Segunda, 6 de fevereiro de 2017

PRÊMIO PRESS – JORNALISTA DE WEB 2016 – JL PRÉVIDI








HORÁRIO DE VERÃO

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saúde

MINHA ESTREIA NUMA UPA!

A UPA de Tramandaí, pertinho de Oeisis

Sempre quando vou ao centro de Tramandaí passo pela UPA – ficou anos esperando funcionários e equipamentos. UPA, Unidade de Pronto Atendimento para quem não sabe.
Como os brasileiros em geral, sou um crítico mordaz do SUS – “o SUS é uma merda”. Sabemos que é insuficiente e até ineficiente – e, por isso, a gente torce para jamais precisar.

Na quarta de noite vim para Oeisis, antes do feriado de Navegantes/Iemanjá.
Já tinha uma bolha em um dos dedos do pé direito.  Estava tomando um anti-inflamatório. A dita foi aumentando, aumentando até que no sábado resolvi conseguir uma receita de antibiótico.
Logo depois da uma da tarde, decidi ir ao Pronto Socorro de Tramandaí. Aí passe pela UPA e resolvi entrar para ver o que acontecia.
Na porta, dei uma olhada para a sala de espera. Lotada de senhoras com crianças. Tudo muito clean.
Entrei.
Uma simpática atendente me pergunta o que aconteceu. Resumi e ela me pede a identidade.
– Aguarda aí que tem o pré-atendimento.
– Demora muito?
– Hoje tá calmo.
Menos de uma hora um cara me chama e diz que é atendente de enfermagem. Pressão, essas coisas.
Vou para o corredor e logo um outro me chama. Conto sobre a minha necessidade de um antibiótico.
Fui pro corredor de novo e não demorou a médica me chama. Contei a história e ela pede para ver. Se apavora!!
– Que horror está esse teu dedo!!
– Já tive isso no pé esquerdo, no ano passado, e consegui recuperar.
– É difícil.
Não dei bola, porque queria a receita do antibiótico.
Fui fazer um curativo, a atendente também se apavorou, chamou outra médica.
– Que feio!
Claro que eu sabia que estava feio e queria só o antibiótico.
– Procure o seu médico.
Ué, o que estava fazendo ali?

Gostei muito da UPA. As pessoas que me atenderam foram gentis.
Estou fazendo um tratamento caseiro e metendo a cefalexina – 4 por dia.
Que os meus protetores me ajudem!!

reflexão / porto alegre não tem jeito

Recebo de um amigo

Na coluna da Rosane de Oliveira, na semana passada, há uma nota indicando sobre a qualidade da nova diretoria da Carris. Que um fez MBA em Cleveland, o outro se formou em Paris, o outro é Mestre…
Olha só (análise simples):
1) Se fossem os “caras” não estariam numa estatal como CC´s, estariam BEM empregados– pois na Carris não deve ser um salário ACIMA do limite constitucional, certo? Se o salário for acima, o “contratante dos serviços” tá se contradizendo;
2) Se estiverem empregados, significa que não vão dar expediente de 8 horas “úteis” diárias. Ou seja, novamente poderá o “contratante dos serviços” está se contradizendo, pois ele aceita “paletó dando expediente”;
3) Se forem do Mundo Acadêmico, vale a máxima: “Quem sabe, faz. Quem não sabe, ensina…”



diário do paraíso

Espaço emprestado

Para o jornalista Cláudio Andrade:

Pessoal, gostaria de pedir uma orientação a vocês.
Estou à procura de um lugar tranquilo, aconchegante e fora do Estado e de preferência na praia. Tô querendo gastar em torno de 20 mil reais entre estadia, combustível e alimentação pra passar o Carnaval. Vocês sabem onde eu arrumo o dinheiro?

reflexão 2

Do jornalista Gilnei Lima

Quando Trump decretou a proibição de ingresso de pessoas oriundas de alguns países de maioria muçulmana, desencadeou uma onda de protestos e declarações de repúdio.
Quantos destes se revoltam ou protestam contra os países que, há muito, proíbem israelenses ou pessoas que tenham apenas visitado aquele país?
Quid pro Quo!

infra

Saneamento para a Grande Porto Alegre

O Clube de Opinião do RS recebeu na semana passada o presidente da CORSAN, Flavio Presser, para apresentação do projeto da companhia de expansão da base de tratamento de esgoto em nove municípios da Região Metropolitana de Porto Alegre.
O plano que prevê investimentos da ordem de R$ 3,4 bilhões de nos próximos 11 anos, sendo R$ 1,8 bilhões captados junto à iniciativa privada, num projeto de PPP – Parceria Público-Privada.
O plano deve atender as cidades de Canoas, Alvorada, Viamão, Cachoeirinha, Gravataí, Esteio, Sapucaia do Sul, Guaíba e Eldorado do Sul e tem como meta cobrir essas cidades com 87,3% de coleta e tratamento de esgoto, até 2027.

A escolha dessas cidades levou em consideração o baixo nível atual de tratamento de esgotos (Canoas, por exemplo, tem apenas 17% de esgoto tratado, e Guaíba menos de 7%) e o esgotamento de recursos hídricos, como é o caso dos rios do Sinos, Gravataí e Cai, que estão entre os dez rios mais poluídos do País.
A previsão do presidente da companhia, é que tanto a Consulta Pública, quanto as Audiências Públicas, ocorram já em fevereiro e o edital possa ser lançado em março, tão logo o projeto seja aprovado pela unidade de PPPs do Governo do Estado, sócio-controlador da CORSAN.

