Cinema / Wilson Rosa – 15 de agosto

Troféu Abacaxi

 “A ÁRVORE DA VIDA”
 É FILME PARA CRÍTICOS DE ARTE ABSTRATA

Alguns longas deveriam ter um cartaz avisando que não se trata de um filme comercial. É o caso de “A Árvore da Vida”, que não tem início, meio e fim. É um monte de imagens abstratas, que mistura a história de uma família americana com a explosão do universo (Big Bang), dinossauros,  prédios de NY e Grand Canyon. Deu para perceber a dificuldade do espectador ? É uma obra-prima para os críticos, cada um tem uma interpretação.
Na primeira meia hora do filme, com longos planos em silêncio, vozes sussurrando, alguns levantam e vão embora. Os que ficam pensam que vai melhorar. Nos poucos momentos de narrativa, se percebe um pai opressor (Brad Pitt) e uma mãe serena (Jessica Chastain) que criam três filhos nos anos 50.
No meio disso, o diretor Terrence Mallick mostra o universo se expandindo, o surgimento da vida no planeta, os dinossauros (??) e um pulo no presente, com um dos filhos interpretado por Sean Penn (que quase não fala).
Mesmo sendo uma mistura de Discovery Channel com Parque dos Dinossauros, o filme ganhou a Palma de Ouro, em Cannes, não sei como. O que dá para notar é que o diretor tenta encontrar o sentido da vida, questiona a moral cristã (eu sou bonzinho, mas por que Deus me castiga?) e busca respostas existenciais. Realmente se trata de uma produção para um público diferenciado. E teve crítico que disse ser arrebatador, uma obra-prima de imagens esplêndidas. Ah tá…O filme é tão abstrato que você nunca sabe quando vai terminar.

A ÁRVORE DA VIDA (The Tree of Life), de Terrence Mallick – drama – 10
anos – 138 minutos

Segunda, 15 de agosto de 2011

Acertou?

Não era uma charadinha fácil, mas um bom número de palpiteiros acertou.
Pela ordem de chegada: Fábio Marçal (sexta, 11h49min), João Paulo da Fontoura (dois minutos depois), Carlos Mota, Jota Nilson, Rigoberto Gruner, Karla Pimentel, Luis Felipe Fleck, Luciana Mismas, Nada Vai Nos Separar, Alexandre Kittler,  Enio Seibert, Claudinha Leão, Luiz Carlos Frantz, Milton Ferretti Jung, Marco Estevan e um que outro a mais que tenha perdido o e-mail.

Sim, queridos leitores e leitoras, trata-se da diretora da Rádio Guaíba

SOLANGE CALDERÓN

Aí uma foto atual da simpática:

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Quem é aí embaixo?
Envie seu palpite para previdi@previdi.com.br.
(Não envia pelos “comentários”, porque aí todo mundo vê!!!) 

(clica em cima da foto que amplia)

Olha se o cara o conhece, olhando bem a foto, analisando bem, descobre de cara.
Dicas:
– Jornalista;
– Poeta respeitadíssimo e escritor;
– Premiado em várias partes do mundo;
– Para encerrar: é muito difícil que hoje não ande de roupas pretas. Usa barba.
Chega!
O primeiro que acertar leva um livro do Prévidi!!

Bom Dia! Segunda, 15 de agosto

– Acha alguém pra dar um pau.
– Legal, vou pra Assembleia!!

Não sei se já aconteceu este diálogo em alguma redação de jornal, rádio ou TV, entre chefete e repórter.
Felizmente, jamais assisti ou participei.
Mas, podem acreditar, deve ser corriqueiro.
A Assembleia é o lugar favorito para ser produzida uma “denúncia”. Adoram dar pau em deputados e na instituição. Sabe por quê? É a mais aberta, a mais transparente. Basta fazer uma pressão, pequena, que alguém abre o que é e o que não é verdade. Um repórter, com alguma experiência, arranca uma boa mentira como verdade.
Passam para o público que tudo que tem lá é sacanagem. Que todos são milionários. Um paraíso. Como se fosse lá o único paraíso gaudério.
Uma bobagem histórica.
—–
O jornalista Julio Ribeiro tem uma coluna no http://www.leiaagora.com.br/portal/index.php. É do José Enedir Francisco, que  foi jornalista da Zero Hora, assessor de imprensa do PT e que agora tem um jornal e o site em Frederico Westphalen, onde mora.
Leiam dois tópicos da coluna:

