Segunda, 8 de agosto de 2011 – parte 5

OUTRO PLÁGIO DO PAULO PAGODINHO SANT’ANA

Na coluna do Luiz Carlos Reche, de domingo, no Correio do Povo:
Celso Roth
Sugeri na Rádio Guaíba (falei várias vezes) que Celso Roth receba salários dos dois. Grêmio e Inter deveriam se cotizar e pagar o técnico de forma permanente. Outros companheiros gostaram da ideia, utilizaram e não me deram o crédito. Mas tudo bem. A tese é que ele fique sempre à disposição. Celso gosta da aldeia. Conhece os caboclos. É pau para toda obra. Não precisa mais de tanto dinheiro, tem muitos negócios paralelos, especialmente no mercado imobiliário, e não quer ficar perambulando por aí. Celso é hoje o que já foram no passado Otacílio, Cláudio, Ernesto, Ênio Andrade. Cada um com suas características, cada um com suas oportunidades e potenciais, mas sempre à disposição da Dupla. Claro que ninguém treinou tanto nem ganhou tanto (dinheiro) quanto Celso. Mas os tempos são outros e o futebol remunera cada vez mais.
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Adivinha quem são os outros companheiros?
Claro, o primeiro foi o Paulo Pagodinho Sant’Ana.
E teve um outro figurão da Rádio Gaúcha que copiou também.
E teve um da Rádio Bandeirantes que também pinçou a ideia.
O único que deu crédito foi o Rodrigo Ramos, da Rádio O Sul.
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Cá entre nós
Pagodinho consegue ser muito mais chato do que o Cacalo.

Segunda, 8 de agosto de 2011 – parte 3

Pescaria

Férias, como sempre!!
De novo!!
O apresentador da Rádio Gaúcha, André Machado, conta nos dedos os dias que faltam para entrar em férias.
Mas ele jura que são os primeiros e únicos dias de papo pro ar em 2011.
Viver para constatar!!
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Aguardem!!
Amanhã teremos uma charadinha esplendorosa!!
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Piadinhas geniais
No http://piadinhas-do-dia.blogspot.com/
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Lela Weber e a Ospa
Quantos espaços para a cultura – prédios, teatros, salas e etc. – existem e em funcionamento em Porto Alegre? Quantos projetados, como no cais e outros locais? A todas esssas, e a Ospa, hein? Vai ficar só na maquete? Tomara.
Parece que estou rogando praga, mas, é exatamente ao contrário. A maquete é linda, moderna, arrojada. Só não prevê o que fazer com a intensa umidade naquele local, que é uma ameaça aos sensíveis instrumentos musicais. Fora o afastamento do povo, que é quem mais precisa da Ospa. Parece que, depois que o Lauro Schirmer morreu, nenhum coleguinha dá bola pra nossa orquestra e para seu futuro.
Enquanto isso, multiplicam-se pela cidade os ditos espaços culturais. Isso, e mais os locais incruados, como aquele que era um cinema – na esquina da av. Borges com a rua Demétrio Ribeiro. Do erário público sairam milhões para a reforma do tal prédio, mas foi tudo só fachada, quase que literalmente.
Os pichadores já tomaram conta da parte externa, enquanto (dizem) os cupins estão de novo fazendo a festa lá dentro. Enquanto isso, nossa Ospa que já foi motivo de orgulho até – e principalmente – para Érico Veríssimo continua de chapéu na mão para ter sua sede, ensaiando e apresentando concertos em locais inapropriados. 
om a dinheirama toda – que, parece, agora vem – que demanda a construção da sede ora prevista, e até mesmo com pouco mais dos recursos que a Ospa já tem, daria para não só terminar – e adaptar – o tal prédio para a orquestra, bem como contratar mais gente.
Essa arenga toda é pra ver se alguém se sinta na obrigação de investigar o grande mistério cultural da cidade e responder, talvez, até com uma campanha, à minha pergunta: e a Ospa, hein?
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Pólo de Cinema em Torres
O economista Paulo Timm, apaixonado morador de Torres, está empenhado na criação do Pólo de Cinema em Torres.
Explica:
Temos que aproveitar as condições naturais de Torres para dar um salto para o futuro. Vamos montar, aqui, o POLO DE CINEMA DE TORRES. Basta uma iniciativa da Prefeitura Municipal e algumas gestões com a ULBRA e SENAC, no sentido da criação de novos cursos ligados ao treinamento de pessoal para a indústria áudio visual para que isto se converta em realidade num curto espaço de tempo.
Dois pontos de partida são fundamentais: (1) uma boa sala de cinema, que já temos, no Dunas Flat e que pode ser adquirida pela Prefeitura para sediar um Festival Anual de Cinema e (2) um galpão para uso das produtoras e diretores de filmes, que bem pode ser o ginásio da Lagoa, hoje abandonado e em vias de demolição.
Com estes passos e franco apoio da Sociedade torrense poderemos transformar nossa cidade na referência rio-grandense do áudio-visual.
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Uma aulinha do Clóvis Heberle – http://clovisheberle.blogspot.com
Dói nos ouvidos quando apresentadores de tevê ou locutores de rádio falam “barilóxe”.
Pôcha, não é preciso frequentar um curso para saber que em espanhol não há “és” nem “ós”.
Quando se trata de nomes próprios e palavras alemãs é diferente. Não dá para exigir que os jornalistas e radialistas saibam rudimentos desta que é uma das mais complicadas línguas em uso no mundo. Mas quem entende um pouco de alemão sente calafrios ao ouvir nomes próprios ou  substantivos pronunciados das formas mais exóticas.
Um dia desses um repórter de uma das mais potentes rádios de Porto Alegre disse “eisuein” numa matéria sobre o Eiswein (eis=gelo, wein=vinho),  um vinho alemão elaborado com uvas colhidas e congeladas. O correto seria “aisvain”, mas ele aplicou as regras do inglês. Ficou incompreensível, em inglês ou alemão – em inglês seria  ice wine, “aiss uain”.