Segundo cálculos de estudos apresentados pela PWC, os benefícios da universalização do saneamento nestes nove municípios, até 2030, devem girar na ordem de R$ 29 bilhões, gerando, inclusive, mais de 32 mil empregos, com incremento de renda de cerca de R$ 3,0 bilhões neste período.



vinhos e afins

Abertura da safra da uva

A abertura oficial da Safra da Uva 2016/2017 no RS, na manhã de sábado passado foi marcada pelo otimismo em função do grande volume e da qualidade da matéria-prima que já pode ser verificada. Monte Belo do Sul recebeu o evento que contou com a presença do governador José Ivo, do secretário da Agricultura, Pecuária e Irrigação, Ernani Polo, do prefeito Adenir José Dalle, além de parlamentares e prefeitos dos municípios da Serra Gaúcha.

O presidente do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), Dirceu Scottá, mencionou a expectativa de uma safra que deve superar os 600 milhões de quilos previstos no início da colheita. O dirigente citou a quebra que chegou a 57% na última safra como um dos fatores, aliado à crise econômica e aumento de tributos – em especial do IPI – para uma retração que chegou a 18% na venda de produtos vitivinícolas brasileiros em 2016. “Este cenário mostra que o mercado não aceita mais aumentos de tributos e de preços. O Ibravin vem concentrando esforços para a diminuição dos custos de produção, aumento de produtividade e em ações de promoção para retomarmos o crescimento neste ano”, projeta.

O governador garantiu que o Estado é parceiro do setor vitivinícola, estimulando a ampliação de áreas de produção e a agregação de tecnologia cada vez mais presente na atividade agrícola. Ele também enxerga com otimismo os frutos da safra que foi aberta no sábado. “Precisamos olhar para frente, mas também reconhecer o esforço dos nossos antepassados que possibilitou que chegássemos até aqui em condições de celebrarmos mais uma vindima. O setor vitivinícola tem uma importância imensa para a economia e para a cultura do nosso estado”, discursou.
O secretário Ernani Polo reiterou a parceria do Governo com o Ibravin, citando o Fundo de Desenvolvimento da Vitivinicultura (Fundovitis) como fundamental para a qualificação e promoção do vinho gaúcho.
“O Ibravin tem feito um excelente trabalho, levando sugestões para o governo a fim de que as políticas para a agricultura cheguem na ponta com maior agilidade”, disse, ao se referir ao programa Agro + RS, que tem objetivo de simplificar processos e normas de atendimento do setor produtivo para reduzir a burocracia na esfera pública e estimular o crescimento econômico.

saúde 2

Será que é isso?

(clica em cima que amplia)

piadinha

Sexta, 3 de fevereiro de 2017 – parte 2

PRÊMIO PRESS – JORNALISTA DE WEB 2016 – JL PRÉVIDI








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mídia

AS “ESTRELAS” DETESTAM CRÍTICAS
MAS ABOMINAM MESMO É CRÍTICAS COM HUMOR 

A solução que as “estrelas” geralmente encontram é comprar os espaços.
Aqui no RS não é diferente. Existia um site de humor gaudério. Aí os autores resolveram trocar as brincadeiras diárias – que eram um sucesso – por empreguinhos em rádio. Pronto, terminou o problema.
Também não gostam de quem faz sucesso.
Tinha uma gurizada que fazia o Kzuka. Faziam eventos e tinha uma publicação para jovens. Aí a RBS comprou e conseguiu terminar. Aliás, a RBS, historicamente, não admite que existe espaço para todos. Acredito que, agora,  na era Duda, este “conceito” mudou.

E taxar os “executivos” – chefes e chefetes – do Conglomerado Midiático de COMEDORES DE SUCRILHOS COM NESCAUZINHO? Essa é uma ofensa maior do que xingar a mãe. Uma brincadeira que não admitem! Claro, alguns levam na brincadeira e não se importam, mas a maioria fica furiosa e não admite. E até processam!

No país são vários os sites de humor.
Conheci o Sensacionalista quando tinham (ainda existe?) um programa na TV fechada. Assistia nos finais de semana e era um jornal com matérias absurdas. Um negócio muito engraçado. Aí descobri o site e acompanhei, durante anos, diariamente. Até que no segundo semestre passado notei que as sacadas tinham mudado. Claro, o principal redator – um barbudinho, que não lembro o nome – tinha saído. Já não acompanho o site, por absoluta falta de graça, e agora a notícia: igualzinho os gaudérios que terminaram com o site a troco de uns empreguinhos, o Sensacionalista vai virar uma coluna da Veja. Terminou.

Mas sou um otimista e não perco a esperança.

Ainda tem o The piauí Herald – http://piaui.folha.uol.com.br/. Estão hospedados na FSP, mas continuam ótimos nas bobagens:


Luciano Huck reformará cela
de Eike Batista em seu programa


Huck selecionou Eike para participar
do quadro em que ajuda jovens empreendedores

PROJAC ─ O apresentador Luciano Huck anunciou um novo quadro para seu programa na Globo. “Estou sempre antenado com as demandas sociais de nosso tempo. Por isso, em parceria com a Leroy Merlin, vamos reformar e decorar as celas de empresários e ex-governadores em Bangu”, explicou.

A cela de EIke Batista, após a intervenção de Huck, ganhará um espaço fitness, uma peruqueria e uma parede para a projeção de PowerPoints. Visto de cima, o xilindró terá o formato de um X. “A gente sempre adapta o projeto para ficar com a cara do cliente”, esclareceram os arquitetos João Duayer e Thiago Tavares.

Huck também anunciou a nova coleção de camisas de sua grife. “Teremos uma linha inteiramente verde, homenageando os uniformes dos presos em Bangu, e uma linha clássica, com listras brancas e pretas. Lançaremos ainda os souvenires da campanha #somostodospresidiarios. Serão mochilas, estojos, cadernos e algemas.”

E tem o grande Joselito Muller – http://www.joselitomuller.com/:

Dória confunde Tico Santa Cruz com muro pichado
e apaga suas tatuagens por engano

SÃO PAULO – Um mal entendido, ocorrido na madrugada de ontem, ganhou repercussão nas redes sociais, suscitando o questionamento a respeito dos limites da política do prefeito de São Paulo, João Dória, sobre as pichações.