 51, uma péssima ideia
O Tribunal de Contas do Estado está propondo à Assembleia a criação de mais 51 cargos, que fará com que o seu quadro de pessoal beire aos 900 funcionários. Será que, realmente, é preciso?
Ao dar uma passada de olhos no site de transparência do TCE a gente pode constatar que o Tribunal já gasta R$ 227 milhões por ano com a sua folha de pessoal, com salários de fazer inveja a qualquer funcionário de multinacional. Um simples auxiliar de serviços gerais recebe R$ 4.087,24, um bibliotecário outros R$ 10.326,52.
Aliás, vocês imaginam quanto é a média de gastos por cada servidor no TCE-RS? Pois saiba que o Tribunal de Contas do Estado gasta R$ 273 mil por funcionário/ano. E eu não estou falando de qualquer outro tipo de despesa, como telefone, luz ou materiais de expediente, estou me referindo a gastos com pessoal. Isso equivale a R$ 22.763,73 por funcionário ao mês.
Será que o TCE resistiria a uma auditoria do tipo a que eles fazem nos municípios, por exemplo?

Papagaio come milho, periquito leva a fama
Para que a gente tenha um comparativo, a Assembleia Legislativa, que leva todo o ônus do descontentamento popular, inclusive tem rap chamando os deputados de “Gangue da Matriz” gasta, proporcionalmente, bem menos.
O gasto total com pessoal da AL fica na casa dos R$ 334 milhões/ano. Como ela tem um total de 1.587 servidores (entre efetivos e CC’s), a média de gasto é R$ 210 mil por funcionário/ano, ou R$ 17.500,00 por funcionário/mês.
Ou “seje”, o TCE, que é um órgão da Assembleia, gasta quase 30% a mais que a própria. E outra, enquanto o salário de um auxiliar de serviços gerais do TCE é de R$ 4.087,24, o de um médico (ou de um jornalista) da Assembleia é de R$ 3.967,00.
Algo tá errado nisso!

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Compreenderam ou precisa desenhar?

Fim de Semana do Prévidi – 13 e 14/8

Dia dos Pais
Há muitos e muitos anos que sempre no início dos meses penso nas datas especiais.
Aniversários e dia disso e daquilo. Sou meio traumatizado com essas datas, porque uma vez esqueci do aniversário da minha mãe. Pudera: tinha 14 anos e era ela e eu, e ninguém para me lembrar.Aí quando chegamos na casa de um irmão dela – morávamos em São Paulo – tinha a maior festa. E eu ali, com cara de bundão.
Na real, todo mês tem uma data dessas, Entra ano e sai ano.
Pelo menos três vezes por ano se lembram de min – aniversário, Natal e Dia dos Pais.
Neste domingo, vou traçar um churrasco na casa do meu guri mais velho – o Guilherme, que em maio casou com a Janaína em Bora Bora, lembram?
Gosto dessas datas, mesmo que digam que são “apenas comerciais”. Bobagem. São dias que a gente esquece até as broncas. Fica tudo numa boa. Alegria geral!!
No entanto, por mais paradoxal que possa parecer, sempre fico meio triste, pelo menos em alguns momentos. Neste final de semana, por exemplo, é inexorável não pensar no meu pai. Quantos anos, meu Deus!
Há uns 3 anos fiz um texto sobre o meu pai que serviu por sessões e mais sessões de terapia. Sempre relutei em escrever sobre ele, sei lá o motivo. Ao mesmo tempo a música Pai, do Fábio Júnior, (a letra e um vídeo de 1979 estão lá embaixo) me toca até hoje. Mas escrevi o texto e foi ótimo.
Fiz algumas adaptações,em função das idades, e está no post seguinte..
Logo depois, tem textos do Carlos Mota e do Ruy Gessinger, duas grandes figuras que sempre estão aqui no previdi.com.br.
Bom domingo, papais!
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Pai!
Pode ser que daqui a algum tempo
Haja tempo prá gente ser mais
Muito mais que dois grandes amigos
Pai e filho talvez…

Pai!
Pode ser que daí você sinta
Qualquer coisa entre
Esses vinte ou trinta
Longos anos em busca de paz…

Pai!
Pode crer, eu tô bem
Eu vou indo
Tô tentando, vivendo e pedindo
Com loucura prá você renascer…

Pai!
Eu não faço questão de ser tudo
Só não quero e não vou ficar mudo
Prá falar de amor
Prá você…

Pai!
Senta aqui que o jantar tá na mesa
Fala um pouco tua voz tá tão presa
Nos ensine esse jogo da vida
Onde a vida só paga prá ver…