Algumas normas básicas da lingua alemã podem ajudar os colegas:
1. O “V” soa como F, o “W” como V:  Volkswagen, Wolfgang, winter, wasser
2. O G tem som de guê. O mesmo exemplo acima, mais Gerdau, Geiger, Geisel.
3. EI se pronuncia AI:  Geisel, Einstein,  Heineken
4. EU vira ÓI: Padre Reus (Róis), Meuer (Móirer)
5. A letra jota é IOT. Todos os nomes começados com jota devem ser pron unciados como se fosse com IO:  Johannpeter fica Iohanpeter , Johan Brahms é Iohan, Jung é Iung. 
Obs: frequentemente citado na mídia, o sobrenome do empresário Jorge Gerdau Johannpeter é de origem alemã, e não inglesa. Portanto, Iohanpeter, e não joanpiter (ver adiante o som do H)
6. CH é H: Bach, Dietrich, Rech, Richter
7. SCH é X: Schmidt, Schuster, Schneider, Schubert 
8. O IE espicha o I: Dienstmann, Dietrich, Kieling = Diinstmann, Diitrih, Kiiling  e o  AE espicha o E: Haeser (héezer)
9. ST no início das palavras vira X: Stein , Stras sburger, Strauss, schmier (ximia)
10.  O H é agá, mesmo. Expira o ar com força: Haas, Hartmann, Hoffmeister
Pronto, editores, repórteres  e apresentadores. É só copiar e colar.

Segunda, 8 de agosto de 2011 – parte 2

A Velhinha de Taubaté e eu

Todas as previsões dos entendidos no tempo diziam que sábado seria de sol em todo o RS e no domingo ia desmoronar o céu. Aí, como a Velhinha de Taubaté, combinamos de ir a Oeisis no sábado, cedo, e voltar na tardinha. Um dia lindíssimo, sem nuvens, fizemos tudo que estava planejado.
Na volta, antes de entrarmos na free-way, o sol deu um espetáculo. Chegamos a parar. Aquele vermelhão e aí pensei: amanhã não vai chover e nós poderíamos ter ficado por lá.
Domingo amanheceu chovendo e lá pelas 10 o sol começou a aparecer e o dia ficou uma maravilha. A Redenção ficou lotada! Aí liguei para um amigo do Litoral e ele me disse que em Oeisis o fim de semana foi perfeito. Inclusive o domingo.
E eu acredito ainda na previsão do tempo!!
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Estragaram o meu domingo!!

