrecimento ético dos sujeitos políticos e jurídicos nacionais, que são os responsáveis por não processar este e outros crimes contra a república. E eles deveriam trabalhar para a população e não para partidos políticos.

EDITORIAIS
AMEAÇA DE IMPUNIDADE

Quatro anos depois do recebimento da acusação contra 40 suspeitos de envolvimento no mensalão, o crime de formação de quadrilha – base da denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal – pode prescrever nesta semana. Para que a impunidade possa ser evitada, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) precisariam aplicar penas superiores a dois anos aos acusados. Com isso, o prazo de prescrição subiria para oito anos e o crime não estaria prescrito quando a ação fosse, finalmente, levada a julgamento, o que pode ocorrer em 2012. A essa altura, porém, muitos dos envolvidos no mais rumoroso caso de corrupção na área política no país já se preparam para comemorar um fato que, sob o ponto de vista de uma grande parcela da população, significará a consagração da impunidade.
Um dia depois de ter sido indicado para um segundo mandato, no início deste mês, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, pediu ao STF que condene 36 de 38 réus remanescentes do mensalão. O entendimento foi de que não há provas apenas contra dois dos envolvidos. Enquanto isso, os demais acusados por formação de quadrilha continuam influenciando livremente na política ou atuando em atividades ligadas de alguma forma ao poder. Entre eles, incluem-se o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, apontado pelo Ministério Público como chefe do grupo, o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e o ex-presidente do partido José Genoino. E há outras 19 pessoas na mesma situação, favorecidas pela dificuldade de se fazer justiça no país, principalmente quando os acusados são políticos influentes.
Nos últimos dias, dois outros envolvidos no caso do mensalão estiveram em evidência no noticiário, desta vez pela continuidade de estreitas relações com a política e com o poder. Um deles, Valdemar Costa Neto, presidente de honra do PR, aparece ligado ao escândalo no Ministério dos Transportes. Outro, João Paulo Cunha (PT-SP), foi levado a desistir, pela pressão popular, da presidência da comissão na Câmara que cuidará da reforma do Código de Processo Civil. Nenhum dos dois chegou a ter sua carreira política afetada depois do escândalo, a ponto de continuarem com representação na Câmara. Mas é curioso que nem mesmo ligações com um caso tão rumoroso possam prejudicar quem depende de voto para se manter em evidência.
Num país no qual maus políticos costumam tirar vantagem da memória fraca do eleitor, é natural que as expectativas no caso do mensalão se transfiram para o STF, mesmo com a demora inaceitável no andamento desse tipo de processo. O país só conseguirá reduzir ou pôr fim à corrupção com uma mudança cultural, com a fiscalização permanente por parte da sociedade, com o aperfeiçoamento das instituições e com a redução da impunidade.

Cinema / Wilson Rosa – 29 de agosto

 PLANETA DOS MACACOS 2011
TEM EMOÇÃO E AVENTURA

O filme de 1968 (Planeta dos Macacos) foi um marco na história do cinema e agora ganha uma sequência de bom gosto. Planeta dos Macacos, a Origem (Rise of the Planet of the Apes) tem bons efeitos especiais e ritmo frenético em alguns momentos.
Destaque para a animação computadorizada que recria expressões quase humanas no símio Caesar, que é o protagonista do longa, deixando os humanos como coadjuvantes.
É a mesma equipe de Avatar, que ganhou o Oscar. James Franco é o cientista Will, que faz testes em macacos num laboratório genético em San Francisco (EUA), na busca da cura para o mal de Alzheimer. John Lithgow é o pai que está com a doença. Nas experiências nasce o macaco Caesar, que apresenta uma inteligência acima do normal.
A aventura começa quando o primata cresce e se mete em confusão na rua. Acaba preso junto com outros macacos, onde ele vai liderar uma revolução. O diretor Rupert Wyatt dá mais emoção à esta versão do Planeta. Em algumas cenas, fica a lição de respeitar os animais e a dúvida sobre a nossa superioridade racional. Legal também a originalidade no diálogo com um orangotango de circo, através da linguagem de sinais.
É para se refletir. Ainda tem uma bela morena como a namorada do cientista e imagens eletrizantes na sequência da ponte. Com um final ambíguo, que deixa muitas perguntas sem respostas, Planeta dos Macacos 2011 agrada quem busca diversão. O que irrita é a mania de Hollywood de fazer continuações, o que fica claro com as cenas pós-créditos.