Ao sair de um uma casa de show, onde havia acabado de se apresentar, o músico Tico Santa Cruz acabou se deparando com uma equipe do prefeito João Dória, que se empenhava em apagar pichações pelos muros cidade a fora.

“EU ESTAVA MEIO DISTRAÍDO, QUANDO O DÓRIA SE APROXIMOU E JÁ FOI JOGANDO UM JATO DE ÁGUA, QUE NORMALMENTE ELE UTILIZA PARA LAVAR PAREDES E TIRAR PICHAÇÕES”, DISSE O MÚSICO. “QUANDO CONSEGUI EXPLICAR QUE EU NÃO ERA UM MURO PICHADO, ELE JÁ HAVIA APAGADO QUASE TODAS MINHAS TATUAGENS”, LAMENTA.

Tico também afirmou que gastou muito dinheiro para fazer suas tatuagens e vai cobrar ressarcimento da prefeitura.

Dória, por sua vez, afirmou que pretende plantar um “muro verde” no lugar das tatuagens do músico.

Sexta, 3 de fevereiro de 2017

PRÊMIO PRESS – JORNALISTA DE WEB 2016 – JL PRÉVIDI








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replay

A ENTREVISTA DE 2016

EDUARDO SIROTSKY MELZER, O DUDA

terceira parte: Sexta, 2 de setembro de 2016

A selfie feita pelo Duda

“As vezes para escancarar uma realidade
se deixa muita gente triste.”

Está aí a terceira e última parte da entrevista ou bate-papo com o Eduardo Sirotsky Melzer, o Duda Melzer, presidente do Grupo RBS.

Gosto muito de fazer entrevistas, tanto quanto reportagens. Escrever.
Não faço mais estes filés do jornalismo por dois motivos: absoluta falta de tempo e de infra. Afinal, o Grupo de Comunicação Prévidi sou eu. Mesmo desorganizado tenho que ocupar bem o meu tempo.
Guardadas todas as proporções, mais ou menos o que faz o Eduardo Melzer. Ele é um cara mais do que ocupado e não pode ficar se preocupando com um blogueiro que nem eu, que eventualmente brinca com ele. E eu não posso ficar me preocupando com os meus “detratores”. Já avisei inúmeras vezes que não dou bola para “ofensas”, porque eu sei que é bobagem, nervosismos babaquaras.
Na real, nada que uma boa conversa não resolva.

Correções? Já fiz várias, desde que me argumentem – claro que não basta o “não é isso”.
Chamei o Duda, por um bom tempo, de “presidente jovem e tímido” e “presidente/chefe dos comedores de sucrilhos com nescauzinho”. Imaginava que ele e outras pessoas não gostassem, mas jamais passou de uma brincadeira.
Era uma outra época e outro contexto, mas o Brizola chamava o Paulo Brossard de “Ruy Barbosa em compotas”. O ex-senador e ex-ministro do STF jamais levou a sério o que o ex-governador falava. O Lula, Brizola apelidou de “sapo barbudo”. Moreira Franco era o “gato angorá”. O porta-voz Carlos Átila do general Figueiredo era o “porta-retrato”.
Brizola, meu ídolo, até na arte de apelidar, queria tripudiar.
Eu não tinha e não tenho esta pretensão.

Comedor de sucrilhos com nescauzinho.
E tem gente que fica furioso ou furiosa com essa brincadeira.
Antes era toddynho, mas como teve um probleminha com o líquido, passei para nescauzinho.
Ontem falei com um dos primeiros a brincar, e ele conta:
– Uma bobagem, porque se fazia tão somente uma brincadeira com os “meninos” com MBA que passaram a mandar na RBS. Seria como chamá-los de juniores ou um time dente de leite.

Antes da parte final da entrevista, leia a abertura deste post no Blog em 22 de junho de 2016:

E NÃO É QUE O CARA ACEITA CRÍTICAS?

Critiquei poucas pessoas como o Duda/Dudu Melzer. Até quando publiquei a foto acima – Ronaldo Gordo estava visitando as obras da Arena do Grêmio e ele estava lá, “tímido, de mão no bolso”. A partir daí comecei a chamá-lo de “presidente jovem e tímido”. Nos passaralhos peguei pesado. Outro que brinquei bastante também foi o ex-governador Tarso Fernando, sugerindo que fosse candidato a secretário-geral da ONU.
Quando me encontrava com TF sempre dei muita risada, sempre mantivemos uma relação mais do que amistosa, muito em função de sua extraordinária secretária de Comunicação. Vera Spolidoro.
Sério, jamais pretendi conversar e muito menos me encontrar com o Duda/Dudu Melzer, porque sempre acreditei que o cara poderia ser imprevisível em um encontro.
Por que? Pessoas próximas a ele me diziam que ele me detestava, “vai te encher de porrada”. Fora isso, alguns de seus funcionários, chefes ou chefetes, tomaram as dores e, pior, não admitiam qualquer tipo de crítica, ao ponto de me processar.
Mas vocês vão ler aí abaixo que o Duda/Dudu é um cara simples. Pena que alguns chefes e chefetes, que jamais serão comedores de sucrilhos com nescauzinho, jamais chegarão aos pés dele.
(…)
Eduardo Melzer foi convidado para um encontro do Clube de Opinião, na data do post. Na matéria que o Julio Ribeiro, presidente do Clube, distribuiu tem o tópico abaixo:

CADÊ O PRÉVIDI

Uma das primeiras coisas que Duda Melzer fez ao sentar à mesa com os membros do Clube de Opinião foi perguntar pelo jornalista José Luiz Prévidi, que em seu blog costuma se referir ao presidente da RBS como comedor de sucrilhos e tomador de nescauzinho. “Eu até ia trazer uma caixa de sucrilhos pro Prévidi, é uma pena que ele não esteja aqui, gostaria muito de conhecê-lo, porque ele fala muitas coisas a meu respeito, sem que nunca tenhamos nos apresentado”.
Quando a reunião estava quase terminado, o presidente do Clube de Opinião, Julio Ribeiro recebeu uma ligação do José Luiz Prévidi e aproveitou a ocasião para colocar o Duda na linha. Eles conversaram sob o aplauso e as gargalhadas dos colegas jornalistas presentes.
“Eu faço questão de te conhecer e de conversar contigo, seja na RBS ou na tua casa, onde quiseres, pra que eu possa te responder a todos os teus questionamentos e aclarar o que for preciso a meu respeito e da RBS”, propôs Duda.
Durante o encontro, ele informou o número do seu celular pessoal e seu email para que todos os jornalistas do Clube pudessem contatá-lo diretamente, quando precisassem. Ah, e pediu que o número fosse repassado ao Prévidi.

Simples, não?

A TERCEIRA E ÚLTIMA PARTE DA ENTREVISTA:


– Tu não te importas de ser chamado de comedor de sucrilhos com nescauzinho? Tu gostas de sucrilhos?

– Não como sucrilhos, não…

– Mas tu não morou nos Estados Unidos?

– Não sabia que tinha essa correlação direta, morar nos Estados Unidos e comer sucrilhos. A Carol (Torma, gerente de Imprensa do Grupo), sabe, a minha alimentação é muito saudável. Nunca entendi esse assunto…

– Os comedores de sucrilhos são os caras que vão fazer pós-graduação, doutorado fora, e surgiu aqui dentro da RBS essa brincadeira.

– Tá bom. Se o cara que vai se especializar, curioso, que busca inovação e crescimento, e esse é o comedor de sucrilhos, beleza, quero ter um monte de gente assim.

– No Jornalismo, não acredito que um cara que vai fazer um doutorado na Espanha, nos Estados Unidos possa chegar aqui sabendo tudo…

– Não, ninguém.

– Mas esse cara que chega da Espanha ou dos Estados Unidos vira gestor, conhecedor de tudo no Jornalismo. Não gosto de cifras, mas 90 por cento desses caras não sabem porra nenhuma de Jornalismo. Mas acho legal o cara querer conhecer, aprender.

– Eu sei o repertório que Harvard me deu, acadêmica e pessoal, segurança, visão de mundo, entender as coisas como funcionam. Agora, o que eu aprendi nos últimos anos aqui é mais do que aprendi no meu mestrado lá. Mas consegui absorver esse aprendizado aqui porque tive uma base lá. Sou inquieto, curioso, e quero aprender muito mais. E daqui a 2, 3, 4 anos vou olhar pra trás e dizer: como aprendi nos últimos anos! E deve ser uma característica que inspire todo mundo. Tu disse há pouco que com 62 anos não vai começar… claro, não tem disso. Sempre foi assim, mas hoje em dia estávamos falando em tecnologia… podemos nos desenvolver, aprender… Acho que no final do dia temos que deitar na cama e dizer: fiz a coisa certa. Tô fazendo a coisa certa, cumprindo a minha obrigação. Não sou obrigado a agradar a todos, Não vou gerar paixão… não é esse o nosso negócio, não é o teu negócio. O negócio é informar, construir, fazer jornalismo de qualidade. Isso muitas vez vai de encontro a paixão. As vezes para escancarar uma realidade se deixa muita gente triste. Muita gente insatisfeita com a nossa posição, mas esse é o nosso compromisso. Nada de “as pessoas me amam”, nada disso. Todo mundo erra, mas a gente quando deita  tem que dizer: fiz o melhor que pude, o máximo que tinha que fazer. Tomara que dê certo…

– Pois é, questão de visão, não tenho essa pretensão…

– De quê?

– De querer fazer alguma coisa para ajudar. Nunca tive. Comecei o Blog de uma forma que não foi pensada. Mas tu falasses que tem que falar mal e bem. Mas tem duas pessoas que não falo mal, jamais. Uma é o teu tio, o doutor Jayme, uma das melhores pessoas que conheço, um diplomata, cordial, uma rara pessoa tão maravilhosa. Olha, nesses 13 anos de Blog conheci muita gente legal, mas o teu tio não tem igual. E o seu Maurício, como todos chamavam e eu também. Um cara maravilhoso. São diferentes entre si e diferentes de todos.

Uma vez, um repórter foi entrevistar um ícone do agronegócio e combinaram antes.
– Quando eu falar que é para desligar, tu desliga. Se eu disser liga, tu liga.
Tudo combinado.
Só que o repórter fazia justamente o contrário. Ele ligava quando tinha que desligar e desligava quando o ícone mandava ligar.
O resultado foi uma matéria antológica.

Não foi o caso do Duda.
Mas, na nossa conversa inicial. de meia hora, por ser completamente descontraída, várias revelações interessantes.
Conto apenas uma.
Lá pelas tantas, disse a ele:
– Fico louco quando vocês anunciam demissões, não consigo aceitar!
– Tu achas que eu gosto disso? Eu choro!

Já entrevistei muito bambambã em quase 40 anos de jornalismo.
A maioria nem lembro mais. Algumas permanecem vivas até hoje, mesmo tendo sido feitas há 20, 30 anos.
Alguns políticos e jornalistas.
Políticos: Leonel Brizola, Luiz Carlos Prestes, Jair Soares, José Paulo Bisol, Alceu Collares, Nelson Marchezan, José Mujica, Mário Soares.
No jornalismo: Sérgio Zambiasi, José Barrionuevo, Paulo Gasparotto, Lasier Martins, Flávio Alcaraz Gomes, Augusto Nunes, Moacir Scliar, Ruy Ostermann, Cândido Norberto.
Acreditem, nesta minha “galeria” estará o Duda. Ou melhor, O Eduardo Sirotsky Melzer.