Aí, ao chegar em Porto Alegre, fui conferir os e-mails e estava lá uma mensagem do Marco Aurélio Souza:
Mercado Financeiro | 06/08/2011 | 13h23min
Bolsa da Arábia Saudita perde 5,46% neste sábado
Pregão de Riad foi o primeiro a reagir ao rebaixamento da classificação de risco da dívida norte-americana

Pronto!!
Passei todo o domingo deprimido.
Tentei saber como estava a Bolsa do Burundi e nada!!
É o fim!!!
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Extra! Extra!!
Dona Dilma, a nossa presidentE, passa o dia em função do primeiro-ministro do Canadá, Stephen Harper. Depois, às 15h30min, tem a posse do ministro da Defesa, Celso Amorim.
Será que o Boquinha Jobim vai?
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Até Israel!!
O alto custo de vida em Israel foi o motivo para que mais de 250 mil toassem as ruas dopaís, neste sábado, pedindo “justiça social”. A imprensa israelense cita mais de 300 mil pessoas e os organizadores falam em até 500 mil. A manifestação já é considerada uma das maiores da história de Israel, país com apenas 7,5 milhões de habitantes.
Palavras de ordem: “as pessoas vem antes dos lucros”. Se queixam do alto custo de vida, principalmente dos aluguéis e dos alimentos.É o terceiro sábado consecutivo de protestos. A maior concentração foi em Tel Aviv, onde teve apresentação de artistas populares no país, como Shlomo Artzi e a cantora Rita.
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Em nome do pinto
O deputado federal deputado Jovair Arantes, do PTB de Goiás, quer que o SUS  realize exames para o diagnóstico de fimose em crianças de até 7 anos, como forma de prevenção ao câncer de pênis. É um projeto, mas tem tudo para se tornarlei.
Afinal, o SUS faz até troca de sexo!!
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Piadinhas geniais
No http://piadinhas-do-dia.blogspot.com/ —–
Madrugada imperdível
No Radar on-line:
Valdemiro Santiago, chefe da Igreja Mundial do Poder de Deus, é o novo dono das madrugadas da Band. Aceitou pagar mais do que o dobro do desembolsado por Silas Malafaia nos últimos dois anos pelo horário das 2h às 6h45. O teleculto será de domingo a domingo e estreia em outubro.
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Paulão é meu ídolo!!
Ontem, quase dormindo, passei pela TV urbana. E estava lá o repórter Paulão, apresentando o programa Polícia em Ação. Estava entrevistando uns travecos. Aí me dei conta que ele estava acompanhando uma batida na Redenção.
Vocês não acreditam nas entrevistas do Paulão com os clientes dos travecos. De chorar de rir!!
Sério, aquelas perguntas que todo mundo quer fazer àqueles caras que vão atrás de travestis, durante a noite, na Redenção ou seja lá em outro lugar.
– E aí, tu usa camiseta?
– Tu é gay?
– Tu também dá um pouquinho?
– Ah, tu também dá, porque até pra dar tem que ser macho!!
– Quanto é que tu cobra?
– Bah, a gurizada da Brigada tá de bola cheia!! (Quando um traveco disse que alguém com farda ele não cobra nada)
São algumas das pérolas que me lembro, mas foram muitas outras.
Não perca, Polícia em Ação quebra a mesmice das noites de domingo.
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 O Sacomory também vai no popular!!
Mas não pode soltar o verbo porque está na TV Record. Tem quadro nas segundas, quartas e sextas no Balanço Geral, o programa do Gordinho Mota.
Na sexta, na frente de uma banca de revista, Antônio Sacomory mostrava uma revista com mulher pelada para quem passava por ele. Depois dos elogios do entrevistado, ele lascava:
– Tu deixaria a tua namorada ou mulher posar pelada?
As respostas foram muito legais.
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Quer saber de uma coisa?
Não tenho mais saco para jornalismo “sério”.
Porque o programa/apresentador pode ser sério e usar o bom humor.
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Tem outra coisa
Se esse Grocco fosse, mesmo, um cara inteligente faria uma música dando o maior pau nos deputados que se deram um aumento de 73 por cento, no início do ano, sem a menor chance de ter que responder um processo.
Bastaria não se levar tão a sério.