Pai!
Me perdoa essa insegurança
É que eu não sou mais
Aquela criança
Que um dia morrendo de medo
Nos teus braços você fez segredo
Nos teus passos você foi mais eu…

Pai!
Eu cresci e não houve outro jeito
Quero só recostar no teu peito
Prá pedir prá você ir lá em casa
E brincar de vovô com meu filho
No tapete da sala de estar
Ah! Ah! Ah!…

Pai!
Você foi meu herói meu bandido
Hoje é mais
Muito mais que um amigo
Nem você nem ninguém tá sozinho
Você faz parte desse caminho
Que hoje eu sigo em paz
Pai! Paz!…

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Fim de Semana – 13 e 14/08 – parte 3

Uma conversa franca
Carlos Mota

Hoje eu quero falar bem de perto contigo, meu pai.
Hoje eu quero que tu arranjes um tempo para ter tempo prá mim… Mas hoje eu não quero falar do futebol, da política, da nossa família, dos negócios, do trabalho… Hoje eu só quero falar para o meu pai… Hoje eu quero ter contigo uma conversa que há muitos anos eu gostaria de ter, mas o receio de não ser ouvido; o medo de parecer um sentimentalóide sempre impediu que eu tivesse coragem de te abrir meu coração.
Sabe, meu pai, eu ainda trago bem viva na minha lembrança as vezes em que me pegastes pela mão e me destes a segurança que eu precisava. Eu olhava pra cima e te via ali, grandão, forte, imbatível, e me orgulhava de te ver como meu herói sem capa e sem espada.
Nos momentos em que eu corria atrás da bola, me imaginando sendo um craque, era pra ti que eu olhava e através do teu olhar eu me sentia o melhor de todos. Era em tua mão, meu pai, que eu me agarrava com força, sentindo-me o mais protegido dos meninos. E na união da tua mão com a minha; na união do teu coração com o meu, eu me sentia forte, me sentia feliz, pois podia contar com a tua proteção.
Mas o tempo passou e eu cresci; aos poucos fui percebendo que eu me tornava maior e mais forte fisicamente do que tu; e passei a julgar que não precisava mais de ti; já me sentia um homem, capaz de superar sozinho qualquer obstáculo da vida.
E foi pensando assim que o menino que se sentia seguro agarrado na mão do pai, decidiu ser adulto antes da hora E por esta vida afora; uma vida em que as surpresas nem sempre são boas, foi que eu aprendi na marra o que eu poderia ter aprendido com os teus conselhos.
Mas houve um momento em que te julguei muito careta; muito conservador; muito antiquado para permitir que permanecesses cuidando de mim. Pensando que eu já pudesse sozinho cuidar de mim, foi que virei as costas para a tua proteção, sem saber que estava deixando de lado o teu amor.
Hoje te vejo meu pai, com os cabelos brancos; com as rugas a fazerem tremer tuas mãos que antes eram fortes; hoje te vejo com idade avançada, tão diferente daquele super herói da minha infância, e percebo que mesmo estando assim, castigado pelo tempo, ainda és o herói da minha vida. Faz tempo, meu pai, que eu não te abraço forte como te abraçava quando era criança; faz tempo que eu não te dou um beijo e um “upa” daqueles nossos; faz tempo que eu não digo que te amo.
Mas hoje, quando faço com meu filho o que fazias comigo, percebo que perdi muito tempo me afastando do teu carinho… Hoje eu sei que deves ter sofrido calado quando dei meu grito de independência e rompi o elo que nos unia; hoje eu sei que tinhas medo de me perder; o mesmo medo que tenho de perder o carinho do meu filho.
Por isso hoje eu quero te agradecer, meu pai, por haver me ensinado a ser feliz; te agradecer por haveres permitido que eu buscasse o meu caminho, pois sabias que mais cedo ou mais tarde eu estaria fazendo o que hoje faço, que é dizer que eu sinto saudades, meu velho, de tudo o que fazíamos quando eu ainda criança, confiava à ti toda a minha existência.
Contigo eu aprendi a ser pai e aprendendo a ser pai, eu aprendi o que todo o pai espera de um filho… Eu te amo muito, meu pai, e podes ter certeza de que por toda a minha existência eu vou carregar a alegria de ter nascido teu filho; quero dizer que hoje, mais do que nunca, continuas a ser o meu mais forte herói, sem capa e sem espada.
A emoção toma conta de mim e neste momento tudo o que eu posso dizer é obrigado, meu pai, por ter me feito feliz; obrigado por me chamar de filho.
Obrigado por me ensinar a ser um pai de verdade…