Quinta, 2 de fevereiro de 2017

PRÊMIO PRESS – JORNALISTA DE WEB 2016 – JL PRÉVIDI




HORÁRIO DE VERÃO

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replay
A ENTREVISTA DE 2016
EDUARDO SIROTSKY MELZER, O DUDA

segunda parte: Quinta, 1º de setembro de 2016

“Não que tu virou de lado, tu não tem lado,
nada disso, o teu lado é tu.”

Continua a entrevista ou bate-papo com o Eduardo Sirotsky Melzer, o Duda Melzer, presidente do Grupo RBS.

Imaginei que iria receber muita porrada, desaforo, xingamentos, essas coisas que estou acostumado.
Mas só que não. Todos gentis. Os irritadinhos não se manifestaram – por enquanto. Na real, uns ficaram loucos para me encher de desaforo, mas se seguraram.
A primeira mensagem que recebi foi do Fernando Seffrin Martins;
“Parabéns pela entrevista, li dentro do trem aqui em Dublin. Bem que te falei, tu não tem rabo preso nem vocação pra puxa-saco. Tô só esperando pra ler o resto amanhã.”
O jornalista Auber Lopes de Almeida (sim, um primo distante do Coi) publicou no Facebook a foto que está na edição de ontem do Blog (Duda e eu) e escreveu:
Há algum tempo vínhamos brincando que uma foto como essa só poderia ser feita com o talento photoshopista do Linei Zago. Mas não é que a foto aconteceu de verdade? E sem que precisasse haver uma equipe do Samu de prontidão?
Parabéns, meu caro José Luiz Prévidi. Muito orgulhoso de ti por teu desprendimento e coragem de ficar diante do homem.
Pra quem não sabe, o moço da esquerda é o presidente do Grupo RBS, que há horas o Prévidi chama de comedor de sucrilhos.
Corrigi: ele é apenas o presidente dos comedores de sucrilhos com nescauzinho.

E mais dois, que não assino porque podem melindrar algumas figuras:
“Gostei do quebra gelo, das partes.
Algo como: O dia que Dorival encarou o guarda.
(ambos, cada um do seu lado do balcão)”
“Amigo, gostei muito da entrevista com o Duda Melzer. Papo legal, sem frescuras, com posições firmes de ambos os lados. Fizeste um bom jornalismo, mostrando o outro lado do Duda. Pessoas civilizadas sempre se entendem, sem que se faça qualquer tipo de concessão quando convicções são apresentadas e discutidas”.

Sabe como é a maioria dos filmes americanos?
O início e o fim têm uma velocidade intensa.
No meio, a história em si, a preparação para o final.
No início, invariavelmente, tem mulher ou homem pelado, uma cena de sexo, a explicação da história. E todos prestam muita atenção. Passa a primeira meia hora e as pessoas começam a abrir as balas, o chocolate e os mais moderninhos derrubam o saco de pipocas. Aí esquenta mesmo no final. Quase não tem cena de sexo, mas é aí que o mocinho triunfa e o bandido dança. Ou não.

O roteiro do Duda e do Prévidi foi mais ou menos ao estilo de filme americano.
Início cheio de porradinhas verbais – e educadíssimas – e o meio, como aí embaixo, mais light. Afinal, não íamos aguentar no mesmo ritmo. Mas o Eduardo deu uma boa esquentada nos trechos finais da entrevista, que está publicada hoje,

Amanhã? Ah, explico depois. Antes leia o que está aí.

A segunda parte:

– Mudando de saco pra mala. Um dos meus ídolos empresariais é o Silvio Santos. Acho ele fantástico. Há poucos anos ele praticamente quebrou, por causa do Banco Panamericano. Deu a volta por cima com a Jequiti, um negócio que se tornou milionário. Não tem nada a ver uma coisa com outra, mas vejo como fantástico este investimento no Wine. Há pouco começaram as propagandas nos veículos. Por que essas propagandas não são mais massivas, usando, por exemplo, os comunicadores da RBS? Popularizar mais, ser a Jequiti da RBS.

– Essa não é a nossa visão, separamos os mundos, A nossa família tem duas características muito fortes: uma é a paixão pela comunicação, que vem lá do meu avô, e uma capacidade de empreender muito grande. Quando o meu avô comprou a rádio ele não ficou apenas como um comunicador de rádio, ele tinha uma visão de empreendedor. Se associou na TV, comprou o jornal, foi para outro Estado, e esse empreendedorismo foi passando para todos nós – o Nelson é um superempreendedor. Todos nós temos essa característica, de uma paixão pela comunicação e capacidade de empreender muito grande. Acreditamos que conviver com esses mundos não tem nenhum problema, ao contrário, as empresas que fazem parte desse grupo se fortalecem, elas têm mais informação, mais geração de caixa, de gente, que podemos jogar de um lado para outro. A Wine é uma empresa independente, como várias outras que tivemos aqui, ao longo de 60 anos, desvinculadas da comunicação. E a Wine é mais uma delas. Mas para manter a distância adequada, na nossa visão, que é diferente do exemplo do Silvio Santos, a gente acha que essas empresas tem que se relacionar de forma estritamente profissional. Todos os anúncios da Wine são da sua estrategia de comunicação. Se quiserem ter um testemunhal de um comunicador, é só negociar com a Rádio Gaúcha, por exemplo, como qualquer empresa. Não temos essa visão sinérgica, aproveita aqui, eu aproveito lá. A nossa visão sinérgica está por trás, quer dizer, empresas que fazem parte do mesmo grupo, cada uma com sua estratégia.

– Qual foi o último jornal que tu comprou em banca?