Vinhos e Afins – 8 de agosto de 2011

Inglês: a língua do vinho
Júlio César Kunz*

Caetano Veloso popularizou no Brasil a afirmação de Martin Heidegger de que só se pode filosofar em alemão, mesmo com parte da boa filosofia tendo sido escrita em outras línguas, inclusive por alemães. No mundo do vinho, algumas pessoas têm uma posição parecida. Acreditam que só se possa vinificar em francês, enquanto outros dizem que em italiano é admissível. Mas o mundo mudou. O mundo do vinho resiste, mas se modifica também.
Isso só não acontece entre a maioria dos produtores de uvas e vinhos franceses, que se recusam a ouvir outras opiniões que não as suas sobre o tema. Se é exagero dizer que os parisienses nem respondem a interpelações em inglês, não é quando se trata de vinho. Tive a oportunidade de vivenciar essa situação num congresso internacional em que dois franceses fizeram as suas apresentações em sua língua materna, apesar de não haver tradutores.
Todavia, mais do que se negar a falar em outra língua que não o francês, a questão é mais ampla. Meu ponto é sobre postura. Essa que recém citei é, no mínimo, arrogante: eles sabem sobre vinho e se alguém quiser ouvir tem de se adaptar a eles. E esta é a postura de boa parte dos produtores de uvas e vinhos do mundo. Organiza-se a oferta e colocam-se informações nos rótulos de acordo com o que os especialistas entendem. Azar de quem não for especialista. Aliás, os ignorantes que tomem cerveja. Ou cachaça, já que vinho é um “produto cultural”. E quanta cultura tem de se ter para comprar uma garrafinha de vinho…
Com tal postura, os franceses dominaram o mundo do vinho por algumas centenas de anos. São também os maiores consumidores. Por enquanto. Mas o consumo cresce mesmo hoje em dia nos Estados Unidos, no Reino Unido e nos países nórdicos, tradicionais consumidores de cerveja. As vendas não crescem lá devido a um processo de educação em massa para o ensino de língua francesa, nem por causa da massificação do conhecimento das quatrocentas e tantas denominações de origem francesas. Esses mercados crescem porque os produtores de vinhos do dito Novo Mundo deixaram de tentar impor regras para buscar a compreensão das regras dos consumidores.
As duas cidades onde se encontra a maior variedade de vinhos do mundo são Nova Iorque (EUA) e Londres (Reino Unido). Nas duas cidades, uma das tarefas mais difíceis é encontrar nova- iorquinos e londrinos. São duas cidades de tendências. Nelas, as pessoas não seguem tendências, ditam-nas. Acreditam em si mesmas e vestem o que acharem melhor, comem o que for mais rápido e bebem o que gostam (os vinhos tradicionais assim perdem espaço para vinhos leves, frutados e com rótulos que parecem de refrigerantes).
Pude conferir de perto esse cenário numa das feiras mais importantes de vinhos do mundo, a London International Wine Fair.  Lá, ficou claro que as marcas de vinhos que crescem nos mercados não são francesas: “Yellow Tail” (rabo amarelo), “Flip-Flops” (sandálias de tiras) e “Pink Elephant” (elefante cor-de-rosa) são bons exemplos. Em geral, vinhos frutados, com baixo teor alcoólico e, boa parte deles, meio doces.
Nesta mesma feira, a única marca de vinhos francesa que me chamou a atenção foi a Fat Bastard (bastardo gordo). Não é que os vinhos franceses começam a falar inglês? E só há uma razão para isso estar acontecendo: há espaço somente para quem fala a língua do consumidor, seja ela qual for. Deve-se compreender o que o consumidor quer e entregar isso, sem imposições. Trata-se de, humildemente, ouvir e aprender. Os conservadores não precisam se preocupar: o sotaque garantirá a diversidade.

* Júlio César Kunz, diretor-executivo da Dunamis Vinhos e Vinhedos.É engenheiro de alimentos pela UFRGS e mestre em gestão e marketing do setor vitivinícola pela Universidade Paris-Ouest (Nanterre – La Défense).