PLANETA DOS MACACOS – A ORIGEM, de Rupert Wyatt, aventura, 105 minutos, 12 anos

Site do filme: www.planetadosmacacos-aorigem.com.br

Bom Dia! Segunda, 29 de agosto 2011

Pensa bem, Governador!!
Tarso Fernando está furioso!! – 2

Brigadianos não podem.
Agricultores e mst podem tudo?
Este foi um tema deste Final de Semana, o primeiro post..
Isso mesmo, todos podem tudo, menos brigadianos e policiais.
Toda manifestação está no “campo democrático”. Todo tipo de manifestação safada, que apoquenta a vida das pessoas, é “natural e tem como objetico sensibilizar legitimamente as autoridades”. Então, se é baderna do mst, trancando o trânsito na chegada de Porto Alegre, bah!!, muito mais legítima.
Aí o nosso governador Tarso Fernando está furioso com os brigadianos, que estão colocando fogo em pneus em algumas estradas e avenidas pelo Estado. Pô, os caras querem chamar a atenção para a miséria que soldados, cabos e sargentos da Brigada Militar recebem por mês. Não querem “fazer a revolução”, como os maluquetes do mst, destruidores de fazendas produtivas, e as “mulheres campesinas”, especializadas em invadir e depredar laboratórios de pesquisas.
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Olhem o que os funcionários públicos queremm agora, no início do Governo TF:
Polícia Civil: reajuste de 25%, mais R$ 400 milhões na matriz salarial de 2012 (A matriz salarial é uma lei que obriga o governo a destinar um percentual do superávit para reajustes).
Brigada Miltar: reajuste de 25%, mais R$ 400 milhões na matriz salarial de 2012.
Servidores de Judiciário, MP, TCE e Assembleia: 12%.
Servidores da Procuradoria-Geral do Estado (PGE): 8,8% de reajuste, para se equiparar aos vencimentos da Defensoria Pública.
Técnicos-científicos: Gratificação que representa um aumento salarial de 45%.
Professores: implantação do piso nacional do magistério, que significaria reajuste de 51%. 

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Aí o leitor distraído pode pensar:
– Bah, coitados dos procuradores!! Só querem 8,8 por cento de reajuste. E apenas a equiparação com os defensores públicos!!
Pois é, mas estes 8,8 por cento de reajuste significa mais 1.500 reais por mês.
Façam as contas e veja o que ganha um procurador.
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Vamos pegar outro pessoal. Os funcionários do Tribunal de Contas do Estado querem 12 por cento de reajuste. Muito bom!!
Mas, acreditem, um auxiliar de serviços gerais do TCE ganha mais ou menos 4 mil reais/mês!!
Um policial civil (alguns com exigência de curso superior) e militar, que arriscam a vida todos os dias, fica na faixa de 1.200 reais!!!
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Detalhe:
Vencimento de procurador do RS, no ingresso da carreira:: R$ 6.285,90 (seis mil, duzentos e oitenta e cinco reais e noventa centavos), acrescido de “prêmio de produtividade”
variável (valor do mês de outubro/2009: R$ 5.038,29 [cinco mil e trinta e oito reais e vinte e nove centavos).  TOTAL: R$ 11.324,19 em 2009.
Defensor Público de classe inicial:  salário de R$ 14.507,19.
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E aí eu pergunto: Brigadianos e policiais civis não têm o direito de protestar?
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No post deste Fim de Semana encerrei assim:
Ah, governador Tarso Fernando, o senhor sabe o respeito e admiração que tenho pelo senhor.
Mas não pode ter dois pesos e duas medidas!!
Sabe de uma coisa? Dá logo uma grana legal para os brigadianos. Mas só para soldados, cabos e sargentos.
Os coronéis ganham muito bem e se aposentam muito jovens.

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Governador, não esquece os policiais civis!!
Os demais? Catar coquinhos, por enquanto!!