– Jornal que eu comprei? Eu leio todos os jornais…

– Não, tô perguntando sobre o último jornal que tu comprou, em banca…

– Eu compro, mas eu recebo em casa. Leio de 10 a 12 jornais todos os dias. Recebo todos os jornais do Grupo. Claro que depois do segundo que leio as notícias vão se repetindo e vai mais rápido. Leio primeiro a Zero Hora de cabo a rabo e os jornais do Grupo. Aí leio a Folha, o Estado, o Valor e O Globo. Acordo muito cedo, faço ginástica cedo, mando muitos emails…

(Aí ele pega o ipad e mostra como faz, diariamente. No dia da entrevista ele estranhou que uma colunista do agronegócio não estava assinando a sua coluna, justamente no período da Expointer. Enviou um email para a editora para saber o que aconteceu. Sabia, mas não lembrava, que ela estava em licença-maternidade).

– Leio o que tem de bom nos jornais. Na Folha de S. Paulo uma matéria sobre a eficiência dos municípios, justamente num período pré-eleitoral. A questão da “Segurança Já”. No dia da notícia da morte daquela senhora na frente do Colégio eu estava de férias, com um fuso horário de cinco horas. Mandei um email para todos os editores e para o Marcelo Rech. Queria algo emergencial. O Marcelo também estava fora e se criou uma série de medidas, como o Painel RBS, uma Editoria de Segurança, um editorial de capa, movimentos que a tenologia propiciou e que mostram o nosso compromisso com o Estado
Vamos lá pro início. São coisas que valem ser ressaltadas, por quem? Por jornalistas de qualidade que tem compromisso com a qualidade e com o Rio Grande do Sul. Se é uma empresa descomprometida, que está aqui, só noticia os fatos. Nós, não, tivemos várias iniciativas, os colunistas envolvidos, editorial de capa, um negócio bacana. Gostaria que isso fosse mais valorizado pelas pessoas que cobrem o meio, que é o teu caso. Não que tu virou de lado, tu não tem lado, nada disso, o teu lado é tu. O teu lado é o jornalismo de qualidade.

Estão aí mais 10 minutos de gravação.
Não tinha me dado conta do que ele falou. Só me flagrei quando estava tirando a gravação:

“Não que tu virou de lado, tu não tem lado,
nada disso, o teu lado é tu.”

Claro que eu poderia ter arrumado a frase, colocado em bom português, mas não. Assim é que está perfeita, em bom gauchês ou porto-alegrês.
Tenho muito leitores diários e uma boa parte não entende isso, que o “o meu lado é eu”. Que eu não tenho lado.
Justamente um cara que, em tese, me detestaria, e que não me lê – apenas através de clipping – sabe justamente como é minha forma de agir por 13 anos no Blog. Ou será que ele falou sem querer?
Pode ser, mas encontrei uma nova forma de responder quando me encherem o saco.
Agora, vai ser assim:

“Eu não virei de lado, eu não tenho lado, nada disso, o meu lado É eu.”

DUCA!! MUITO LEGAL!!
Não dou mais papo para patrulhas e para politicamente corretos. Muitos menos para petralhas ou coxinhas, colorados ou gremistas!
E para irritar, vou dizer que a frase é uma adaptação do que disse Duda Melzer, o presidente de um monte de comedor de sucrilhos com nescauzinho. HAHAHAHA!!!!!!
Como escrevi aí acima, Eduardo pode ter dito a frase sem querer. Mesmo assim, o cara que tem essa percepção não ocupa os cargos no Conglomerado Midiático apenas porque é neto do seu Maurício.



IMPERDÍVEL!

Amanhã é a terceira e última parte da entrevista.
Adivinha o assunto?

Pra encerrar nesta quinta:
Não entendo o motivo de alguns chefes e chefetes do Grupo – e até mesmo funcionários sem cargos relevantes – exageram na soberba, aquele sentimento de ser superior a tudo e a todos. Por isso não suportam a menor crítica.
Imagina se digo para um desses o que falei para o Eduardo: “…ser a Jequiti da RBS”. Bah, os caras me processariam!!! Meu Deus, a Jequiti salvou o Grupo Silvio Santos e a minha pergunta poderia levar o cara a pensar  que estou dizendo que a Wine “salvaria o Grupo RBS”. Mas não era a minha intenção. Repito: não é à toa que ele é o presidente duplo. O que é legal? Um dia os soberbos caem na real ou…

Quarta, 1º de fevereiro de 2017

PRÊMIO PRESS – JORNALISTA DE WEB 2016 – JL PRÉVIDI








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A ENTREVISTA DE 2016

EDUARDO SIROTSKY MELZER, O DUDA

primeira parte: Quarta, 31 de agosto de 2016

Duda, 44 anos, é presidente do Grupo RBS e desde o início deste ano é presidente do Conselho de Administração da RBS, substituindo o tio Nelson Sirotsky. É formado em Administração de Empresas, pela PUC-RS e tem MBA pela Universidade de Harvard.

Antes, conto que jamais tinha visto a figura. E sempre dei um jeito de não dividir o mesmo espaço com ele. Simples, um amigo comum me disse, há tempo, que na primeira oportunidade me daria uma porrada. Basta ver pelas fotos: o cara é grande e esportista. Eu fora!
Até que neste ano ele foi a um encontro do Clube dos Jornalistas de Opinião e obviamente não fui. Curioso, logo depois do meio-dia liguei para o Julio Ribeiro, presidente do Clube, para saber como tinha sido:
– Estamos aqui ainda com o Duda.
Mais alguns segundos e o telefone do Julio estava no viva-voz e conversei com ele “publicamente”.
Passou o email e telefone, que estava sempre a disposição, tal e coisa. Mais do que cordial.

Alguns meses depois resolvi abrir esta série de bate-papos com o cara que achei que queria me encher de porrada.

Cheguei no prédio da RBS, na avenida Erico Verissimo, pouco antes das 15 horas de ontem. A Caroline Torma, gerente de Imprensa, me levou até a sua sala. Salão.
O Duda é uma gentileza e ainda bem que não é invocado – é forte pra cacete.
Tinha voltado das férias.
Café? Chá? Água?
Bah, a garrafinha de água e um copo com o logo do Grupo.
Para quem não sabe, coleciono copos com “propaganda”. Tenho algumas centenas.
Na saída, fiz uma onda:
– Vou tirar uma foto do copo, porque sou o único do mundo que faz coleção de copos com marca.
– Para com isso, leva esse aqui.


Antes de gravar, conversamos com a maior sinceridade. Tenho certeza de que falou tudo que tinha vontade de dizer para o autor do Blog do Prévidi. Alguns elogios, “levanta a bolinha”, e falou daquilo que, de certa forma, o incomodava. Tipo “só porrada” e nada “que prestasse”. Gostou que eu me defino como “ombudsman” de algumas empresas de comunicação, mas ressaltou que em algumas críticas parto para “a ofensa”. Opinião dele.
Ressaltou que elogio pouco.
Disse  a ele que gosto de elogiar especialmente aqueles que não conheço.
Ele deixou claro que não lê o Blog, que acompanha só através do clippintg que recebe diariamente. Tudo bem. Mas todas as várias vezes que falou isso, vinha na cabeça a cara do jornalista Sebastião Nery. Conto para quem não sabe. Em 1978, o jornalista denunciou que as sinopses que o general-presidente Geisel recebia, da Agência Nacional, todos os dias de manhã, eram falsas.
Não interpretem! Apenas lembrei que a sinopse/clipping que os executivos da RBS recebem pode ter alguns tópicos dos posts do dia. Claro que sem manipulação, mas fora do contexto das notícias do dia.
Não sugeri, mas ele poderia “perder” alguns minutos de alguns dias do mês, para ver o que escrevo, antes de um juízo de valor.

A questão é que o Duda tem foco apenas em seus veículos.
Com toda razão.
Falei pra ele, mais ou menos, como a coisa funciona. Assim: Posso elogiar uma atração ou um profissional 30 vezes. Na primeira crítica o cara opta por uma dessas opções:
– Não me cumprimenta mais;
– Começa a espalhar “segredos” sobre mim;
– Ou joga como todo canalha: me “ofende” através de perfis falsos no Facebook e Twitter, emails me achincalhando e telefonemas anônimos com ameaças, das mais variadas. Fora informações falsas.

Gostei muito que ele fala com orgulho de seu avô, Maurício Sirotsky – e mostra as fotos. Claro que me desmanchei em elogios ao avô – “Cara, sei tantas histórias dele” – e ao tio Jayme Sirotsky. Pessoas maravilhosas e diferenciadas. “O doutor Jayme é a pessoa mais cordial, gentil, que conheço, um diplomata de verdade”, disse a ele.

Desde que assumiu como presidente que as pessoas botavam mais fogo, contando o que eu escrevia. A reação dele? “Deixa ele escrever o que quiser, um dia vai terminar, não dou bola!”. Evidente, tinha mais com que se preocupar. E não respondia com toda essa delicadeza.
Afinal,o cara não estudou em Harvard para dar bola para um blogueiro gaudério e ainda por cima nascido no Rio.

Meia hora de papo e começamos a gravar.
O legal é que eu já tinha feito a entrevista. Mas vamos lá!
Na primeira meia hora fiquei com a impressão de que ele tem uma bronca danada com o que escrevia e até certo ponto escrevo. Ressentimento? Pode ser. Tipo: É só pau, é só porrada, será que não fazemos nada certo? Não foram estas palavras, mas é isso.
Contive a minha sinceridade cavalar e não falei da tradicional soberba de alguns chefes e chefetes dos veículos. Os sabichões. Lá pelas tantas só lembrei a ele que um jornalista que faz pós na Espanha ou nos Estados Unidos não o credencia para ser um tremendo profissional. “Pelo contrário, 90 por cento não sabe nada”.

Duda e Carol Torma

Para esclarecer: as embalagens aí da foto, a esquerda, não são de sucrilhos.
Comentei que em casa todos gostamos muito desse Cookies Quaker. Me segurei para não comer um pacotinho.

A primeira pergunta foi óbvia:

– O que tu achas do previdi.com.br?

– Acho que é um canal de comunicação bárbaro, um canal contemporâneo que é a internet, a capacidade que as pessoas têm de acessar em qualquer hora e lugar o teu conteúdo. Acho que tu és um jornalista importante, experiente, pode ter boas fontes, ótimas fontes, e quando tu pensares o teu projeto de futuro…

– Vai ser difícil, com 62 anos!

– Quantos empresários de comunicação começaram…o Roberto Marinho começou a Globo com 60 anos. Tem que olhar pra frente e se tu colocares o teu talento a serviço do bem, da construção, do compromisso com o jornalismo, o previdi.com.br pode ser uma plataforma de comunicação bacana para a comunidade do Rio Grande do Sul.

– E o que te aborrece?

– Não acesso diretamente, com frequência. Recebo o clipping quando falas alguma coisa da RBS e como falas com frequência… O que eu ouço é que há um exagero… desde pequeno ouço  – estão aqui as fotos do meu avô, Maurício Sirotsky – de que o jornalismo de qualidade é o que ouve todos os lados, é o que faz as críticas, que tem a contundência, mas tem o compromisso com a qualidade, que ouve todos os lados. As vezes a gente não acerta, como tu, mas quando se erra se fala que errou. Eu acredito que é fundamental a qualidade da informação, compromisso . Ouvimos todos os lados. Nós fazemos aqui nos nossos veículos críticas diárias e somos incansáveis nesse sentido. Quando erramos é dito que se errou, se dá espaço. Esse é um componente para agregar na tua estrategia. Muitas vezes tu falas da gente e pergunto se alguém falou contigo… Não.

– Tem uma coisa. Muitas cabeças daqui não falam (chefes e chefetes) e aí as pessoas que me informam são funcionários daqui.

– Como todos os veículos, tu tens aqui uma abertura total, vais ser atendido para qualquer checagem de informação.

– Bom ter o canal da Carol. Mas tenho certeza de que se eu ligar para um dos veículos jamais vão me atender.

– Se cada um sai falando, de forma descoordenada, podem não sair bem. Mas os nossos profissionais dão entrevistas… Bom é a gente estar conversando para estabelecer uma nova era. Parte dessa animosidade… Tu dizes que não és atendido e tem gente aqui que se queixa de ser mal tratado, de forma mal educada, de forma agressiva. Exagerada.

– É recíproco.

– A RBS tem um papel de liderança na comunicação aqui no Estado e tem total abertura para críticas. Quando a crítica é construtiva podemos recuar, tudo bem, mas quando começa a ser mal educada, ofensiva, até pessoalmente, com apelidos e inverdades, isso pode gerar uma situação.

– Tem gente aqui que se invoca com uma bobagem que é o comedor de sucrilhos com nescauzinho. Uma expressão mais antiga do que tu…

– Nem sei o que é…

– É o executivo da RBS, uma expressão que surgiu aqui mesmo, do pessoal daqui. Tu falas nessas ofensas. Eu uso palavras mais do que normais, basta ver no dicionário, e alguns se invocam. Te chamava de presidente jovem e tímido. Isso é ofensivo?

– Prévidi, a entrevista é tua, mas reflete sobre isso: quando tu falas essas coisas, os adjetivos, a tua intenção é falar coisas boas ou de jogar para baixo, denegrir? Não me responde.

– Claro que respondo! Te digo com toda sinceridade. É brincadeira! A minha intenção é brincar. Nesta semana eu fiz uma brincadeira com a roupa da Dilma, quando foi no Senado. Tem que ver o que ouvi de desaforo. Uma brincadeira, nada mais do que isso! Por que eu não posso brincar com o Inter que está para ser rebaixado?

–  A beleza do processo da liberdade de expressão é que a publicação é tua e tu escreves o que quiser. Estamos batendo um papo. Se as brincadeiras todas forem negativas, o tempo inteiro, criam um padrão. Se as vezes tu brincares de forma positiva, elogiar, acho que talvez tenha mais credibilidade, porque ninguém é de todo ruim ou de todo bom. Se tu pegares os últimos 24 meses, o teu espaço. talvez, 95 ,5 por cento é de críticas a RBS.

– Mas tu não lê o Blog, não pode afirmar isso.

– Não estou afirmando, estou dizendo “eu acho”. Mas leio pelo clipping, não acesso. Dar um incentivo, falar bem, ser querido com uma pessoa…

– Eu faço isso. Então a Carol não te passa. 

– Que bom.

– Faço isso seguidamente. E gosto mais ainda quando não conheço a pessoa. Agora mesmo, elogiei uma menina da Record, a Vanessa Pires, que é uma tremenda repórter e apresentadora, dá de 10 em todas essas apresentadoras de TV. Nunca a vi na vida, nunca falei com ela. Sem o menor problema

– Que bom.


Aí estão os 13 minutos iniciais do papo com Duda Melzer, que eu de BRINCADEIRA já chamei de “Dudu” e de “presidente jovem e tímido”.
Olha, acredito que errei no “tímido”. O cara não tem nada de tímido, apesar de em algumas fotos passar esta ideia.
É um cara legal, simples, tem muito da personalidade do seu Maurício e do doutor Jayme.
Nada a ver com a soberba de alguns de seus funcionários que são chefes ou chefetes.
Não é, definitivamente, um comedor de sucrilhos com nescauzinho. Não tem o espírito desse tipo. Isto não quer dizer que o Grupo não esteja tomado por este tipo de executivos.

Não lê o Blog do Prévidi, tudo bem. Mas ao final, quando ele me acompanhou até uma outra sala do salão presidencial, ele dispara:
– Olha aí, Marcelo Rech, o Prévidi!
Para os que não sabem: Marcelo Rech é um bambambã do Grupo e o conheço desde a década de 80, do tempo em que trabalhava na Agência Nacional (atual EBC). Fomos amigos. Ele se irritou comigo por uma bobagem – sempre é assim, mas não vem ao caso.
Aí o Duda me sai com essa:
– Como é que tu chamas o Marcelo? Homer,né?
E eu, o cumprimentando:
– Isso, Homer Simpson. E vai dizer que ele não é parecido com o Décio Piccinini? O Décio Piccinini dos Pampas!
– Eu mereço, resignou-se o Marcelo.
Risadas.

Foi um bom papo com o Duda. Mais ou menos como já tive com outros responsáveis por veículos e até mesmo grupos de comunicação. Como critico e elogio, gosto também de críticas e elogios. E nos 13 anos que me dedico a este espaço sempre publiquei as críticas e alguns elogios.
No entanto, não significa que acato as críticas.
Acreditem, meus leitores, não estou atrás de informações que as “políticas de comunicação” das empresas definem como “divulgáveis”. Pelo contrário, vou sempre publicar informações inéditas, mesmo que ocorra uma ou outra incorreção, o que é mais do que normal.
Existem veículos que são especialistas em publicar releases das empresas – não é o caso do Blog do Prévidi. Que façam bom proveito.
Gosto, na verdade, de informações “proibidas”, como a do início desse ano, quando antecipei o dia e a hora em que o Grupo RBS iria anunciar oficialmente a venda do controle acionários dos veículos da RBS de Santa Catarina.
Mais recentemente, a contratação do narrador/apresentador Paulo Brito pela Band e a ascensão do Luciano Perico como narrador de futebol da RBS TV.

Acredito que os 13 anos do Blog do Prévidi me dão razão.
Afinal, tenho quase 40 anos de jornalismo. E o Duda nem sabia o que era Harvard! HAHAHA!!!
É brincadeira, Duda!!

A ENTREVISTA CONTINUA AMANHÃ